Mesmo sendo suspeito para falar sobre qualquer coisa de Max Cavalera, senti a necessidade de fazer esta resenha. Em mais um projeto, agora em família com seu filho Igor Amadeus Cavalera, a promessa era de algo mais Old School com influências da música extrema dos anos 80, principalmente do Death Metal e do Punk.
Na primeira ouvida não achei nada demais, mas depois de ouvir a segunda, terceira, quarta vez, comecei a “enxergar” o álbum de outra maneira. Você encontra as tais influências facilmente, seja nas letras, nos riffs ou na mixagem, que é bem crua e suja, por sinal. E essas influencias colidem diretamente com alguns projetos principais de Max, como o Cavalera Conspiracy, o antigo Sepultura e, de um modo positivo, se afasta do Soulfly e Killer Be Killed.
O ataque sonoro de Truckload Full Of Bodies abre o álbum mostrando um som rápido, agressivo e com uma pegada Death Metal. Toxic Freedom começa com um riff Punk, mais diretão, a voz de Igor ganha mais destaque aqui e encaixa muito bem no estilo proposto. A ponte tem um riff que acelera a faixa de forma esmagadora.
ICE Cage é direta e conta com riffs mais harmônicos. Ainda assim, bastante consistente, com alguns blast beats aparecendo na faixa. Isolated/Desolated ainda aparece com riffs mais variados em mid-tempo, mudanças de ritmo deixam a faixa bem diferente, transitando entre o Death e o Doom em certos momentos.
Um Death/Thrash esmaga a audição em Prophet’s Prey, com riffs no estilo clássico de Max, um destaque para Zach Coleman, que simplesmente detona o seu kit. Provavelmente é a faixa onde a proposta da banda fica mais clara. Em Punisher, temos mais mudanças de ritmo e um certo Groove, até porque o baixo aparece bastante na faixa.
A interessante El Cuco começa cadenciada, pesadíssima, mas ao decorrer se transforma em um Death Metal e finaliza com um Doom arrastado. G.A.A.D. tem um Groove bem bacana que predomina o andamento da faixa, as guitarras apresentam um riff mais cadenciado e sem palhetadas frenéticas, lembra bastante o Death Metal feito pelo Obituary. Worth Less Than Piss é um baita Crossover com muita influencia do Punk/Hardcore oitentista.
(In The) Slaughterline começa sombria e se transforma em uma faixa com um refrão bom demais. Ainda tem uma mudança de andamento com um riff que lembra bastante o Sepultura do Chaos A.D., tenha uma atenção a mais com ela. Roadkill encerra o álbum em grande forma, com um Death Metal direto que começa mais lento e vai acelerando até ficar frenético com palhetadas rápidas e blast beats na sua ponte, aí já com um pegada Thrash bastante Old School.
O velho Max Cavalera mostra que ainda está em grande forma, fazendo o que sabe de melhor, com um novo parceiro, Igor, que claramente deu um gás na performance com a divisão dos vocais com o pai. Coleman tocou com o coração no álbum, deixou uma assinatura consistente com seu estilo mais cru e direto, com muita influencia do Punk. A mixagem ainda deixa um charme, lembrando bastante os álbuns mais precários do final dos anos 80, mas com uma qualidade melhor, obviamente. E essa é a grande diversão do álbum, um tom nostálgico mesclado com temas bastante atuais, influenciados musicalmente pelos estilos mais clássicos da música extrema, com aqueles riffs com a assinatura Cavalera. Ouça sem dó!
Go Ahead And Die – Go Ahead And Die
Data de Lançamento: 11 de junho de 2021
Gravadora: Nuclear Blast
Tracklist:
01. Truckload Full Of Bodies
02. Toxic Freedom
03. I.C.E. Cage
04. Isolated/Desolated
05. Prophet’s Prey
06. Punisher
07. El Cuco
08. G.A.A.D.
09. Worth Less Than Piss
10. (In The) Slaughterline
11. Roadkill
Formação:
Max Cavalera – guitarra, baixo, vocal
Igor Amadeus Cavalera – guitarra, baixo, vocal
Zach Coleman – bateria
NOTA: 8,0
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