A Suécia é importante para a música Pop mundial faz muitas décadas. Nomes como Abba, Roxette e Ace Of Base conquistaram o mundo nos anos 70, 80 e 90 respectivamente.

Porém, á partir dos anos 90, a cena rock/metal deste país começou a se expandir mundialmente representada por Clawfinger, Hellacopters, In Flames, At The GAtes, Amon Amarth, Arch Enemy, Entombed, Opeth e Therion, dentre vários outros nomes de vertentes distintas do rock/metal.

No meio do turbilhão musical que foram os anos 90, essas 4 garotas de Estocolmo resolveram dar as caras, e o primeiro passo importante para isso foi o lançamento do lendário álbum Horror Wrestling, de 1996.

Nesse álbum podemos perceber nitidamente a influência grunge no clima das músicas, aliás, uma influência descarada de Alice In Chains, provavelmente por ter um som arrastado e triste, esse álbum lembra muito a banda de Seattle.

“Alice In Chains de saias” diziam os que tentaram descrever o som do Drain.

Em Horror Wrestling as suecas apresentam na realidade um metal moderno com muita melodia, hora com faixas mais acessíveis e comerciais como I Don’t Mind e Crack The Liars Smile, hora com sons mais soturnos como em Unreal e Unforgiving Hours e também uma pegada mais “heavy” como vemos na faixa Crucified.

O trabalho instrumental é impecável. O contra-baixo da Anna lembra muito o timbre do Mike Star (primeiro baixista do Alice In Chains), e na bateria, Martina fez um trabalho muito competente dentro do contexto do álbum. Podemos destacar principalmente a sonoridade pesada no som da “caixa” e também a utilização do pratos de maneira adequada para o clima do álbum. No caso das guitarras feitas por Flavia, posso dizer que junto a voz da Maria são os itens principais da beleza triste desse álbum. Esse instrumental bem executado faz o fundo perfeito para a lindíssima voz de Maria Sjöholm. Ao fazer uma audição deste álbum você terá a nítida sensação de estar ouvindo a trilha sonora incidental de um filme de terror, observe o início de Unreal.

Realmente (sem querer) o Alice In Chains interferiu positivamente no resultado final deste álbum, em I Don’t Mind principalmente, temos a nítida impressão de ser alguma música nova dos caras de Seattle. A voz da Maria, apesar de ser nitidamente uma voz feminina (óbvio), é tão intensa e melancólica quanto ao do saudoso Layne Staley. A letra dessa música aborda a sensação de sair do corpo enquanto dorme e não saber diferenciar se isso é morte ou apenas um pesadelo.

Aliás, a temática das letras desse álbum é bastante depressiva e muitas delas giram em torno do tema “morte”, ou se preferir, temas sobre a passagem do plano terreno para o espiritual, como em Unforgiven Hours onde o refrão diz:”Eu gostaria que pudesse haver misericórdia por mim, implorando de joelhos, rezando para encontrar a paz”, inclusive o título do álbum já sugere algo mais Dark.

Drain em 1996

Horror Wrestling é um belo álbum. Para quem simpatiza com o estilo grunge e também com modern metal, vai se identificar demais com essa sonoridade vinda de Estocolmo. Um detalhe importante a ser citado é que apesar da nítida influência de Alice In Chains o Drain não foi uma cópia barata, soube pegar o que gostava nessa outra banda e conseguiu fazer algo legítimo e digno de aplausos.

No final das contas, esse álbum foi um tremendo sucesso na Europa, inclusive sendo lançado nos EUA, e contribuindo para que as meninas conseguissem a oportunidade para se apresentar no então bem sucedido festival OZZFEST.

Tanto que em 1999 elas lançaram o segundo (e derradeiro) álbum, o excelente Freaks Of Nature. Inclusive, o mesmo estava com marketing pronto e tour agendada, porém, mesmo assim a banda escolheu encerrar as atividades em meados do ano 2000. Ao lançar esse novo trabalho elas tiveram que inserir a sigla S.T.H. para entrar no mercado estadunidense sem ter problemas com algum artista que já possuía o mesmo nome por lá, se tornando portanto, Drain S.T.H.

Alguns rumores dizem que pelo fato da vocalista Maria ter se casado com a Lenda das guitarras, Sir. Tony Iommi (Black Sabbath), isso tenha atrapalhado de algum modo os planos da banda para sempre, e infelizmente essa espetacular banda teve apenas dois registros de estúdio e um fim precoce.

Drain – Horror Wrestling
Data de lançamento: 5 de junho de 1996
Gravadora: MGV Records

Tracklist:
1 – I Don’t Mind
2 – Smile
3 – Serve The Shame
4 – Mirror’s Eyes
5 – Crucified
6 – Stench
7 – Crack The Liars Smile
8 – Mind Over Body
9 – Unforgiving Hours
10 – Unreal

Line Up:
Maria Sjöholm: vocais
Flavia Canel: guitarra
Anna Kjellberg: contra baixo
Martina Axén: bateria, backing vocals

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