Resenha: Eleven Strings – Void (2020)

É sempre bom falar desses rapazes, sendo bem objetivo, eles fazem um som único, é bem preenchido em suas nuances com a complexidade progressiva que sempre buscaram, agora no terceiro álbum creio  que alcançaram essa maturidade.

Empty Vessel é uma faixa instrumental que abre o cd de forma nada sutil e muito bem arranjada, pesada, como se fossem marteladas, mas bem feitas e marcantes, teclados bem presentes.

No Regrets, vem seguindo a onda da introdução, porém temos uma diferença na banda, os vocais, eles estão mais agressivos, guturais mais presentes que nos outros dois álbuns, parece que a banda se enveredou por outros caminhos e decidiu mudar, o que foi muito interessante. Essa música tem sua parte melódica e a característica dos vocais mais roucos que é a marca da banda, essa música tem sua característica o seu groove, ou seu riff, mas de forma groovada sim.
Um belo interlúdio feito pelo teclado que está bem interessante, e segue com contratempos bastante marcantes, é uma ótima faixa.

Ashen Souls é o que eu posso chamar de Prog Djent, bem intrincada em seu contratempo, vocais guturais bem na leva do Meshuggah e o atual Lacuna Coil e claro que não pode faltar sua parte dos vocais  mais melódicos, e essa é uma  faixa que você deve respeitar, o nível técnico  está altíssimo , a faixa não tem solo, e nem precisa , todo o arranjo se encarrega de mostrar que realmente não precisa, essa é uma faixa de destaque.

Smile é a faixa de trabalho que também teve um clipe oficial, e foi por ela que eu já tinha notado as mudanças sonoras, seguindo as linhas “contratempadas”, visto que isso é uma mudança bem evidente na sonoridade da banda, e ela é uma das mais pesadas também com um uso muito bem feito de pedal duplo e um belo solo de guitarra, e também a faixa que mais tem mudança de compasso e arranjo, o que particularmente gostei bastante.

Know Your Sins tem um teclado na pegada mais eletrônica muito bem arranjado com todos os outros instrumentos seguindo compassos diferente do que o teclado faz, e ela vem com uma ar mais soturno quando entra o vocal, o que torna uma faixa legal no quesito vocal , com bastante uso do vocal limpos, e backing vocal em forma de coral, segundas vozes bem arranjadas e Evandro cantando um pouco além do seu limite vocal, bem no limite, o que é ótimo , é ótimo ver/ouvir o músico se superar, a faixa também tem ótimos teclados e um blast beat bem legal, com o teclado fazendo uma ótima cama e retornando a sua intro.

Katharsis começa como uma balada, vocais mais baixos(mais graves), dando um ar mais triste, é aquela faixa do meio do álbum que dá uma caída, aquela que você meio que ouve refletindo, e somente curte, tem uma bateria bem marcante, e é uma faixa que também exige bastante controle vocal , uma ótima faixa.

Hollow é uma faixa instrumental com cordas, bem calcada no suspense, é uma intro para a próxima faixa.

The Rise of None, tem pouco mais de 4 minutos e vem com uma pegada mais densa, mais soturna, de suspense mesmo, eu diria que quase o álbum todo tem essa atmosfera, mais pesada, literalmente, visto que a sonoridade da banda foi bastante modificada, os vocais permeiam entre o limpo e o gutural, o teclado é quem dita o tom denso a música e pasmem, e um belo e muito bem colocado e arranjado solo de Sax em que dita toda a pegada no Jazz, isso também explica a parte soturna da música.

将軍 ou Apenas  Shōgun  tem toda a pegada do Japão , principalmente as escalas usadas, e o vocal bem num tom mais alto, e por vezes, vocal mais grave, tem bastante uso de drive, o que da um tom mais agressivo, e um interlúdio usando escala e  o uso de KOTO (instrumento japonês tradicional), e o padrão de andamento se mantém  , pegada bem próxima do que é o Djent, bastante contratempos e pausas, é uma ótima faixa, e é também a ultima faixa do álbum.

Eleven Strings mostrou bastante maturidade ao se modificar, mesmo sendo apenas o terceiro álbum da bandas, eles mostram que é preciso se modificar ou adaptar para que possamos evoluir , evoluir na questão técnica e como compositores, o álbum é cheio de novidades, e digo não ouça se você espera ouvir algo que te lembre o primeiro álbum, esse é um outro Eleven Strings, com uma nova cara, nova sonoridade e com certeza com uma outra personalidade no quesito composição.

Eleven Strings – Void
Data de lançamento:
Gravadora: Independente

Tracklist:
01 – Empty Vessel
02 – No Regrets
03 – Ashen Souls
04 – Smile
05 – Know your sins
06 – Katharsis
07 – Hollow
08 – The Rise of None
09 – 将軍

Formação:
Evandro (vocal)
Junior (guitarra)
Johnny (guitarra)
Marcelo (baixo)

Participações especiais:
Caio Macbeserra (vocal na faixa 3)
Raphael Dantas (vocal na faixa 9)

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