Resenha: Killswitch Engage – Atonement (2019)

Uma das poucas bandas que tem mantido o alto nível nos últimos anos é o Killswitch Engage, uma banda que teve inúmeros problemas recentemente, como os de saúde mental do vocalista Jesse Leach, além da cirurgia nas cordas vocais do mesmo, mas que conseguiu estabilizar tudo e lançar um álbum muito forte na sua discografia.

Atonement” é o título do novo Play, algo como “reparação” na tradução, que faz todo sentido devido aos acontecimentos citados acima. Leach é o principal letrista da banda, então espere um álbum com letras bastante sentimentais e até mesmo tristes.

Musicalmente, a banda tem uma fórmula que não muda, é uma das únicas que conseguem soar agressiva e melódica em um nível parelho. Vide os antigos clássicos da banda “My Curse“, “Rose Of Sharyn” e “The End Of Heartache“, e também os mais novos, como “In Due Time” e “Strenght Of The Mind“, que traduzem bem essa fórmula usada pela banda.

Banda gravando com Howard Jones

Em “Atonement“, alguns elementos a mais chamam a atenção, como as participações especiais do antigo vocalista da banda Howard Jones e do lendário Chuck Billy, vocalista do Testament. Nas faixas em que participam, “The Signal Fire” e “The Crownless King“, respectivamente, dão aquele tempero a mais que tornam as faixas extremamente agradáveis já no primeiro contato.

Aliás, Howard Jones é a voz do Killswitch Engage, quando ele saiu da banda, lamentei muito, pois a voz do cara é poderosa e perfeita para o estilo. Porém Leach, apesar de ser muito mais limitado, se entrega de uma maneira incrível, além de ter uma carisma que faz qualquer fã esquecer um pouco de Jones.

Vale ressaltar, antes de mais nada, a qualidade e entrosamento de seus músicos, Joel Stroetzel e o carismático Adam Dutkiewicz seguram a bronca nas seis cordas com riffs e solos perfeitos, e o baixista Mike D’Antonio faz a cozinha perfeita com Justin Foley nas baquetas.

Faixas fortíssimas como os singles “Unleashed” e “I Am Broken Too“, além de “Us Against the World“, se destacam pela qualidade sonora e pelas letras, muito sentimentais e que fazem várias pessoas que tiveram problemas de saúde mental ou até mesmo pessoais se identificarem com as letras, principalmente a segunda.

Faixas mais pesadas também marcam presença, como “Know Your Enemy“, “Ravenous” e “Bite The Hand That Feeds“, que também mostram a influência de Leach no Hardcore. Soam bem pesadas mas sem perder o tom melodioso, marca registrada da banda.

As Sure As The Sun Will Rise“, “Take Control” e “I Can’t Be The Only One” são faixas padrão, com a mesma fórmula usada nos dois últimos álbuns, que funcionam muito bem, pois apesar de parecerem faixas de meio de álbum, não dão vontade de pular na audição, são bastante agradáveis de ouvir.

Essa é uma das bandas que mais gosto e respeito na cena, pois passam por alguns problemas aqui e ali, mas estão sempre lançando ótimos álbuns e mantendo o nível lá em cima. “Atonement” não foi diferente, é uma álbum bastante amadurecido, com ótimas faixas e com tudo encaixado. Me arrisco a dizer que é o melhor álbum com Leach nos vocais.

Esse com certeza estará em várias listas de melhores do ano. É um álbum tão bom que estará na playlist por bastante tempo pra curtir, mas que também dá aquela ansiedade pra que banda não demore a gravar novas músicas. Muito respeito ao KsE e a sua longevidade!

Formação:
Jesse Leach
(vocal);
Joel Stroetzel (guitarra);
Adam Dutkiewicz (guitarra, vocal de apoio);
Mike D’Antonio (baixo);
Justin Foley (bateria).

Faixas:
01. Unleashed
02. The Signal Fire (feat. Howard Jones)
03. Us Against the World
04. The Crownless King (feat. Chuck Billy)
05. I Am Broken Too
06. As Sure as the Sun Will Rise
07. Know Your Enemy
08. Take Control
09. Ravenous
10. I Can’t Be the Only One
11. Bite the Hand That Feeds

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