A banda catarinense Heryn Dae, lançou este seu debute auto-intitulado em 2016, oferecendo aos apreciadores de boa música, uma sonoridade voltada ao Heavy Metal, com faixas expressivas e muita garra em sua proposta. Com diversas influências – que vão do Metal dos anos 80, com algumas lembranças da geração do final dos anos 90/início dos 2000, além de um pouquinho de Doom e Death/Thrash – tudo é estrategicamente utilizado, para enriquecer as composições.

Começando a audição, temos a climática introdução “March to Die”, que funcionou muito bem para nos guiar à atmosfera ‘épica’ do trabalho, e preparar o caminho para a carregada “Final Fantasy”. Sinceramente, apesar de ser ótima, a sequencia ficaria ainda melhor com uma faixa de andamento mais veloz, que criaria um impacto ainda maior, e “Death” teria sido a escolha perfeita. “Kings of Anarchy” também daria uma ótima impressão!

A faixa título, “Heryn Dae”, se vale da cadencia, além de trechos cantados em uma língua antiga – provavelmente em galês. Mantendo o peso e com guitarras mais tradicionais “Shadow’s Prologue” chega à metade do trabalho, com a empolgação em alta, enquanto que “Lucy” apresenta passagens um pouco mais rápidas no refrão. Finalizando o ‘play’, “Evil Fortress” é extensa (com oito minutos), e vai de um Doom influenciado pelo Solitude Aeturnus, até elementos de Death e Thrash Metal, em seus momentos finais.

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O trabalho gráfico ficou bastante interessante, com tons escuros de verde, e combinou com o clima denso da sonoridade, entretanto faltou um maior contraste e nitidez. Já no encarte, foi uma boa jogada a simulação de páginas de livros medievais, inclusive, com selos (daqueles que eram feitos com cera quente de vela e um sinete, para garantir o conteúdo e remetente) com as iniciais da banda, HD. O único porém, fica por conta de um pequeno erro na disposição das letras, que pode gerar certa confusão onde “Shadow’s Prologue” apresenta apenas a primeira estrofe, e que continua na terceira folha, após “Final Fantasy”.

O vocalista nos surpreende com a variação em seus vocais – inclusive, se arriscando em alguns mais agressivos – somando inúmeros pontos para as músicas em si. Mas precisa ter um cuidado extra, com aquela técnica mais nasalada, que talvez tente remeter um pouco ao Chris Boltendahl (Grave Digger), que aparenta exigir um certo esforço desnecessário, comprometendo um pouco na afinação. Os demais músicos se saíram muito bem igualmente, mas o que não valorizou completamente toda essa competência da banda, foi a produção, que precisa ser melhor lapidada futuramente.

É bem fácil de ser perceber, que em alguns trechos, as guitarras não são valorizadas, com bases soando baixas, bem como os solos, que careceram de distorções e timbres, mais estudados para o estilo executado. Logicamente a parte rítmica também foi “afetada”, com os bumbos soando abafados, e as caixas mais altas. O baixo que talvez seja o instrumento mais complicado de se captar e mixar, pois quase sempre é a mesma história em vários discos: possui pouco destaque, em conjunto aos demais instrumentos! Enquanto que os teclados, ainda que a proposta aparente seu uso mais discreto, se fossem mais explorados, ficaria mais bacana. No mais, são fatores que se analisados com calma, podem ser consertados sem dificuldade, pois tanto o som, quanto os músicos merecem o melhor. Mais uma banda que nos mostra muito em seu primeiro registro, mas que promete ainda mais!

Formação:
Victor Moura (Vocal)
Juliano Bianchi (Guitarra)
Ricardo Bach (Baixo)
Cristiano Pereira (Bateria)

Faixas:
01. March to Die
02. Final Fantasy
03. Heryn Dae
04. Death
05. Shadows´s Prologue
06. Lucy
07. Kings of Anarchy
08. Evil Fortress.

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