Há alguns álbuns, o KoЯn tem se tornado uma banda mais dinâmica, com composições mais focadas e diretas. Podemos dizer que isso vem acontecendo desde o retorno do guitarrista Brian “Head” Welch, mais precisamente no álbum “The Paradigm Shift”, de 2013, onde a banda deixou um pouco de fora seu lado experimental e trouxe um lado mais melódico e sólido.
“The Serenity of Suffering” de 2016 e “The Nothing” de 2019, foram evoluções naturais desse tipo de som apresentado, com a banda se afastando do Nü Metal tradicional dos primeiros álbuns e se aproximando de um Alternative Metal mais previsível e direto. Seguindo essa evolução, a banda lança o álbum “Requiem”, que encontra faixas com uma fórmula que vem funcionando, com uma adição aqui, uma subtração ali, que moldam o som supostamente perfeito.
Podemos dizer que essa decisão de tornar o som mais dinâmico é uma boa, já que a banda tinha costume de fazer experimentações maçantes, mesmo em seus álbuns considerados clássicos, principalmente em “Follow the Leader”, de 1998, que ainda encontrava colaborações aleatórias no meio de alguns hits.
Mas vamos ao novo álbum. Temos nove faixas ótimas, sem rodeios, que soam bastante pesadas e com um padrão marcante, refrãos que grudam rápido, com possibilidade de que qualquer uma dessas faixas se torne single e presentes nos shows.
Já haviam indícios disso nos três primeiros singles: “Start The Healing”, “Forgotten” e “Lost In The Grandeur”. Faixas com riffs graves e marcantes de Head e Munky e com bateria potente de Ray Luzier que casam perfeitamente com os vocais de Jonathan Davis, que aqui soam mais melódicos e limpos, sem seus urros melancólicos como prioridade.
Sem qualquer tipo de balada ou faixa mais arrastada, ainda temos os destaques “Let The Dark Do The Rest”, com um teclado harmônico gradiente com um tom melódico e pesado; “Disconnect”, que segue a fórmula com uma pitada do som antigo da banda, com os riffs agudos perturbadores que se elevam em refrãos pesados e melódicos. “My Confession” segue a linda da anterior, com uma bateria mais groove que pode lembrar as faixas que a banda experimentava o Hip-Hop juntamente com seu Metal pesadíssimo. Fechando o álbum vem a interessante “Worst Is On Its Way”, que conta com versos mais cantados, refrão melódico, um a ponte pesadíssima, com os famosos urros de Davis dando as caras antes do encerramento. Você pode ouvir até um violão dando a melodia no último refrão, algo incomum no KoЯn.
Enfim, temos um álbum bastante consistente, com uma produção impecável, como já é de costume, com nove faixas de no máximo quatro minutos que faz a audição durar curtos 33 minutos, tornando “Requiem” o álbum mais curto da banda. Talvez fãs mais Hardcore sintam falta das experimentações e do Nü Metal tradicional, mas nada que os façam torcer o nariz para o álbum. O KoЯn abraça de vez o Alternative Metal e se casa com uma fórmula que parece longe de se desgastar. Audição rica e prazerosa!
KoЯn – Requiem
Data de lançamento: 04 de fevereiro de 2022
Gravadora: Loma Vista Records
Tracklist:
01. Forgotten
02. Let The Dark Do The Rest
03. Start The Healing
04. Lost In The Grandeur
05. Disconnect
06. Hopeless And Beaten
07. Penance To Sorrow
08. My Confession
09. Worst Is On Its Way
NOTA: 9.0
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