O Exorddium vem da cidade mineira de Contagem, e desde 2004 pratica um Heavy Metal tradicionalmente cantado em português. Em 2006 lançou a sua demo auto-intitulada e cerca de sete anos depois o debut ‘Sangue ou Glória’. No ano de 2017 tivemos a liberação do segundo full length ‘Leviatã’.

A instrumental “Oceano das Almas Perdidas” – tão poética quanto seu título – nos mostra um trabalho muito bonito de violão, para em seguida vir a faixa título “Leviatã”, mantendo o pé no freio em um Metal mais cadenciado, mas que ganha uma energizada minutos depois. A velocidade come solta em “Hail”, que apesar do título em inglês – de cara remetendo ao Manowar – é 100% em nossa língua, como o restante do trabalho, e é o ponto onde a chama da empolgação é definitivamente acesa. “Irmãos no Metal” também parece ter sido inspirada nos estadunidenses do True Metal, e de quebra ainda tem direito a levadas cavalgadas, no melhor estilo Iron Maiden.

“Coração de Aço” é indiscutivelmente uma das composições mais fortes do álbum, com um refrão forjado pra ficar na cabeça (talvez ali com uma pitadinha bem discreta de Hard Rock, quem sabe) e também ouso a dizer que é uma das faixas mais legais de Heavy Metal que já escutei. “Brinde à Vida” é outra que irá te lembrar um pouco o Iron Maiden, já que além de trazer de volta as “cavalgadas”, alguns vocais também lembram o vocalista da banda britânica.

“Filhos da Noite” parece ter saído de alguma fenda no tempo, direto dos anos 80, sem contar o seu agradável e modesto clima soturno. “Dama das Sombras” encerra o segundo álbum do Exorddium, começando mais agitada, mas se permitindo uma brusca mudança em seguida, como uma espécie de parênteses Doom Metal, acompanhando a história contada até os instantes finais. Boa sacada!

Naturalmente, bandas de Heavy Metal que cantam em português, nos trazem de imediato a sensação de uma sonoridade mais old school, o que não é mentira aqui neste trabalho dos meus conterrâneos de Estado, muito embora consiga soar atualizado ao século XXI.

O trabalho de produção para uma banda independente, mesmo que com todas as facilidades proporcionadas pelas tecnologias atuais, ainda requer total cuidado de quem cuida dessa parte no som. O trabalho de áudio aqui é bem aceitável, mas senti que faltou mais equilíbrio entre os instrumentos e o vocal. O último mencionado, ficou um pouco mais  baixo que o instrumental, mas será que foi intencional? Mesmo não tendo sido, foi um detalhe que pode ser observado em um próximo disco. Isso também ocorre com a guitarra base, ok? Ah, outra dica fica para o trabalho artístico, que apesar de apresentar imagens bem legais, principalmente no encarte, na parte da capa ficou devendo um melhor esforço, para valorizar a arte. Mas, acredito que são apenas alguns detalhes bem fáceis de se resolver, e nada de tão grave que tenha prejudicado ou desmerecido o trabalho em si.

Pelas boas composições, vale a pena aquela conferida urgente!

Formação:
Eduardo Bisnik (vocal)
Fernando Amaral (guitarra)
Paulo César (guitarra)
Nicolas Cortelete (baixo)
Jailson Douglas (bateria)

Faixas:
01. Oceano das Almas Perdidas
02. Leviatã
03. Hail
04. Irmãos no Metal
05. Coração de Aço
06. Brinde à Vida
07. Filhos da Noite
08. Dama das Sombras.

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