Resenha: Dissection – Storm of the Light’s Bane (1995)

A banda Dissection foi formada por Jon Nödtveidt, na pequena cidade sueca de Strömstad, em 1989, lançando quatro demos (The Grief Prophecy (1991), Into Infinite Obscurity (1991), The Somberlain (1992), Promo ’93 (1993)) antes de lançar seu álbum de estreia, The Somberlain, em 1993. The Somberlain é legitimamente considerado um trabalho melódico de death/black metal, no entanto, foi o lançamento do seu segundo álbum em 17 de novembro de 1995, Storm of the Light’s Bane, onde Dissection realmente deu um passo adiante e compôs um monumental álbum melódico, frio e brutalmente selvagem.

Conduzido pela brilhante e perturbada alma do vocalista/guitarrista Jon Nödtveidt e apresentando Ole Öhman na bateria, o baixista Peter Palmdahl e o guitarrista Johan Norman, o Storm of the Light’s Bane, continua a ser um exemplo definidor da fórmula melódica do black metal. Das notas misteriosas e ameaçadoras da instrumental “At the Fathomless Depths” e através das notas de piano assustadoramente belas do enceramento, “No Dreams Rade in Breathless Sleep”, Storm of the Light’s Bane é uma obra de arte que expressa todo o conteudo de uma alma escura.

A abertura, “At the Fathomless Depths”, uma composição instrumental com um imponente tom de luto, leva a “Night’s Blood”. Uma explosão de death metal metal abre a música em um ritmo frenético, uma pausa na brutalidade para arranjos melodicos de violão que criam um clima épico, até voltar a velocidade com os urros de Jon. O trabalho de guitarra é fabuloso e evoca uma atmosfera sombria, preenchendo a sonoridade agressiva com melodias noturnas que acompanham os estranhos uivos de Jon, interpretando de maneira excepcional as letras poéticas evocando visões de escuridão, dor e frio.”Unhallowed” segue o mesmo ritmo, riffs por cima de riffs e a voz sombria de Jon único cuspindo blasfêmias e maldições. Uma composição totalmente lírica, “Where Dead Angels Lie”, possui acordes acústicos abrindo a música, é mais cadenciada que as anteriores e possui um belo solo de guitarra, coisa rara em bandas do estilo.

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Todas as guitarras soam afiadas e nervosas, mas agradáveis, a variação da bateria que alterna entre blastbeats e passagens rítmicas, dão uma identidade unica a cada faixa. As letras são interpretações poéticas do mal, da morte, do anti-cristianismo e do fim do mundo. De acordo com uma entrevista de 1995, Jon Nödtveidt, disse que título do álbum significa “o fim da luz”, ou “a condenação da luz”, que é “o conceito principal de sua música e letras. O que diferencia as letras do Dissection, para maioria das bandas de mesmo estilo, é a sutil combinação de palavras, que parece não ter um proposito logico, mas tem. Elas abrem um conjunto de possibilidade de interpretações. Veja o exemplo desse techo de “Night’s Blood”:

I drown in the color of your eye
for a black heart will only find beauty in darkness
I breathe its eternity to absorb the sky
where the shadows of my death may lie

As composições das músicas são mais dinâmicas que seu antecessor, Storm of the Light’s Bane é implacável e habilmente trabalhado, com músicas atemporais, que colocaram o Dissection no altar dos grandes nomes do black metal. Jon Nodtveidt e seus companheiros alcançaram algo extremamente difícil para varias bandas, tornaram-se aceitáveis ​​tanto pelos fãs de death, quanto os de black metal.

A arte da capa deve ser mencionada, considerando que é uma das melhores já feitas. Necrolord (Kristian Wåhlin), você o conhece? Você deve conhecer. Sua obra está em perfeita correlação com a música um complementando o outro. Necrolord também trabalho com bandas como Emperor, Morbid, Dark Funeral, entre outras.

Em 1997, Nödtveidt foi preso por seu papel no assassinato de um homem homossexual no Keillers Park em Gotemburgo, no oeste da Suécia, e condenado a 10 anos de prisão. Havia uma conjectura sobre se este era um crime de ódio, puramente motivado pela homofobia, ou um sacrifício satânico (talvez ambos), mas o crime profundamente perturbador lançou uma sombra feia e popular sobre o legado de Dissecção. Nödtveidt eventualmente tiraria sua própria vida em 2006, o que também gerou controversas.

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