Resenha: Ghost – Prequelle (2018)

Falar do Ghost, hoje em dia, já é bem mais tranquilo e menos polêmico do que era há alguns anos. Antigamente, não podíamos falar da banda sueca sem que houvesse discussões e muitas vezes ofensas contra os fãs da banda. Agora não, a banda já ganhou um status de grandeza e é muito mais respeitada, ainda assim, causa discórdia de muitos, em escala menor.

Sem medo, vamos falar hoje do novo álbum da banda, agora liderada por Cardinal Copia, pseudônimo do vocalista Tobias Forge, que tem se mostrado um artista cada vez evoluído, com uma criatividade tremenda.

Prequelle” é o quarto álbum do Ghost, trazendo composições épicas e com a identidade que a banda vem criando a cada lançamento. O álbum é, naturalmente, uma evolução de “Meliora” (2015), com qualidade semelhante ou até melhor.

Desde de a sombria faixa de abertura, “Ashes“, até a melancólica “Life Eternal“, que fecha o álbum brilhantemente. Mas, entre elas, temos grandes composições, com alguns elementos jamais usados pela banda. Passamos pelo single dançante “Rats“, a faixa que vai grudar rapidamente na sua cabeça, “Faith“, essa que tem um ótimo riff e um grande solo de guitarra.

See The Light” é uma faixa que começa bastante Pop, que vai crescendo durante sua execução, seu refrão é pesado e melódico, com ótimas harmonias, o que é um ponto bastante positivo em todas as faixas, todas contam com ótimas harmonias. “Miasma“, é a incrível instrumental que vem em seguida, essa que já tinha sido apresentada ao vivo, tem o teclado harmônico muito bem encaixado que dá o ritmo principal da faixa, conta com ótimos solos e um elemento surpresa, um Sax que tem um solo cheio de feeling em sua reta final, surpreendente.

Dance Macabre” é o segundo single do álbum, com um riff de guitarra ditando o ritmo da faixa, tem um tom oitentista muito bacana e sempre será bem vida nos setlists ao vivo.

Agora, “Pro Memoria” merece um destaque, é uma faixa muito nostálgica com a face do Ghost, a identidade musical da banda fica muito evidente aqui. A faixa já nasceu clássica, tanto por conta de seu instrumenta, muito bem construído. Seu tom sombrio , tanto musicalmente quanto liricamente, dão um sabor diferente para a faixa, que ainda conta com um piano nos versos dando uma ótima harmonia. Ao seu final ainda conta com violinos dando um tom épico. Grande faixa, talvez a melhor do álbum.

Witch image” parece até uma sobra de “Meliora” que acabou entrando em “Prequelle“, mas isso não é nada ruim, é outra com um clima oitentista, um pouco mais pesado, que agrada bastante. Destaque para o seu ótimo refrão.

Com quase seis minutos, a outra instrumental “Helvetesfonster” é a mais longa do álbum, no início você pode até pensar que está ouvindo uma faixa do Epica, ou até mesmo a trilha sonora de algum filme medieval, mas não se engane, ainda é o Ghost na sua melhor forma. Em sua metade a faixa tem uma mudança de ritmo, com um violão sendo o centro com muito feeling nos levando para o final do álbum, que é fechado com a melódica e melancólica “Life Eternal“, o tom épico dos backing vocals deixa a faixa perfeita para o fechamento do álbum, ótima escolha.

Prequelle” mostra o Ghost mais em forma do que nunca, conseguir manter a qualidade de seu antecessor e em certas partes até o superou. Os elementos surpresas como o Sax e as instrumentais deixaram tudo muito interessante. As harmonias deram um show e a banda se mostrou muito entrosada.

Mas claro que o show é de Tobias Forge, um grande vocalista, que dentro de suas limitações, consegue passar um feeling impressionante nas faixas, claro que não podemos compará-lo a Dio, Bruce Dickinson e companhia, mas dentro da proposta da banda, é o melhor no que faz. Ouça o álbum sem medo de ser feliz, pois é um dos candidatos a melhor do ano, sem dúvida alguma.

Faixas:
01. Ashes
02. Rats
03. Faith
04. See the Light
05. Miasma
06. Dance Macabre
07. Pro Memoria
08. Witch Image
09. Helvetesfönster
10. Life Eternal

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