O fato de o Hatchet vir de São Francisco, a Bay Area do Thrash Metal, já é motivo suficiente para que as devidas atenções sejam dirigidas a eles. Após lançarem três ótimos petardos (o EP “Awaiting Evil”, de 2008, e os álbuns “Dawn of The End”, de 2013 e “Fear Beyond Lunacy”, de 2015), sedimentaram seu lugar entre as mais interessantes bandas da nova safra do estilo, dando razão à esta atenção recebida e mostrando-se uma banda diferenciada, com um talento acima da média.
Convenhamos: numa época em que o Thrash Metal voltou aos holofotes, sobressair entre tantas bandas requer uma dose respeitosa de talento, suor e um “je ne se quois” que a faz cair no gosto do público. Porém, há conjuntos que vão além e fazem trabalhos seminais, não se conformando com sua área de conforto recém-conquistada. Este é o caso de “Dawn of The End”, o primeiro álbum de estúdio dos estadunidenses.
Esse disco tem algo de único. Aquela vibração e empolgação que se sente ao ouvir um “Reign In Blood” do Slayer, um “Kill ‘Em All” do Metallica… Não comparando-os, mas extraindo um parâmetro do poder de envolver que o trabalho traz em si.
A produção é perfeita. A timbragem, o destaque em cada instrumento e a sonoridade característica da banda são o que se destacam numa primeira impressão. As cadenciadas “Silenced By Death” e “Screams of The Night” abrem o CD mostrando o trabalho poderosos de riffs que a banda tem. A performance do frontman e guitarrista Juiz Ramos lembra Schirmer do Destruction, mas tem suas próprias características e sua energia é o diferencial que dá personalidade e carisma ao som da banda.
“Fall From Grace” se destaca por suas mudanças de tempo e um final com duetos de guitarras dignos da NWOBHM. “Revelations of Good and Evil” mostra o lado acústico da banda. Criativa sem o clima enfadonho comum em faixas deste tipo, a música cresce e desemboca em “Signals of Infection”, a melhor performance do baterista Eli Lucas no álbum. A faixa-título “Dawn of The End” salienta mais uma vez o ótimo entrosamento da dupla de guitarristas. “Sinister Thoughts” e “Welcome To The Pleague” seguem alternando velocidade e passagens cadenciadas com direito a paradinha que os fãs do estilo adoram. O trabalho fecha com a longa “Vanishing Point”, com um dos melhores riffs de guitarra já criados no estilo! Um excelente exemplo do que o estilo ainda tem a oferecer quando trabalhado por músicos talentosos e que com certeza deixam sua marca na história da música pesada com louvor!
https://www.youtube.com/watch?v=QOdEfhYpD9M
Formação:
Juiz Ramos (vocais, guitarra solo);
Clark Webb (guitarra solo);
Travis Russey (baixo);
Eli Lucas (bateria).
Record Label: The End Records
Tracklist:
01 – After The Dark
02 – Silenced By Death
03 – Screams of The Night
04 – Fall From Grace
05 – Revelations of Good and Evil
06 – Signals of Infection
07 – Dawn of The End
08 – Sinister Thoughts
09 – Welcome To The Plague
10 – Vanishing Point