Resenha: Detonator e as Musas do Metal – Metal Folclore: The Zoeira Never Ends… (2014)

[Alexandre Frota]
Olá, tudo bem?
Eu sou Alexandre Frota e vocês estão prestes a ouvir a história mais bonita que tem. Sejam todos bem vindos, peguem seu guaraná grandão, gelado e divirtam-se.

[Detonator]
É isso mesmo Frota, quer Rock, quer Metal? Eu digo “bora”.

e é assim que eu te convido a viajar nessa grande história louca cheia de folclore e comédia!

Metaleiro eu poderia dizer que é o hino do metal nacional, e de fato a batalha começa com os nossos astros do nosso folclore, e ainda digo(trocadilho a seguir) essa música tinha que ser tocada nos jogos da seleção brasileira, ela ja começa na porrada, pesada mesmo, baixo, batera, voz guitarra, tudo bem colocado e sincronizado, e se pegarmos a idéia da música, somos de fato metaleiros, e hoje eu até canto que “eu sou metaleiro com muito orgulho, com muito amor” (assim diz a música), rola um baião bacana em um trecho do solo, não posso confirmar mas, li em algum lugar(da internet) que Rafael Bittencourt(Angra), e Ricardo Confessori(Shaman) participaram dessa música, uma das melhores do álbum.

Uma grande tragédia

[Alexandre Frota]
Detonator quer transformar o Brasil na nova terra do Metal mas e Metal Land, o que aconteceu? Uma grande tragédia, uma tragédia terrível, que vocês vão conhecer agora.

Assim narra Alexandre o que está por vir…

Metal Zumbi… Bem, me parece que em Metal Land, tudo foi destruido, e você ouve os animais , alguns meio que agonizando , ou algo parecido, até que um dedilhado lento começa, e alguns segundos depois vem a pancada com todos e junto  o dedilhado, bem numa pegada Doom metal Tradicional, diria que é o Doom do Black Sabbath, soturno, denso, e bem tocado, pesado, algumas risadas, mas faz parte, é o Bruno Sutter, digo, Detonator, desculpe.

Baixo bem presente nessa música, melodia vocal muito bem feita, a ideia que foi construída para esse álbum foi simplesmente incrível, a música fica mais rápida, mas isso não tira a qualidade, pelo contrário, só que se você der atenção a letra, vai ser risada na certa, e segundo o Detonator, a banda que os zumbis mais gostam é o Sepultura(acho que você entendeu), e eu duvido você não fazer o Morto-vivo que tem na música.

Boi , boi, boi da cara preta, pega esse menino que tem medo de careta.

[Alexandre Frota]
Coitado do nosso herói, tadinho dele mas não tem nada, não. Detonator, você não está sozinho, você tem vários aliados poderosos ao seu lado, os personagens do folclore brasileiro e que vão te ajudar a tornar o nosso país, a nova terra do Heavy Metal.

[Detonator]
Mas Frota, onde é que eu encontro eles?

[Alexandre Frota]
Eles estão até aqui do meu lado.

[Detonator]
Puxa!

E sinceramente, até eu fiquei procurando esses poderosos aliados do meu lado.

Curupira, ja vem com riff chutando tudo(com os pés inversos mesmo), um Heavy Metal tradicional, na pegada Saxon, Iron Maiden(o qual o filhinho do deus metal se inspira) e até arrisco dizer Judas Priest, é uma faixa perfeita pro gênero, veloz, pesada, um solo digno de aplausos, e os vocais eu nem falo, é simplesmente tudo muito bem feito, e de fato todo mundo pira, as mina pira com essa música e com o Curupira, e um aviso aos ouvintes, não vão ao mato fazer parada errada e nem vão para a floresta, para fazer o que não presta.

Boto, groovada, mas um tanto mais lenta que as outras, mas com uma história pra lá de engraçada, fala sobre o cara que sai na noite, bem arrumado, de terno branco e cantando “esse cara sou eu” e se você “der mole” pra ele, vai cari na sua graça,e segundo a lenda vai engravidar dele, mas segundo a lenda do Detonator ,o cara é um golfinho que só quer transar, pois é, e eu eu ri bastante disso

Boitatá, é a defensora das florestas, e segundo a lenda ela se vinga de quem faz o que não deve nas matas, e é mais uma música rápida e bem feita, uma boa pedrada, o baixo bem presente, me lembra até o Felipe Andreoli(Angra, sim ele também participou), o riff é grudendo, e pesado, o mais legal dessa música é que  mensagem é bem claro quanto a preservação ambiental, só que um pouco mais pesada.

Mula sem cabeça, é uma das minhas preferidas, já começa com um pequeno solo de baixo fretless, e ele se superou no quesito de mistura de sátira com folclore, pra mim, de longe é a melhor história “criada”, o mito todos nós conhecemos sobre o padre que teve relações com uma mulher e a mesma em noites de lua cheia de quinta pra sexta, passou a se transformar numa Mula sem Cabeça, a diferença é que nessa versão a mulher deu uma “patolada” no Padre e o cidadão não recuou… é aí que começa toda a trama e a música ganha peso, que ao meu ver, tudo se encaixa muito bem, o drama da história junto ao riff, e sim o refrão fica na cabeça, quando você menos esperar, vai cantarolar, o solo é bem banca, tem partes intrincadas e muito bem feitas,a parte vocal, nem ponho a mesa, ta impecável, e fale com sua mãe, fale com sua avó, quem “dá” pro Padre é mula sem cabeça, e claro, termina como um solo bonito de baixo.

