Após o Diablo Motor lançar seu disco homônimo em 2013, a banda passou por uma reformulação, tendo inclusive o vocalista Rafael Sales deixado o grupo, fazendo com o guitarrista Filipe Cabral passasse a assumir os microfones a partir dali.
Sendo assim, em 2018, com uma nova formação e uma reformulação na sonoridade e nas letras, o grupo pernambucano de Hard Rock lançou em 2018 o “Inflama”, seu segundo trabalho em estúdio.
E porque eu falo “reformulação”? Bom, porque se você for comparar o “Inflama” com o primeiro trabalho do Diablo Motor, você percebe uma mudança bastante considerável em tudo. Não chega a ser nada drástico, mas ainda fazendo esse comparativo, é perceptível que o grupo está com uma pegada completamente diferente.
Na resenha em que fiz do primeiro disco deles, eu menciono que o mesmo tem uma sonoridade bastante linear em seu todo, porque todas as músicas são pesadas e sujas, e com a temática típica de “sexo, drogas e rock and roll”.
Já no “Inflama”, a sonoridade já não é mais tão linear. Ainda tem músicas com a pegada do primeiro disco, como “Mais Que Três” e “Ultimato”, mas a maioria das faixas tem um ritmo mais “calmo”, ainda com peso, mas com a sonoridade mais limpa, a exemplo de “Anti-Zen”, “Réquiem” e “Vietnã”.
Enquanto na parte das letras, eles abandonaram por completo a temática “sexo, drogas e rock and roll” e agora apresentam uma proposta lírica bem mais madura, com composições mais poéticas.
Provavelmente, o disco é um resultado do amadurecimento dos próprios integrantes, principalmente pelo fato da temática antiga ter sido abandonada por completo, e por isso que digo, mesmo curtindo mais uma sonoridade como a que é mostrada no primeiro disco, no “Inflama” a banda superou todas as expectativas, e mostrou o como eles se renovaram bem, nos proporcionando um excelente trabalho.
Destaco também as duas participações especiais do álbum, sendo a primeira a do grande saxofonista Maestro Spok na faixa “Mais que Três”, onde mesmo ele fazendo uma participação sutil, acabou sendo um grande diferencial para a música. A segunda foi a da cantora Raíssa Leal na faixa “Anti-Zen”, onde a atuação acabou superando até mesmo a de Filipe Cabral.
No mais, de fato, o Diablo Motor mudou consideravelmente nesse intervalo de cinco anos entre um álbum e outro, mas definitivamente esse tempo foi necessário para que eles pudessem amadurecer bem o som deles do jeito que fizeram no “Inflama”.
Nota: 9
FORMAÇÃO
Filipe Cabral – vocal e guitarra
Lucas Reis – guitarra
Bruno Patrício – baixo
Thiago Sabino – bateria
TRACKLIST:
- Ultimato
- Réquiem
- Mais Que Três (feat. Maestro Spok)
- Anti-Zen (feat. (Raíssa Leal)
- Casarão
- V
- Vietnã
- Minha Sede