O cenário alemão e sua sólida maternidade de bandas, aparentemente este é o lugar onde novos nomes parecem brotar do chão enquanto seus patronos seguem em maioria firmes no mainstream de todos os seguimentos do Metal e Rock. Enquanto a velha escola do metal germânico segue incendiando os palcos pelo mundo o underground do país está borbulhando novos músicos e bandas e é justamente uma dessas bandas que hoje ganha o lugar aqui na Roadie Metal.
Pairando entre tantos lançamentos deste ano este é um promissor representante da nova cena, estamos falando de DEMONS DREAM e seu debut álbum ‘Battle Cry‘ lançado de forma independente em 11 de maio de 2018, e se por um lado encontramos uma banda extremamente jovem fundada em 2015, por outro podemos sentir a paixão e devoção destes músicos pela velha escola oitentista do Heavy metal, glória! o Heavy Metal ainda vive!(Risos)
‘BATTLE CRY‘ é um corpulento álbum com riffs rápidos, baterias de peso, backing vocals em coro e aquela chama de guerra sendo queimada em nove faixas com as melhores influências chegando a me lembrar de Running Wild em alguns momentos.
A arte do álbum não é muito promissora ao ser comparada ao seu conteúdo mas aumente o volume porque a experiência se tornará épica quando a introdução emergir como um chamado de guerra antes dos agudos de Marius Röntgen dispararem em seus alto-falantes em ‘Hellrider’, e apesar desses agudos serem extremos demais em alguns momentos todos os instrumentos soam poderosos aqui e uma produção respeitosa garante o devido lugar a cada instrumento sem perder o foco. Admito que mal podia esperar para ouvir a próxima faixa após esta explosão imediata de energia.
‘Live Hard Die Free‘ mantem muito da mesma energia e embora cadencie em alguns momentos as linhas de bateria de Marc Kiko são executadas sem piedade, e acho que essa é a magia do Heavy metal sendo colocada em pratica novamente de forma vigorosa, e você pode notar algumas pitadas salgadas de melódias tradicionais germânicas sendo entonadas nas guitarras de Gyros e Kai Wagner.
Neste ponto a energia do principio do álbum já foi bastante reduzida ganhando uma aspecto mais épico em ‘Demon’s Dream‘ e levemente melodioso, o que parece ser mantido em ‘Battle Cry‘, mas você pode apreciar as guitarras que remetem facilmente a Running Wild, talvez sem o mesmo brilho e com alguns agudos além do que deveria mas ainda soam bem em um todo.
‘Speed Attack‘ e ‘Restless Dead‘ retomam o fervor e é possível notar muitas influências de bandas como Accept, Judas Priest, Running Wild e especialmente Iron Maiden.
Eu posso dizer com certeza que os fãs de Heavy metal apegados ao passado vão gostar disso embora não tenha nada de surpreendente e inevitavelmente é preciso dizer que eles fizeram um grande esforço na produção deste álbum mas eu gostaria de ver como isso se encaixaria com uma produção um pouco melhor, fato que pode ser constatado em ‘Black Sails‘.
Esta é uma banda que possui excelentes referências e sabe exatamente aonde quer chegar e com certeza ainda existe um público fiel para isso, o álbum soa digno para uma banda tão jovial e com certeza a audição esta recomendada mas vale dizer que estou ansiosa pelo próximo passo destes músicos, possivelmente o futuro pode nos trazer uma banda mais experiente e eles tem tudo nas mãos para manter a chama do Heavy metal queimando.
Track listing
1. Intro
2. Hellrider
3. Live Hard Die Free
4. Demon’s Dream
5. Battle Cry
6. Speed Attack
7. Restless Dead
8. Black Sails
9. World at War
Membros da banda
Andi Kiko – Baixo
Marc Kiko – Bateria
Gyros – Guitarras
Marius Röntgen – Vocal
Kai Wagner – Guitarra
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8/10