Cuca, é uma espécie de cozinheira dos metaleiros, segundo a lenda cantada aqui no álbum, ela nos ajuda, porque comemos muito mal, só bebemos cachaça e nada de alimentação saudável.Faixa bem interessante, mais um ótimo riff, bem dentro da proposta, ainda rola um trocadilho(mais um), sobre o doce “cuca”, vale a pena ouvir, e se por um acaso precisarem, chamem a Cuca, a Cuca Metal, essa sim é por nós!

31 de outro é o Halloween, NÃO!

É o dia do Saci isso sim, e eu não vou dizer muito o que tem nessa faixa, ela é bem divertida, groovada, bem legal mesmo, fala dessa data que muitos aqui no Brasil comemoram, mas esquecem do nosso folclore, e acho bom passarem a lembrar da data, porque vocês sabem o que dizem sobre as coisas que o Saci faz, a faixa também conta com a participação do João Gordo(Ratos do Porão), uma das faixas mais legais do álbum.

[Alexandre Frota]
Em abril de 2013, o Brasil e o mundo ficaram chocados com o mascote com o formato de testículos prol de uma campanha contra o câncer de próstata em Minas Gerais. Apesar de sua aparência escrota seu propósito era nobre e ele era sorridente e simpático, conheça o mais novo personagem do folclore brasileiro, o Saquito.

Saquito, pois é, o pobre mascote caiu de para-quedas logo nas mãos de quem? sim, Bruno Sutter.

Segundo a “lenda” se assim eu posso chamar, o mascote ajuda a combater os inimigos, os que tentam chutar, ou socar o saquito(isso ja ficou bem claro), até porque nós homens, sabemos bem como é isso. e com piadas e trocadilhos a parte, é uma música até bacana, mas um pouco abaixo das outras, com uma ressalva, o solo, solo bem feito demais, tem feeling e técnica, e parece que no final da música o Saquito levou mesmo um chute…

[Detonator]
Agora que a missão está comprida, que o Brasil é o país do Heavy Metal eu tenho uma pergunta a fazer.

[Alexandre Frota]
Vai de novo.

[Detonator]
Tá bem diferente.

[Alexandre Frota]
Tenho uma pergunta a te fazer, Frota.

[Detonator]
Agora que o Brasil, Frota eu tenho uma pergunta pra te fazer.

[Alexandre Frota]
Fala aí.

[Detonator]
Qual é o negócio?

[Alexandre Frota]
O negócio é comer….

[Detonator]
Não, não, não Frota. Não é esse negócio, eu tô falando do outro negócio.

[Alexandre Frota]
Ah! O outro negócio é Heavy Metal, yeeeeeeeah!

[Detonator]
Yeeeeeeeeah!

eu confesso que demorei um pouco pra voltar, porque eu estava chorando de rir com esse diálogo, e mesmo sendo tudo montado, conseguiram deixar tudo natural, as vezes a comédia nos proporciona isso.

Qual é o Negócio?
música bem bacana e você já sabe que está quase no fim do álbum, até porque os principais personagens do folclore já foram citados, e nessa música não vai ser diferente, mais um riff legal, porém dessa vez ele vem anunciando a volta do Detonator, faz uma sátira ao Massacration, por estar rodeado de homens e agora de mulheres(muito belas, por sinal), e o mais curioso é o Alexandre Frota dessa vez participando do refrão nessa música, um solo digno do Heavy Metal tradicional, e a parte vocal, não há o que falar, excelente, Bruno mandou bem demais, digo Detonator, no caso, e o negócio é HEAVY METAL!

[comemorando]

Valeu!
Valeu Detonator!
Valeu Frota!
É isso, acabou

E olha quem aparece na faixa a seguir…

Mestre do Santuário

[Mestre]
Detonator cumpriu sua missão, transformando o Brasil na nova terra do Deus Metal, mas na verdade isso é muito pouco perante os desafio que ele vai encontrar a partir de agora. Será que ele é forte o bastante para enfrentar o que vem pela frente (risos)

[Detonator]
Ei, ei, ei, pera aí. Quem é você?

[Mestre]
Eu sou o Mestre

[Detonator]
Mestre? Que mestre?

[Mestre]
Ora, o mestre do Santuário! Você não me conhece?

[Detonator]
Mestre do Santuário? Mas que Santuário?

[Mestre]
O Santuário que fica na Grécia, ora bolas!


[Detonator]
Escuta aqui rapaz, você bebeu?

[Mestre]
Hein meu filho?

[Detonator]
Óia seu Mestre, é melhor o senhor ir embora porque o senhor tá muito doido, viu meu velho. Quer que eu chame um táxi?

[Mestre]
Insolente! Agora eu vou ter que lhe dar uma lição!
Explosão Galática!!

[Detonator]
Ai, ai, ai, ai. Para com isso! Para de me bater!

[Mestre]
(Risada maligna)

[Detonator]
Ai! O que que é isso? Para de rir! Tá rindo do que? Eu sou Detonator, filhinho do Deus Metal! Quem você pensa que é? Escuta aqui rapaz, no próximo disco eu vou voltar e vou acabar com você!

Por fim, Detonator cumpriu sua missão, mas apanhou do Mestre do Santuário, mostrou como se faz um álbum conceitual envolvendo o folclore brasileiro de maneira cômica, e com a história, não deixou de citar os fatos reais abordados em todas a lendas(isso pode parecer confuso), não deixou de ser fiel ao tradicionalismo do Heavy Metal, chamou um time de peso pra participar e mostrou que essa garotas tocam demais,espero que ele volte logo e eu falo bem sério, ele deveria seguir com esse projeto, a proposta musical é de muita qualidade, e que elas também seja reconhecidas, não como as mulheres que tocam na banda do Detonator, mas como musicistas talentosas que são.

Nota:8,3/10

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