A Korpiklaani (Clã da Floresta) é daquelas bandas que vieram ao mundo para nos divertir. Sua temática girando sempre em torno de cervejas e demais bebidas alcoólicas, bem como das histórias dos contos das florestas, vem encantando cada vez mais fãs ao redor do mundo, há quase 20 anos. Para tanto, o estilo usado pelos finlandeses não poderia ser outro senão o folk metal, misturando os tradicionais instrumentos do rock com instrumentos folclóricos. Confesso que não me agradei muito com o último álbum lançado pelo grupo, em 2018 (Kulkija). Mas, eu sou muito fã da banda, há uns 6 anos, quando ouvi a música “Vodka” pela primeira vez e recebi o novo álbum com um certo entusiasmo. Qual não foi a minha surpresa quando fiz a audição de “Jylhä”, lançado no dia 5 deste mês, via Nuclear Blast. Digo isso porque simplesmente fiquei encantada com um trabalho que pode ser, na minha opinião, o melhor trabalho do grupo em anos. Meu entusiasmo inicial tornou-se uma euforia!
“Jylhä” é o 11º trabalho da Korpiklaani e traz 13 canções maravilhosas, em 60 minutos de pura magia. O álbum foi gravado no Sound Supreme Studios, na cidade de Hämmenlinna e no JonneMusic, em Lahti, ambos na Finlândia e teve Janne Saksa na produção. Quanto à sonoridade, claro a marca registrada da banda está lá em todas as canções, que é o tradicional folk-pirate metal, porém desta vez eles foram mais ousados introduzindo novos elementos à sua sonoridade, o que contribuiu imensamente para a beleza do trabalho.
Logo na primeira faixa “Verikoira”, com mais de 6 minutos a energia já contagia, com um riff poderoso convidando o ouvinte a bater cabeça num ritmo bem acelerado e agressivo. “Niemi”, lançada como single, é bem característica do folk. Em “Leväluhta” vem a primeira surpresa. A canção tem um ritmo caribenho, meio reggae, meio ska, adaptado ao som folk da banda proporcionando uma audição de abrir os sorrisos de alegria e querer sair dançando. Eu estava na rua quando a ouvi e quase literalmente comecei a dançar. “Mylly” é uma canção mais aventuresca, com uma cadência mais equilibrada, para dar uma freada nos ânimos. “Tuuleton” vem em seguida ainda mais lenta, lembrando algumas canções italianas.
Estamos no meio da audição e “Sanaton maa” chega com uma introdução de violino, que acompanha os arranjos belamente, com um espirito mais épico. Uma linda faixa. “Kiuru” expressa bem o espírito folk, bem cadenciada e marcada no andamento. A oitava faixa, “Miero” entra com um riff poderoso e uma batida bem pesada, embora densa e obscura. “Pohja” é uma faixa mais alegre, pra quebrar o ritmo mais uma vez, acelerando a audição. “Huolettomat” é uma canção tradicionalmente folk, que nos remete às alegres festas à bordo de um navio pirata. No meio da música há uma quebra de ritmo bem interessante, dando a ela um ar mais épico.
A audição vai chegando ao fim com a décima-primeira faixa “Anolan aukeat”, um pouco mais cadenciada e espirituosa. “Pidot” é mais uma das experimentações da banda, com uma levada country, como se nos transportasse para uma festa no velho oeste americano. Encerrando o magnífico trabalho temos “Juuret”, pesada e intensa, quase fantasmagórica, alternando momentos mais lentos com andamentos mais acelerados, típicas das canções progressivas.
Se a intenção da Korpiklaani era uma redenção em relação ao seu último álbum, de fato conseguiram se superar e entregaram um trabalho forte, intenso e digno, que pode ser um dos melhores lançamentos do ano. Simplesmente perfeito.
Tracklist:
01. Verikoira (06:19)
02. Niemi (03:42)
03. Leväluhta (03:50)
04. Mylly (04:43)
05. Tuuleton (05:50)
06. Sanaton maa (04:29)
07. Kiuru (05:26)
08. Miero (04:21)
09. Pohja (04:28)
10. Huolettomat (04:16)
11. Anolan aukeat (03:05)
12. Pidot (03:47)
13. Juuret (06:19)
Formação:
Jonne Järvelä (vocais, violão, bandolim, percussão, violafone)
Kalle “Cane” Savijärvi (guitarra e vocais de apoio)
Jarkko Aaltonen (baixo)
Samuli Mikkonen (bateria)
Sami Perttula (acordeão)
Tuomas Rounakari (violino)