Resenha: Death Chaos – Bring Them To Die (2018)

Embora possua uma clara conotação positiva, a palavra “surpresa” não é a mais adequada para utilizarmos aqui em referência ao disco “Bring Them To Die” da banda curitibana Death Chaos. A surpresa se refere a algum fato inesperado e não é isto que estamos presenciando. O que o Death Chaos nos entrega é, na realidade, a superação de uma expectativa!

O EP “Prologue In Death & Chaos” já havia cumprido seu papel de nos apresentar uma banda focada, carregada de evidente potencial. O seu primeiro álbum ultrapassa a margem de evolução que nossa imaginação possa ter estabelecido para o seu desempenho. Acredite: o ano findará sem que a sua presença na lista de melhores lançamentos possa ser ameaçada.

Essa convicção começa a surgir na marca de 1:45min, quando tem início a levada de bateria e o riff principal da faixa-título. Eu tenho a insistente mania de fazer associações entre a música que escuto e a pressão do pé direito sobre o acelerador do carro. São músicas como essa que me trazem esses pensamentos, pois a faixa “Bring Them To Die” lhe impulsiona para arrecadar algumas multas por velocidade excessiva!

O Death Metal do conjunto possui arranjos de guitarra cativantes e melódicos, resultando em músicas com uma pegada próxima do que faz atualmente o Amon Amarth, sem as temáticas vikings, evidentemente. A partir da segunda faixa, “Brutal Death Desire”, irá começar uma brincadeira interessante: você escuta uma música e pensa: “uau, essa deve ser a melhor música do disco”, para logo depois pensar o mesmo quando chegar a terceira, e a quarta, e assim por diante.

Esse entusiasmo não seria possível se o disco não tivesse sido concebido com a qualidade sonora que nos é apresentada. Pesado e cristalino, equalizado e timbrado, de forma que não lhe permita perder qualquer detalhe ou deixar de apreciar a variedade imposta sobre o material, que transita de faixas rápidas como “Night of Intense Hankering” ou “Gushing Blood” até momentos de peso mais intenso e cadenciado, na linha da canção que emprestou o nome da banda e que retribui essa honra em sete minutos de alternância de andamentos.

Alguns discos, pela sua qualidade, fazem com que você já fique imaginando quanto tempo irá se passar até que o artista lhe apresente material novo, mesmo que isso possa parecer demasiado precipitado. Esse aqui é um pouco diferente. Você vai querer passar muito tempo com ele. É certo que, em algum momento, surgirá o desejo por novidades, mas antes disso você terá vontade de explorar bastante todos os detalhes de “Bring Them To Die” e, provavelmente, acabará por conhecer de cor cada fração de música pois, eu garanto, é difícil tirá-lo da função repeat de seu player.

 

Formação

Denir “Deathdealer” – vocal

Gabriel Maciel – guitarra

Julio Bona – guitarra

Edson Mamute – baixo

Fernando Ueda – bateria

Músicas

01 Bring them to die

02 Brutal death desire

03 Facing innocence rot

04 Death chaos

05 Hammerdown

06 Memories of the insane

07 Forsaken

08 Night of intense hankering

09 Malignant transition

10 Gushing blood

11 Gloomy days

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