Resenha: Death Chaos – Prologue In Death & Chaos (2016)

Prólogo é um termo usado originalmente na tragédia grega para a parte anterior à entrada do coro e da orquestra, na qual se anuncia o tema da peça. Na literatura, o termo é usado para destacar a primeira parte de um livro. Sendo assim, o grupo Death Chaos oriundo de Curitiba (PR) não poderia ter escolhido um nome melhor para seu EP: “Prologue In Death & Chaos”, já que logo pela arte da capa podemos antecipar o enredo do trabalho.

Formado em 2014 por Denir Deathdealer (baixo, vocal), Julio Bona (guitarra), David Oliver (guitarra) e Ueda (bateria), a Death Chaos traz um Death Metal recheado de riffs potentes e letras fortes.

O trabalho vem com uma bela capa que representa um livro, nas margens deste “livro” podemos encontrar quatro pequenas Estrelas do Caos. Aliás, a banda usa esse símbolo como logo. Em questão de curiosidade, a Estrela do Caos, que também é chamada de “Caosfera”, possui oito pontas (como pontas de flecha), que partem de um ponto central e representam o vazio do cosmos e o universo, além de fazer referência aos quatro elementos (terra, água, ar e fogo) e os quatro estados intermediários da matéria (o seco, o úmido, o frio e o quente). O símbolo criado por Moorcock parte do conceito dos quatro pontos cardeais, acrescentando outras quatro direções, seu objetivo era fazer uma representação visual de todas as possibilidades – e, portanto, do Caos.

estrela

Voltando para o EP, ele é aberto com a intensa “You Die I Smile”, com pouco mais de dois minutos de introdução. A faixa despeja riffs potentes e traz logo de cara toda a característica do grupo, o vocal traz ótimas dobras, com uma voz mais “gritada”, o que dá um ar peculiar ao EP num todo.

Com um estilo ala Amon Amarth, a segunda faixa vem carregada de riffs marcantes acompanhados pela linha do canto. “Death Division” tem um dos melhores refrãos do EP e porta-se como uma das melhores do disco.

Com um ar mais psicopata, a terceira faixa, “House of Madness”, nos transporta de imediato ao enredo que discorre sobre uma família de assassinos. Aos três minutos e 51 segundos, a faixa traz sussurros na letra, dando a interpretação um clima doentio. Com certeza o trecho agradaria e muito à Sawney Bean e sua família canibal.

Com uma introdução bem introspectiva, “Erased Sky” é a faixa mais cadenciada do EP. Ela tem uma das melhores letras do disco e mostra toda a força criativa da banda, provando que o grupo sabe representar instrumentalmente o contexto proposto nas letras.

Pra fechar, temos a mais porrada “You Are Not You”. Na minha opinião, sua letra é a melhor do trabalho, encerrando com muita força e personalidade o disco.

A “Death Chaos” sem dúvida agradará em cheio fãs de Death Metal, pois traz uma banda que sabe muito bem o que quer e que sabe se expressar dentro da ideia que se propõem a passar. Vale ressaltar que o EP foi concebido de forma independente e com a produções feita pela própria banda, mostrando que nosso cenário é repleto de grandes revelações e está mais vivo do que nunca.

Formação:
Denir Deathdealer (vocal/baixo);
Julio Bona (guitarras);
David Oliver (guitarras);
Ueda (bateria).

Faixas:
01 – You Die I Smile
02 – Death Division
03 – House of Madness
04 – Erased Sky
05 – You Are Not You

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