Aqui vemos uma banda completamente diferente daquela que fez um certo barulho no fim da década passada, com aquela onda massiva de bandas de Metalcore. O In This Moment tinha um diferencial de todas elas, sua vocalista Maria Brink, com sua voz bela limpa e potente com seus gritos, fez alguns adolescentes pirarem com as músicas “Beautiful Tragedy” e “Just Drive“.
Hoje em, com a “redenção” da banda para com o produtor Kevin Churko, a única coisa que sobrou daquela banda de Metalcore foi o carisma da vocalista, no que hoje pode ser considerada uma banda de Rock/Metal “muito” Alternativo. Falando no produtor, a minha opinião sobre o sujeito é a mesma, ele estraga as boas bandas com sua mixagem e jeito monótono de produzir, com um “identidade” que incomoda.
Mas vamos ao assunto principal, com “Mother“, o in This Moment chega ao seu sétimo álbum de estúdio, com a mesma sonoridade dos últimos três, com muita bateria eletrônica, guitarras tão distorcidas que soam artificiais, muita percussão e elementos eletrônicos.
O álbum começa com um interlúdio que nos leva aos cover de “Fly Like An Eagle“, original da Steve Miller Band, que até é uma boa faixa, nas suas limitações, se o ouvinte não conhecer a faixa original. Outro interlúdio já vem em seguida, e o single “In-Between” nos é apresentado, uma boa faixa, mas que acaba frustrando por parecer que vai chegar aquele “boom”, que acaba nunca vindo.
“Legacy” tem a mesma pegada, com um pouco mais de ritmo, com guitarras abafadas liderando os versos. Conta até com um tímido solo de guitarra após o refrão, mas nada que empolgue. Em seguida, vem algo curioso, um cover de “We Will Rock You” com participação das vocalistas Lzzy Hale (Halestorm) e Taylor Momsen (The Pretty Reckless) junto a Maria Brink, que entregam uma baita performance vocal, mas o instrumental artificial e com um tom sombrio acabam tirando a essência deste hino do Rock.
A faixa-título vem com um piano liderando a melodia com guitarras abafadas acompanhando. A performance de Brink é o destaque, com um refrão forte e melódico. Mais uma vez, a faixa pedia um momento mais explosivo após a ponte, mas não veio, deixando-a bastante previsível.
A dançante “As Above, So Below” chega a parecer música de balada gótica em seus versos, com o refrão desencadeando um lado mais Rock n’ Roll da banda. Com sons Floydianos, “Born in Flames” é uma das mais artificiais do álbum, porém é uma das únicas que conta com a bateria mais próxima de soar, ironicamente, crua e natural.
Sinceramente, a essa altura, já está tedioso ouvir o álbum, “God Is She” vem com uma letra toda enigmática, mas seu tom sombrio não a deixa original e acaba sendo uma faixa genérica. O mesmo podemos dizer sobre “Holy Man“, que se parece com qualquer faixa de uma banda de Hard Rock com vocal feminino.
Com participação do vocalista Joe Cotela do Ded, “Hunting Grounds” traz de volta o interesse na audição. O dueto funciona bem e temos uma das melhores faixas do álbum.
“Lay Me Down” tem ótima performance vocal de Maria, e conta com um ótimo instrumental, lembrando bastante algo do Five Finger Death Punch, e olha só, também produzidos por Churko. Fechando temos outro cover, “Into Dust“, originalmente do duo Mazzy Star. Nessa versão bem melancólica e triste, Maria canta com muita paixão sob um piano simplista que vai crescendo acompanhado por violinos, que deixam a faixa em um tom de despedida. Boa escolha para o fim do álbum.
Em geral, um bom álbum dentro da proposta da banda, é entregue o que foi prometido. A crítica mais uma vez fica por conta da produção, em vários momentos, algo mais cru e direto soaria melhor do que os sons eletrônicos e artificiais que Churko adiciona. E isso não é uma escolha da banda, pois em todos os álbuns produzidos pelo cara, os sons ão os mesmos, o timbre é o mesmo, a mixagem é a mesma.
A falta de criatividade de um produtor famoso chega a ser atordoante, por que não usar um violão acústico ao invés de uma guitarra programada? Por que não usar a bateria crua e natural? Será que é tão difícil assim ou eu sou atrasado e não estou entendendo nada?
Enfim, o diferencial aqui continua sendo a vocalista Maria Brink, com seu modo todo teatral de cantar, transmitindo emoção em sua voz. Infelizmente o restante da banda paga pela péssima escolha do produtor e fica apagada. Agora é torcer para que no futuro a banda trabalhe com outra pessoa para que, ao menos, soe mais natural do que hoje.
Tracklist:
01 – The Beggining – Interlude
02 – Fly Like An Eagle
03 – The Red Crusade – Interlude
04 – The In-Between (Hell & Heaven)
05 – Legacy
06 – We Will Rock You (feat. Lzzy Hale, Taylor Momsen)
07 – Mother
08 – As Above, So Below
09 – Born In Flames
10 – God Is She
11 – Holy Man
12 – Hunting Grounds (feat. Joe Cotella)
13 – Lay Me Down
14 – Into Dust
Formação:
– Maria Brink (vocal, piano)
– Chris Howorth (guitarra, backing vocal)
– Randy Weitzel (guitarra, backing vocal)
– Travis Johnson (baixo, backing vocal)
– Kent Diimmel (bateria)