Resenha: Ghost – Opus Eponymous (2010)

Ghost, uma das bandas mais amadas (e odiadas) da atualidade, estreou em 2010 com o álbum “Opus Eponymous” – e já é um novo clássico. Nada óbvia, a banda tem uma proposta que chegou como um sopro de alívio ao mundo do metal, que ansiava por novidades. As músicas, de conteúdo satanista e ocultista em sua maioria, é uma mistura de tudo que os influenciam, desde Led Zeppelin, passando por Black Sabbath e pousando até nos compatriotas do Abba. Tem hard rock, heavy metal, doom metal, psicodelia e muito carisma.

A banda conta com excelentes músicos e melodias elaboradas impecáveis, porém nada complicadas de se entender. Tudo flui numa atmosfera que parece uma mistura de filmes de horror clássico com culto religioso, devido aos teclados bem presentes. Porém cada música é única e não deixa lembrança da faixa anterior. Muito difícil de se fazer. Riffs que parecem ter saído dos anos 70, junto com o peso de guitarras ao melhor estilo heavy metal dos anos 80 marcam o diferencial da banda (por esse motivo é difícil classificá-los como banda de metal).

Dentre as faixas desse álbum, os destaques vão para Con Clavi Con Dio (a missa negra), Stand by Him (para as bruxas amantes de Satã), Prime Mover (o baixo é matador), Elizabeth (uma homenagem à Condessa Elizabeth Bathory, a sanguinária) e o hit Ritual, dançante e obscuro. Detalhe que o álbum começa com o instrumental Deus Culpa (preparando o ouvinte com um peso sepulcral) e fecha com outro instrumental, Genesis, igualmente pesada mas dando a impressão de que tudo continua no próximo álbum.

ghost

O Ghost quebrou todos os estereótipos de bandas satanistas e nos entrega uma obra cheia de mistério, sonoridade e estética própria. Talvez seja por isso que algumas dezenas de metaleiros os odeiam. Afinal, o que se esperava, mediante o visual e o conteúdo das músicas, seria uma banda mais ao estilo Slayer, uma coisa agressiva, uso de pentagramas e imagens de bode, essas coisas manjadas. Mas nada disso. Os suecos trouxeram uma nova proposta num ambiente tão “tradicional” que é o metal. Vocais limpos (e bem executados), muitas vezes até delicados, falando de Satã? Como pode? Pois é haters, e não é que ficou bom? Mas tem uma explicação: como sempre acontece com tudo na vida, o que é novidade causa espanto, desconfiança e rejeição. No entanto, a banda conquistou uma legião de fãs fiéis ao redor do mundo e também a crítica especializada. Eu mesma, antes de conhecer, achava apenas mais uma banda de mascarados. Agradável engano.

Dizer que o Ghost é ruim, no mínimo é ignorância. Impossível escutar e não sentir pelo menos uma intriga, uma curiosidade. Long live Ghost!

Opus Eponymous

1- Deus Culpa

2- Con Clavi Con Dio

3- Ritual

4- Elizabeth

5- Stand by Him

6- Satan Prayer

7- Death Knell

8- Prime Mover

9- Genesis

https://www.youtube.com/watch?v=tStlQM5mPas

GHOST

Papa Emeritus I: vocal

Alpha: guitarra

Omega: guitarra solo

Earth: bateria

Water: baixo

Air: teclados

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