“Videns autem Pilatus quia nihil proficeret sed magis tumultus fieret,
accepta aqua lavit manus coram populo,
dicens innocens ego sum a sanguine iusti huius: vos videritis.
Et respondens universus populus dixit:
“Sanguis eius super nos et super filios nostros”
Esse é o diálogo que inicia antes da primeira música, e assim segue um diálogo entre Pilatos e Jesus, aqui estamos falando de uma banda de Epic Doom Metal, bem no seu som tradicional, é como se você estivesse ouvindo o Candlemass no início da carreira, e banda é muito misteriosa, um exemplo disso é que até hoje não se sabe quem são os membros, só sabemos que são da Polônia, seu Doom Metal é excelente e só.
Blood Course abre no tradicional ataque característico do Doom Metal, lenta, é claro , mas muito original, o som é realmente bem feito, bem arranjado, e o vocal é simplesmente incrível, é de fato quase uma Ópera introduzida ao Doom Metal, um ótimo destaque dessa faixa é o solo de guitarra, eu tenho quase a certeza de que é apenas um guitarrista, e se for isso mesmo, a banda ganha muitos pontos, porque sabemos o quão difícil é ter a tarefa de fazer guitarra base e solo.
Pain and Rapture segue como se fosse a continuação da primeira faixa em seu “riff”, e eu senti(espero que entendam), que esse riff é como se fosse um dos criados por Tommy Iommi, isso eu digo pelas características do nosso guitarrista misterioso, a bateria está um pouco mais, se é que posso dizer assim: animada, um pouco menos arrastada, e volto a falar do riff, porque ele é simples e assim preenche toda a melodia proposta pela música, o que é mais interessante ainda, finaliza com um solo com um pouco mais de Feeling, o que não torna menos interessante.
“Ecce video caelos apertos”. Assim começa Deadspeak que cita os Mártires, ou alguém que foi morto por alguma injustiça, a prostituta que seria apedrejada, sim você está vendo uma banda com (o que pelo menos parece) tendências cristãs em suas letras, mas ainda assim bem fiel ao Epic Doom Metal, com um riff que lembra bastante o Immortal , por sua dissonância, e bateria cadenciada, o baixo aparece um pouco mais nessa faixa, preenche mais espaços e até tem seu próprio espaço mesmo, e um destaque para o vocalista que alcança algumas notas um tanto desafiadoras por seu timbre e tessitura vocal, destaque para o refrão dessa música que cantado é:
Deadspeak
Strength for the weak
Martyr’s commandment
Deadspeak
Suicidal streak
Torment remembered
A fala dos mortos, Força para os fracos, Mandamento do Mártir,
A Fala dos mortos, Raia suicida, Tormento lembrado.
Deadspeak – Evangelist
com uma bela segunda voz, e um tanto grudento, eu diria, e mais uma vez o nosso amigo guitarrista mostra porque essa banda tem essa originalidade toda, o cara realmente é bom tanto em base quanto em seus solos.
To Praise, to Bless, to Preach e seus mais de 9 minutos muito bem distribuidos, diga-se de passagem, mais uma letra bem pesada e direta, que dá aquela cutucada na igreja, até porque nunca houve proibição de que uma banda cristã não possa falar contra coisas que acontecem e aconteceram na igreja, isso falando de foram geral , seja a católica ou a protestante, mas tratando-se de uma banda cujo cunho e destruir o modernismo(vide a página deles no facebook), essa música tem um solo um pouco mais tímido, porém o seu riff se encarrega de ser o carro chefe, claro, juntamente com a bateria e a letra que faz jus a sonoridade proposta.
E por fim, sim esse álbum tem apenas 5 músicas, e acredite você vai querer ouvir mais.
Militis Fidelis Deus, começa com um belo canto gregoriano, uma letra bem interessante falando da jornada do cristão, do que é o mundo, e qual é o seu caminho final, bastante interessante, até.
Mais uma vez, eles fizeram uma ótima intro, um riff inicial incrível , o riff principal excelente, sim os elogios para essa banda não podem ser medidos, são realmente muito bons, o vocal se encarregou de dar uma aula de como ser o vocal perfeito para uma banda de Epic Doom Metal, e novamente o cara faz um baita solo, eu posso dizer que nos últimos 5 anos, no final temos o baixo em destaque fazendo o riff, o que ficou bastante legal pra finalizar essa bela música com apenas 12 minutos.
Esse é o segundo álbum de estúdio da banda, uma banda misteriosa, muito talentosa, e interessante em suas letras, eu com certeza recomendo pra quem é amante do Doom Metal mais tradicional, em breve escrevo sobre os outros álbuns, espero que eles continuem destruindo o modernismo com sua excelente música, e seu ótimo Doom!
- Blood Course 7:47
- Pain and Rapture 6:43
- Desdspeak 7:54
- To Praise, To Bless, To Preach 9:23
- Militis Fidelis Deus 12:49
Nota: 9,5/10