Resenha: Hoje É Dia de Rock – Fortaleza

O ultimo final de semana de férias em Fortaleza foi um presente ao headbangers locais, com seis dias de shows gratuitos, em dois festivais que já fazem parte do calendário cearense: o Forcaos e o Hoje é Dia de Rock. Com o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), instituição financeira que, além de atuar na área para a qual foi originalmente criada, é uma grande fomentadora da cultura na região, por meio do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), o Hoje é Dia de Rock, lançado em junho do ano passado, reúne bandas locais e concede acesso gratuito ao público no equipamento cultural. O evento segue o legado do festival Rock Cordel, também do CCBNB, que teve papel fundamental na formação de público em Fortaleza, sempre com bandas autorais dos mais diversos estilos de Rock e Metal.

Fora a qualidade das bandas presentes, a pontualidade e a acessibilidade – o equipamento conta com bicicletário, estação do Bicicletar e parada de ônibus em frente, é um grande ponto positivo.

 Marcado para as 17:00h, o evento teve inicio no horário marcado e a abertura do ficou a cargo da banda Rise of Fallen Souls. A banda mostrou grande profissionalismo apresentando um Death/Core, com passagem de Thrash metal. A vocalista, Haru Cage, mesmo com problemas na garganta, não poupou os presentes e preencheu o local com seu gutural cavernoso e uma grande postura de palco, interagindo com o pequeno público presente. Durante a apresentação o baterista e membro fundador da banda, Bosco Lacerda, anunciou uma novidade que já vinha sendo anunciada nas redes sociais, a mudança de nome da banda para Agressivium. Após fez sorteio de camisas aos presentes.

Fotos por André Rocha

A programação oficial do evento anunciava a apresentação dos potiguares do Heavenless para as 18:00h, mas devido a imprevistos a programação foi alterada e ocasionou um pequeno atraso e redução do set list na apresentação das demais bandas. Assim com cerca de vinte minutos de atraso sobe ao palco o United Hate, executando um Thrash Metal, influenciado por Kreator, Destruction e Sepultura (Old) e com letras acidas sobre temas atuais como o aprisionamento do homem em relação à tecnologia, em Digital Paranoia, faixa já bem conhecida do público. Neste momento a área já estava cheia e ouve diversos mosh pits. No enceramento, uma mudança na condução da banda. Daniel Biff, assume os vocais, Rodolfo Bento, o baixo e Anderson Nunes a outra guitarra/vocais e eis que vem Tormentor, cover do Kreator, para finalizar a grande apresentação.

Fotos por André Rocha

Após uma pousa, começam a surgir no palco os primeiros indícios de uma noite de terror e é quando sobe a bandeira com o nome Blasfemador que o publico lota o local. Incrível notar como a banda formada em 2009, já figura entre os grandes nomes do metal cearense e vem conquistando espaço no Brasil com seu Speed Metal, influenciado por bandas dos anos 70 e 80 e com temáticas de terror. A banda que, conta com nova formação, aterrorizou os presentes com faixas como “Charles Manson” , “Traga-me a Cabeça do Rei” – catada a plenos pulmões pelos bangers, e “Speed Metal Ataque”. Muitos stage diving e mosh pits puderam ser vistos durante toda a apresentação. Infelizmente o set list deteve que ser reduzido devido ao tempo, mas ainda deu tempo para a banda apresentar “Alucarda” nova faixa que estará presente no novo álbum desses maníacos.

Para fechar essa grande noite de terça feira, o Heavenless, foi escalado para destruir tudo no palco com seu Deathcore. Infelizmente o microfone estava muito abafado, mas isso não prejudicou a apresentação do trio, que mostrou todo seu peso e técnica para os fortalezenses. O baterista, Vicente Andrade, é um monstro atrás do seu kit, desde a abertura com “Hatred”, faixa que mostra sua técnica diversificada, alternando entre o peso e blast beats.

Fotos por André Rocha

Destaque para o guitarrista, Vinícius Martins, que não parou de agitar um minuto enquanto preenchia o local com seus riifs, e para  o vocalista, Kalyl Lamarck, pela simpatia aos presente.

Fotos por André Rocha

O ponto alto ficou por conta da climática, “The Reclaim”, uma das melhores faixas do álbum Whocantbenamed, de 2017. Mesmo com um set reduzido, a Heavenless, deixou uma boa impressão nos presentes. No final da apresentação a banda recebeu alguns fãs no palco para tirar fotos e trocar ideias.

Mais uma vez os organizadores estão de parabéns pelo evento, que transcorreu sem grandes problemas e com segurança, não havendo incidentes de violência dentro ou fora do CCBNB. Que venha os próximos.

Agresivium
Haru Cage (Voz)
Marcello Fernando (Guitarra)
Bosco Lacerda (Bateria)

Rildo Monteiro (Baixo)
Set list
1. Three Days
2. Crawling
3. Medals
4. We are Across
5. Lies
6. Old Bonds
7. Your Gun, Your Coat
8. Scars

United Hate
Rodolfo Bento (guitarra e vocal)
João Paulo Babush (bateria),
Daniel Biff (guitarra)
Anderson Nunes (baixo).
Set list
1. Humans are pigs and pigs are humans
2. The new darkness
3. Digital Paranoia
4. Besieged City
5. Nothing
6. Frankenstein Factory
7. Corrosive Epidemic
8. Tormentor (cover Kreator)

Blasfemador

Estripador (Vocais)
Torturador (Baixo)
Dilacerador (Guitarra)
Decaptador (Bateria)

Set list

1. Horror
2. Charles Manson
3. Traga-me a Cabeça do Rei
4. Alucarda
5. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver
6. Speed Metal Ataque

Heavenless;

Kalyl Lamarck (vocal/Baixo)
Vinícius Martins (Guitarra)
Vicente Andrade (Bateria)

Set list

1. Hatred
2. Enter Hades
3. HOPELESS
4. The Reclaim
5. Oddium
6. Deceiver

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