Solidão, ocultismo, conflitos psicológicos e uma série de sentimentos que envolve melancolia, dor, angústia e até mesmo paz de espírito são ingredientes fundamentais para uma receita básica de Doom Metal, pois tais itens se transformam em arte nas mãos de quem sabe trabalhar com esta vertente.
Este estilo externado ao mundo por nomes como Trouble, Candlemass e Solitude Aeturnus conquistou espaço no Brasil entre os anos 80 e 90, de maneira simplória, mas aglomerando milhares de fãs pelos dutos mais obscuros do underground.
Hoje, através de bandas como o Fallen Idol, de Arujá (SP), que em 2015 estreou com um trabalho autointitulado, a cena brasileira para este tipo de música vive dias de renascença. Como resultado e abrindo as campanhas de 2017, o trio formado por Rodrigo Sitta (guitarra, vocal), Márcio Silva (baixo) e Ulisses Campos (bateria) lança este segundo disco batizado como “Seasons of Grief”, solidificando ainda mais o seu nome entre as principais forças desse gênero no país.
Gravado e produzido por André Marques entre os meses de dezembro de 2015 e fevereiro de 2016, no Overdrive Estúdio, em São Paulo (SP), o álbum teve seu lançamento oficial oito meses após a sua finalização, pondo fim às expectativas dos fãs naquele 9 de outubro de 2016.
Assim como no debut, ele contém sete faixas que se distribuem pelos seus mais de 43 minutos de duração. O material físico em digipack é ilustrado por uma paisagem morta criada pelo artista Tales Oliveira, que conseguiu repassar através de sua ideia as mensagens de canções como “Nobody’s Life” e “Heading for Extinction”.
O clima denso, guitarras arrastadas e cozinha pontualmente cadenciada regem a sonoridade do grupo que nos permite viajar ao som de músicas como “Unceasing Guilt” e “Worsheep Me”, que são adequadamente pesadas dentro de uma atmosfera soturna. Na faixa título e em “The Boy and the Sea” (que já possui versão oficial em videoclipe), os solos são majestosos ao estilo Gregor Mackintosh (para quem curte Paradise Lost) e em “Satan’s Crucifixion” o andamento é bem mais acelerado.
É bom salientar que Rodrigo possui técnicas vocais limpas, deixando escapar em momentos sutis alguns drives que complementam o alcance de sua voz, portanto não espere guturais monstruosos ou gritos espremidos, o que se tem aqui é a combinação natural de Heavy Metal e cânticos salutares. É meu amigo, por aqui o cenário Doom vai bem, obrigado.
Formação:
Rodrigo Sitta (guitarra e vocal);
Márcio Silva (baixo);
Ulisses Campos (bateria).
Faixas:
01 – Seasons of Grief
02 – Nobody’s Life
03 – Unceasing Guilt
04 – Heading For Extinction
05 – The Boy and the Sea
06 – Worsheep Me
07 – Satan’s Crucifixion
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8/10