A trajetória dos ‘thrashers’ do Faces Of Death teve início há exatas 3 décadas, no longínquo ano de 1990, em Pindamonhangaba, região interiorana de São Paulo. O line-up original, formado por Laurence Miranda (guitarra e vocal), Victor Hugo (baixo) e Flávio (bateria), perdurou por 7 anos, período no qual o trio lançou 2 ‘demo tapes’: “Demo” (1994) e “Retrocession” (1996). Em 1997, a banda pausou suas atividades, hiato este que acabou durando 20 anos, até o retorno triunfante em 2017, com sua formação completamente reestruturada pelo líder e frontman Laurence Miranda. Desde então, o grupo vem trabalhando de forma incessante, já havendo disponibilizado o EP “Consummatum Est” (2017), o ‘debut album’ “From Hell” (2018), e o recém-lançado “Usurper Of Souls“, tema base desta matéria.
A bolacha é composta por nove canções, distribuídas em pouco menos de 39 minutos. Vamos a um breve faixa a faixa:
“Usurper Of Souls” abre a audição como um perfeito cartão de visitas. Tema poderoso, com boas variações rítmicas e ‘licks’ melódicos bem encaixados, além de um breve e belo interlúdio no violão;
“Empty Minds” é Thrash Metal puro, rudimentar e direto, sem maiores ‘firulas’ ou experimentações;
“Deep Agony“, outra música bem ‘na cara’, traz um trabalho instrumental áspero e extremamente afiado;
“Monster Medium” é mais diversificada que as anteriores, ostentando passagens melódicas de bom gosto, mudanças de andamento certeiras e elegantes linhas de baixo;
“Faith Or Fear” tem início com um dedilhado intimista no violão, mas não demora a se transformar em um verdadeiro petardo ‘groovado’, recheado de ‘breakdowns’ e vociferações que exprimem o mais honesto ódio;
“Open Wounds” possui uma cadência um tanto arrastada onde, assim como em sua predecessora, é possível notar as influências do gênero Hardcore no som do grupo;
“Killer… In The Name Of God” é um amálgama de tudo que a banda apresenta neste álbum: peso, agressividade, melodia e bom gosto. Som intrincado e um dos melhores do repertório;
“Death Virus” carrega uma grande crueza em sua essência, com a adição de alguns ‘blast beats’, tornando-a assim ainda mais extrema;
“Warlord” trata-se da mais curta e simples música do registro, porém não menos impactante, e responsável por encerrar a experiência auditiva em uma nota bastante elevada.
A produção do trabalho é de alto nível, considerando principalmente que a boa timbragem de cada instrumento fica perfeitamente abalizada na mixagem. Vale destacar também a linda arte da capa, que foi desenvolvida por Marcelo Vasco, renomado artista gráfico que trabalha com lendas do calibre de Slayer e Kreator (entre inúmeras outras), além de tocar guitarra nas bandas The Troops Of Doom e Patria.
Em suma, “Usurper Of Souls” é excepcional e, sem sombra de dúvidas, o ápice da carreira do Faces Of Death, apresentando uma banda em excelente forma técnica e criativa, e conquistando assim sua merecida posição entre os melhores lançamentos do Metal extremo nacional – quiçá mundial – nesse turbulento ano de 2020.
Nota: 9
Tracklist:
01 – Usurper Of Souls
02 – Empty Minds
03 – Deep Agony
04 – Monster Medium
05 – Faith Or Fear
06 – Open Wounds
07 – Killer… In The Name Of God
08 – Death Virus
09 – Warlord
Formação:
Laurence Miranda – voz e guitarra
Felipe Rodrigues – guitarra
Sylvio Miranda – baixo
Sidney Ramos – bateria