Resenha: Jäilbäit – Who Da Fuck Are You? (2014)

No underground nacional, a região nordeste sempre traz bandas novas e interessantes. Uma delas é a alagoana Jäilbäit. Fundado em 2013 na cidade de Paripueira, em Alagoas, o grupo mostra ao longo das dez faixas do seu álbum de estreia, “Who Da Fuck Are You?”, lançado um ano depois, que bebeu da mesma fonte do lendário trio inglês Motörhead, mas com algumas características próprias.

O álbum começa com “We Are Jäilbäit”, que de cara já deixa notória a influência do Motörhead. A faixa tem um ritmo acelerado com grande presença do baixo de Wilson Santos. Este é o tom do disco inteiro, diga-se de passagem. Ela já emenda na rápida “Going To Wacken”. Imediatamente somos levados para o clima do famoso festival alemão. A faixa tem bons momentos na guitarra e bateria, mas é o baixo que se nota mais.

“Take It Easy” diminui um pouco a adrenalina. Esta é uma das faixas que mais se assemelha ao que fazia a banda do finado Lemmy Kilmister. A guitarra ganha maior destaque em relação às faixas anteriores e a voz de Zenitilde Melo casa perfeitamente com o tipo de som que o Jäilbäit se dispõe a fazer.

“Jailbait Squad” começa com um pouco mais de intensidade, mas logo se torna cadenciada. O baixo volta a dar as caras. Toda a banda tem seus momentos de destaque, mas realmente é impossível não perceber a forte presença do baixo.

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A veia mais puxada para o Rock ‘n’ Roll adotada na sonoridade da banda como um todo segue com “Just A Boy”. A quinta faixa mantém o ritmo cadenciado das músicas anteriores. O baixo segue mostrando a que veio e o guitarrista Adailton Junior dá um show com seus solos. “Just A Boy” tem tudo para ser um dos clássicos do Jäilbäit.

“Do You Wanna Be A Rockstar?” chega quebrando tudo. Aqui o Jäilbäit parece uma locomotiva desgovernada. A faixa tem um bom refrão e um revezamento de solos entre baixo e guitarra. Esta é facilmente uma das melhores do álbum.

A próxima é “Otaro (Sucker)”, que também chega avassaladora. A bateria de Cleyton Alves é um rolo compressor e a dupla guitarra e baixo nem é preciso dizer mais nada, certo? Definitivamente, outra das grandes faixas deste álbum, sem dúvida.

A banda diminui o ritmo com “Born To Win”. Provavelmente o nome da faixa é inspirado em uma das frases mais famosas de Lemmy Kilmister: “Born to lose, live to win” (Nascido para perder, vivo para vencer). A banda se mostra coesa, com todo mundo fazendo o seu melhor. A bateria, junto da voz, se sobressai em relação aos demais instrumentos.

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“Lone Wolf” segue na pegada da faixa anterior, porém com um pouco mais de velocidade. Um Rock ‘n’ Roll direto ao ponto. Os destaques individuais, novamente, são o baixo e a guitarra, principalmente no solo de abertura.

O álbum fecha com a arrastada “Bait Blues”. A faixa destoa um pouco das outras do álbum, mas sem deixar de usar as referências ao Motörhead. Aqui o Jäilbäit faz uma versão Blues de si mesmo. Pode não ser uma das melhores, mas é uma experiência bem interessante.

Se você é fã de Motörhead, com certeza vai gostar muito do trabalho de estreia destes alagoanos. A única ressalva que poderia ser feita ao Jäilbäit é o excesso de importação do som da banda de Lemmy Kilmister, mas como ainda é o primeiro trabalho, só nos resta esperar para ver se o Jäilbäit vai conseguir dar uma cara própria ao som, porque potencial já dá para perceber que a banda tem.

Formação:
Zenitilde Melo (vocal);
Adailton Junior (guitarra);
Wilson Santos (baixo);
Cleyton Alves (bateria).

Faixas:
01 – We Are Jäilbäit
02 – Going To Wacken
03 – Take It Easy
04 – Jäilbäit Squad
05 – Just A Boy
06 – Do You Wanna Be A Rockstar?
07 – Otaro (Sucker)
08 – Born To Win
09 – Lone Wolf
10 – Bäit Blues

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