Depois do excelente trabalho do Orphaned Land, as atenções para bandas de Metal do Oriente Médio se tornaram ainda mais necessárias. Tem muita banda boa cruzando as fronteiras e se destacando nos territórios latinos e europeus.
Um bom exemplo são os israelenses do Distorted Harmony. Em seu terceiro trabalho, a banda de Metal Progressivo com sonoridade mais moderna, apresenta seu novo trabalho: A Way Out.
Yoav Efron tecladista e um dos fundadores da banda explica que neste terceiro trabalho, baseou as composições em cima de emoções, como solidão, raiva, medo, desespero e esperança. “A Way Out” lida com tais emoções e principalmente as minhas próprias. É pesado, agressivo, quieto e amedrontador”
E realmente é. Com muitos elementos do prog metal moderno e aliado com ótimas bases de teclados, o Distorted Harmony nos apresenta um trabalho bem coeso e bastante equilibrado. Pode não agradar os fãs mais tradicionais do Progressivo, porém aos ouvintes mais acostumados com essa nova mistura, com certeza irá chamar a atenção.
“Downfall” abre o disco mostrando toda a pegada meio eletrônica e a identidade de A Way Out. Ótimas quebras de tempo e melodias realmente interessantes. O vocal em um primeiro momento soa estranho, porém no decorrer da música ele se encaixa e ajusta seus tons para dentro do trabalho. “Room 11” já tem uma entrada mais pesada, com ambientação mais forte e guturais que mostram o potencial e a versatilidade do vocalista Misha Soukhinin.
As referências e inspirações do Distort são o espelho da sonoridade deste terceiro álbum. Bandas como Townsend, Muse, Meshuggah e Periphery (que eu adoro) é a amostra de que tem muita qualidade musical dentro deste sexteto. “Awaken” já aparece como a primeira faixa mais cadenciada e com melodias mais serenas. Até metade da música, quando ela muda completamente e surpreende o ouvinte com tempos quebrados e mais arrastados.
Na sequencia temos “Severed” que possui um ritmo bastante progressivo com recortes entre partes leves e muito pesadas. “Puppet On Strings”, “For Ester”, e “Anima” continuam com essa mistura intensa de Muse e Meshuggah. É um progressivo muito criativo e com quebras realmente surpreendentes demonstrando muita técnica, algumas viradas do baterista são realmente sensacionais.
“A Way Out of Here” uma balada muito linda, com linhas instrumentais e teclados carregados de emoções e melancolia, “Time and Time Again” e “We Are Free” vão dando números finais ao disco do Distorted Harmony. Para fechar “Someday” é mais uma faixa cadenciada que alterna altos e baixos.
A Way Out é um disco muito bom de ser ouvido. Após a segunda audição, você descobre novas notas, detalhes trabalhados e composições bem profundas. Para meu gosto pessoal acredito que faltaram alguns guturais que acrescentariam mais drama e medo dentro da proposta. E também vejo “We are Free” como uma faixa muito forte para ser colocada no fim do disco. Vale a audição e como falei no começo da resenha, é bom olharmos para bandas do oriente daqui para frente.
Formação:
Michael Rose – Vocals
Amit Plaschkes – Guitars
Yoel Genin – Guitars
Iggy Cohen – Bass
Yoav Efron – Keyboards & Programming
Yogev Gabay – Drums
Faixas
Downfall
Room 11
Awaken
Severed
Puppet On Strings
For Ester
Anima
A Way Out of Here
Time and Time Again
We are Free
Someday