Resenha: Green Day – Father Of All… (2020)

Quatro anos após o mediano “Revolution Radio”, de 2016, no dia 07 de fevereiro de 2020, o Green Day lançou o “Father Of All Motherfuckers”, que antes mesmo do seu lançamento já deu bastante o que falar entre os fãs, sendo esse também o álbum mais curto do repertório do trio (26 minutos). 

Tudo começou quando a capa foi divulgada, onde a mesma mostrava a capa do clássico “American Idiot” em zoom, com várias pichações e o desenho de um unicórnio vomitando arco-íris em cima. Com isso, vários fãs vieram com teorias sobre o significado daquilo. 

Uma das que achei mais interessante, e que faz bastante sentido, é que a capa seria uma zoeira com a gravadora Warner, principalmente por esse ser o último álbum do trio pela mesma, onde eles teriam dado uma provocada neles, e nos fãs mais fervorosos, que esperam que a banda faça um novo “American Idiot”. 

Só com essa capa, já era perceptível que o álbum iria trazer algo completamente diferente do que a banda já tenha mostrado por esses anos. E após os lançamentos dos singles “Father Of All Motherfuckers”, “Fire, Ready, Aim” e “Oh Yeah”, já ficava claro a sonoridade que a banda adotou nesse disco. 

A partir desses três primeiros singles citados, que também foram as três primeiras músicas do álbum, percebeu-se que o Green Day passou a adotar um som bem mais Pop do que nunca, tirando inclusive as características Punks do som, fazendo algo bastante experimental. 

Inclusive, o Billie Joe resolveu experimentar até demais nos vocais desse álbum, oitavou a voz por metade de uma música e tacou efeito até não poder mais, na busca de uma sonoridade mais sessentista. 

Em praticamente todas as músicas o baterista Tré Cool adotou mais a batida eletrônica, vindo sempre acompanhado de palmas ritmadas, ainda buscando pela sonoridade mais retrô, Com isso, por várias vezes, a banda soou bastante como o “Foxboro Hot Tubs”, um antigo projeto paralelo dos membros do Green Day, onde eles tocavam músicas com sonoridades do clássico rock n roll sessentista de garagem. 

Algumas canções que posso destacar de antemão são “Meet Me On The Roof”, “Stab You In The Heart”, “Sugar Youth” e “Junkies On a High”, tendo a última mencionada soado como uma música do Artic Monkeys. 

Bom, de qualquer forma, uma coisa que o Green Day sempre deixou claro durante a carreira, e provou isso mais uma vez no “Father Of All Motherfuckers”, é que eles não tem medo de mudarem a fórmula, e fazer um som do tipo que ninguém esperava, mesmo que isso significasse ter que aguentar os fãs fervorosos. 

Isso ocorreu no “Nimrod” após lançarem a música “Good Riddance (Time Of Your Life)”, ocorreu no “Warning”, ocorreu no “American Idiot”, ocorreu no “Uno, Dos e Tré”, e ocorreu agora no “Father Of All Motherfuckers”. 

Fato é, eles não se importam mais, desde o “American Idiot” eles já estão consolidados no mercado musical com uma alta relevância, e não há nada que mude isso, com isso, eles estão arriscando agora fazer o tipo de som que bem entendem sem muito pudor. 

Isso por um lado é bom, pois mostra que eles têm atitude, mas por outro, mostra que eles realmente nunca mais farão nada que chegue próximo ao que foi o “American Idiot” em 2004, que foi o auge da sua carreira, e a banda não tem intenção de fazer isso. 

Infelizmente, o resultado disso será o mesmo que acontece com todas as bandas consolidadas, seus setlists ficarão mais presos aos sucessos do passado, e todos os álbuns novos que forem lançados não conseguirão relevância. Com isso, tenham certeza, o destino do “Father Of All Motherfuckers” é ser mais um entre os trezes álbuns lançados pelo Green Day. 

Green Day – Father Of All Motherfuckers
Data de lançamento: 07 de fevereiro de 2020
Gravadora: Warner

Tracklist

01 Father Of All Motherfuckers
02 Fire, Ready, Aim
03 Oh Yeah!
04 Meet Me On The Roof
05 I Was a Teenage Teenager
06 Stab You In The Heart
07 Sugar Youth
08 Junkies on a High
09 Take The Money And Crawl
10 Graffitia

Formação

Billie Joe – vocal e guitarra
Mike Dirnt – baixo
Tré Cool – bateria

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