Resenha: Gorezia-Vaginal Mutilation (2017)

Você que tem banda autoral, certamente está mais que habituado com as condições na maioria das vezes dificultosas para a sobrevivência de uma banda nos dias atuais. Mesmo morando em alguma capital, as dificuldades para se manter um time de músicos comprometidos e dispostos a enfrentar tudo em nome do amor à arte que produzem, são enormes e por vezes, desestimulantes. Agora tente se imaginar junto a seus amigos numa terra em que praticamente tudo opera contra seus propósitos, longe da capital, numa cidade pequena e em meio a um mercado fonográfico avesso ao que você produz. Pois foi nessas condições inóspitas que a banda Gorezia conseguiu produzir o EP Vaginal Mutilation! Com sonoridade calcada no Old School Death Metal, a obra traz temas dignos de trilha sonora para filme de horror. Com riffs pesadíssimos e cordas afinadas bem abaixo do padrão convencional, as letras são vociferadas de maneira visceral pelo vocalista Augusto Mendes, que diga-se de passagem, é detentor de uma técnica invejável, por vezes soando tão grave quanto o rugido de algum animal selvagem.

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A faixa inicial, intitulada como Ejaculation of Death, já chega mostrando sem mais delongas, como se dará o restante da produção. Com uma introdução bem construída com riffs marcantes.

O destaque indubitável da faixa número dois, sem dúvida é a performance matadora do baterista Rafael Azevedo. O mesmo já bem conhecido na cena local por sua técnica apurada de pedal duplo.

Se você acha que a demo já estava pesada até aqui, espere só até a pedrada número 3 começar! Necrophiliac Perversion é mais uma amostra de absurda brutalidade sintetizada em forma de música. Daquelas que são praticamente uma intimação a comparecer no mosh! A mesma possui um solo de guitarra bastante interessante, de sonoridade doente e sombria, com Renan Alves e David Mello fazendo um revezamento que serve bem ao que a música pede.

Flesh of Evil, mostra-se a mais interessante do EP, curta e direta, com um refrão simples que é impossível não sentir vontade de gritar junto.

Em Ritual Slaghter, consolida-se a certeza de que estamos diante de uma obra de quem sabe fazer Death metal. Peso, agressividade e execução visceralmente violenta não decaem nenhum grau. É um prato cheio pra se bater cabeça do início ao fim.

Encerrando a audição, a faixa título soa extremamente grave e traz até um solo bem interessante do baixista Valtemberg martins no início e uma interação entre o mesmo e o vocal aos 01:50. Em suma, a banda faz uma bela estréia e é uma das promessas do Death Metal do estado do Ceará. Vaginal Mutilation está disponível também no Youtube, sendo que em breve, sairá também em versão tape pelo selo russo Narcoleptica Productions.

Faixas

  1. Ejaculation of Death
  2. Quartered and Carbonized
  3. Necrophiliac Perversion
  4. Flesh of Evil
  5. Ritual Slaughter
  6. Vaginal Mutilation

Line Up

Augusto Mendes (Guto) – Vocal

Valtemberg Martins- Baixo

Renan Alves- Guitarra

David Mello- Guitarra

Rafael Azevedo- Bateria

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