Resenha: Foo Fighters – Medicine At Midnight (2021)

A trupe de Dave Grohl chega com mais um álbum, o décimo da discografia do Foo Fighters, que vem com uma proposta de ser mais “dançante” do que os anteriores. Claro que a banda nunca deixaria de fazer o bom e velho Rock’n’roll, ainda mais com a qualidade e competência de todos os outros cinco membros.

Pois bem, sobre as três faixas liberadas anteriormente, temos “Shame Shame“, bastante cadenciada, com um certo Groove que realmente parece ter uma direção mais dançante, com uma pitada de Stones, com aquele refrão grudento que a banda sabe fazer de forma brilhante. Alguns até torceram o nariz para a faixa, mas aos poucos você se acostuma com sua vibe. “No Son Of Mine” já foca em um Rock agitado no estilo da banda, não é um grande hit, mas é competente dentro de sua proposta.

Waiting On A War” merece uma atenção a mais. Uma faixa que Grohl escreveu após sua filha perguntar e haveria uma guerra, referindo-se a tensão criada no início de 2020 sobre uma nova a caminho. A faixa tem uma belíssima letra que casa bem com a melodia acústica que vai crescendo e tomando forma. Essa sim uma candidata a virar uma faixa clássica do Foo Fighters, coisa que é garantida com pelo menos uma faixa a cada álbum.

Agora nas inéditas, começamos com “Making A Fire“, umas boa faixa de abertura, com belos backing vocals e um belo trabalho do baixo, Grohl solta a voz em uma faixa feita para as rádios. “Cloudspotter” parece uma faixa do Red Hot Chilli Peppers, mais funkeada e com uma voz feminina acompanhando o vocalista nos versos iniciais, nos leva para um refrão fortíssimo e que com certeza vai grudar de primeira.

A faixa-título representa muito bem a proposta do álbum. Uma pegada dançante e retro aparece durante a canção, quem tem uma performance vocal de Grohl digna de elogios. Refrão pegajoso e ótimos backing vocals aparecem aqui. “Holding Poison” é mais agitada e conta com uma guitarra distorcida liderando a melodia, Taylor Hawkins também aparece no vocal de apoio e com uma ótima performance no kit de bateria, com ótimas viradas. Destaque para o seu final onde a faixa ganha peso e um ótimo solo.

Na reta final, “Chasing Birds” é uma balada bem calma onde há um trabalho harmônico perfeito, a melodia é liderada pelos violões e um clima ótimo fica no ar com a audição da faixa. “Love Dies Young” fecha o álbum e tem um riff pesado na abertura, logo um clima estilo Kings of Leon toma conta dos versos. Seu refrão é competente mas a música acaba não empolgando como uma faixa de encerramento deveria fazer, funcionaria melhor no meio do álbum.

A produção ficou mais uma vez sob a responsabilidade de Greg Kurstin, que trabalhou no o álbum anterior, “Concrete And Gold” de 2017. O mesmo tem fama por produzir artistas mais voltados ao Pop, como Kelly Clarkson, Adele, Sia, Pink, e desde sempre era questionado pelos fãs até que ponto isso influenciaria no som do Foo Fighters, mas claramente isso não passou de burburinho, pois Kurstin se mostrou muito competente desde então, adicionando um pequeno toque ali, outro aqui, que acabaram enriquecendo o som da banda.

O Foo Fighters chega com uma proposta diferente e mais uma vez faz tudo com muita competência. Cada detalhe é perceptível. Um dos destaques é o coral com cinco mulheres, Samantha Sidley, Violet Grohl (filha de Dave Grohl), Barbara Gruska, Inara George e Laura Mace, que fazem um trabalho harmônico perfeito, dando muitas vez um tom nostálgico para as faixas. Os guitarristas Chris Shiflett e Pat Smear estão mais entrosados do que nunca e acertam em tudo. Nate Mendel aparece em destaque com o seu baixo principalmente nas faixas mais funkeadas e Rami Jaffee está cada vez mais participativo como músico fixo da banda. Hawkins é um show a parte, sempre competente e Grohl não precisa de comentários, o cara sabe o que faz. Enfim, mais um álbum que precisa estar na prateleira, coeso, sem rodeios e com faixas poderosas.

Medicine At Midnight – Foo Fighters
Data de lançamento: 05/02/2021
Gravadora: RCA

Faixas:
01. Making A Fire
02. Shame Shame
03. Cloudspotter
04. Waiting On A War
05. Medicine At Midnight
06. No Son Of Mine
07. Holding Poison
08. Chasing Birds
09. Love Dies Young


Formação:
Dave Grohl
– vocal, guitarra, produtor;
Taylor Hawkins – bateria, produtor;
Rami Jaffee – teclados, piano, produtor;
Nate Mendel – baixo, produtor;
Chris Shiflett – guitarra, produtor;
Pat Smear – guitarra, produtor.

Músicos adicionais:
Samantha Sidley – backing vocals
Violet Grohl – backing vocals
Barbara Gruska – backing vocals
Laura Mace – backing vocals
Inara George – backing vocals
Omar Hakim – percussão
Jacob Braun – cello (2, 4)
Greg Kurstin – violino (2, 4)
Alma Fernandez – viola (2, 4)
Charlie Bisharat – violino (2, 4)
Songa Lee – violino (2, 4)

NOTA: 8,5
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