O oitavo álbum do Five Finger Death Punch vinha sendo aguardado desde meados do fim de 2018, com promessas de músicas pesadas, riffs espetaculares e letras falando sobre a sobriedade de seus membros, que têm lutado há muitos anos contra o vício em drogas e bebidas.
Em suas redes sociais, a banda vinha postando vídeos das gravações, com trechos de riffs poderosos que estavam deixando os fãs com a ansiedade alta.
Pois bem, o grande dia chegou e “F8” já está disponível nas lojas e em formatos digitais via Better Noise Music. Vamos descobrir juntos se vale a pena colocá-lo na prateleira, playlist, como preferir, ou se é um álbum para ser esquecido.
A começar pelo nome sem sal, sem açúcar, “F8” até faz sentido, mas só por ser o oitavo na discografia, fora isso, nada demais e a banda poderia sim ter pensado em algo mais criativo, como vinha fazendo em seus sete álbuns anteriores, até mesmo e sua coletânea “A Decade Of Destruction“. O guitarrista Zoltan Bathory até explicou que seria apenas “8” e que a combinação “F8” seria um trocadilho com “Faith” (fé em inglês).
Vamos as faixas. A abertura que dá nome ao álbum casa muito bem com “Inside Out“, faixa forte e com muito peso e melodia, marca registrada do 5FDP que faz muitas faixas com essas estrutura, o que funciona muito bem, principalmente com a voz grave de Ivan Moody. Inclusive, a música, que também é o primeiro single do álbum, tem alcançado o primeiro lugar e muitas rádios de rock pelo mundo.
Outro single é “Full Circle“, essas mais genérica e não tão empolgante, mas tem a marca da banda. “Living The Dream” também foi liberada com antecedência e tem uma letra ambígua que faz uma crítica social provavelmente contra governantes.
Aqueles riffs espetaculares prometidos estão aqui, porém ficaram com tanto polimento na mixagem que acabaram ofuscados, você percebe isso em faixas que eram para serem mais agressivas, como “Bottom of the Top” e “This is War“.
Algumas baladas também fazem parte do álbum, primeiro vem “A Little Bit Of“, que parece qualquer balada de uma banda Teen dos anos 90, totalmente desencaixada no álbum. “Darkness Settles In” é uma das melhores que a banda já lançou, com a melodia acústica que vai crescendo no decorrer da faixa. Por último, mas não menos importante, tem “Brighter Side Of Grey“, também comandada pelo violão que tem um belo refrão.
Outro modelo estrutural usado pela banda é o das faixas pesadas, que abusam dos pedais duplos, mas que soam como qualquer outra que a banda lançou no passado. Exemplos aqui são: “To Be Alone“, “Mother May (Tic Toc)“, “Leave It All Behind” e “Scar Tissue“.
Desde “War Is the Answer“, de 2009, a banda tem trabalhado com o produtor Kevin Churko, criando uma certa identidade em seu som, ou melhor, identidade de Churko, já que todos os álbuns que ele tem produzido contam com a mesma mixagem, mesmos efeitos, com as guitarras polidas demais, a bateria soando artificial, batidas que muitas vezes deixam a música que deveria ser pesada, soar quase como música eletrônica. Vide os álbuns do In This Moment, do Disturbed e até mesmo “Scream” de Ozzy Osbourne.
Por fim, “F8” não é um álbum que mereça estar nas prateleiras de quem não é um fã, até mesmo para os fãs, será uma escolha apenas para a coleção, pois parece um álbum genérico, sem inspiração, com faixas que não se conectam. Isso tudo somado a preguiçosa produção de Churko, gerou um álbum que passa longe daquilo que o 5FDP foi em um passado nada distante. Talvez seja a hora da banda sair da zona de conforto e arriscar um novo produtor no futuro.

Data de lançamento: 28 de fevereiro de 2020
Gravadora: Better Noise
Tracklist:
01. F8
02. Inside Out
03. Living The Dream
04. A Little Bit Off
05. Bottom Of The Top
06. To Be Alone
07. Mother May I (Tic Toc)
08. Darkness Settles In
09. This Is War
10. Leave It All Behind
11. Scar Tissue
12. Brighter Side Of Grey
Formação:
– Zoltan Bathory (guitarra)
– Ivan Moody (vocal)
– Jason Hook (guitarra)
– Chris Kael (baixo)
– Charlie Engen (bateria)