SLASH AND THE CONSPIRATORS
Abertura: REPÚBLICA
Centro de Eventos do Ceará – Fortaleza/CE, 03 de junho de 2019

Texto: Alexandre Temoteo
Imagens: Rubens Rodrigues

E eis que um novo capítulo no que diz respeito a shows internacionais em Fortaleza foi escrito na último dia 03 de junho. Desta vez quem deu as caras foi o icônico guitarrista Slash, divulgando seu mais recente álbum solo “Living The Dream”. E é sobre esse evento que dissecarei nas linhas a seguir.

O local do show foi o Centro de Eventos do Ceará, um equipamento moderníssimo, sendo um dos melhores de toda a América Latina. Coincidências a parte, foi lá também, em 2014, que o Guns N’ Roses realizou um baita show. Com uma capacidade total entre 25 e 30 mil pessoas, o local chama a atenção pela sua estrutura moderna e super aconchegante, além de fácil acesso, tanto para quem opta por ir de ônibus ou de carro. A escolha não poderia ter sido melhor.

Ponto positivo também pela produção da Mercury Concerts e da Hits Entretenimento. A organização do evento estava impecável, principalmente no acesso dos fãs e do pessoal da imprensa. Os portões foram abertos pontualmente como o anunciado, às 18hs, e já havia uma pequena quantidade de fãs. Mas esse número reduzido logo cedo pode ser explicado pelo fato de o show ter sido numa segunda-feira, e claro e óbvio, muita gente ainda estava saindo de seus locais de trabalho ou estudo.

Uma vez já posicionado na pista premium, fiquei a espera da primeira atração da noite. Lembro-me bem do República na época do Rock In Rio 2013 e sabia do potencial da banda. Com uma pontualidade britânica, exatamente às 20:00 os paulistas deram as caras. Com um excelente Hard Rock, a banda despejou peso e carisma num set de mais ou menos 35 minutos. Destaques para as faixas “Brutal & Beautiful”, “Black Wings” e “Take It”. Também gostaria de mencionar um destaque pessoal para o vocalista Leo Beling, que além de uma bela voz, mostra-se ser um excelente frontman.

E sem mais delongas, às 21:00, o icônico Slash juntamente com os “Conspirators” sobem ao palco, e acho que não preciso dizer a histeria que tomou conta do lugar. Ao dar uma rápida olhada para trás, vi que o Centro de Eventos estava praticamente lotado. Frente a recepção também dada ao não menos carismático Myles Kenndy, Todd Kerns (baixo), Frank Sidoris (guitarra) e Brent Flitz (bateria) uma constatação: ali estava um grupo que certamente não se tratava de um simples projeto solo de Slash, mas uma banda muito querida.

Tenho a certeza plena que muita gente comprou o ingresso a fim de ouvir clássicos do Guns N’ Roses. Porém, Slash manteve mais ou menos o bom senso e focou o set list em sua carreira solo. Explicarei esse “mais ou menos” mais pela frente. O grupo soube equlibrar o set, onde as 22 músicas visitam todos os trabalhos solos do guitarrista. Outra verdade a ser dita é a de como as músicas soam muito melhores ao vivo. Vamos então aos destaques pessoais.

O que falar de Myles Kennedy? Ouso inclusive afirmar que o cara é hoje o mais versátil vocalista no meio Rock / Metal. Porém, algo estava perceptível. Podiamos ver um Myles pouco comunicativo com a plateia, um certo cansaço, mas ao mesmo com uma simpatia ímpar. Mas mesmo cansado, o cara conseguiu empolgar bastante o público. Outro destaque foi o baixista Todd Kerns. Incrível o quanto o cara agita. Simplesmente uma presença de palco formidável, e se não bastasse, ainda mandou muito bem cantando as faixas “We’re All Gonna Die” e “Doctor Alibi”. Já em relação a estrela da noite, Slash, algumas ressalvas.

Eu não preciso aqui falar do quanto ele representa na história da música e do quão ele é um excelente guitarrista. Agora… Lembram daquele “mais ou menos” citado há algumas linhas? Vamos lá. “Nightrain”, única faixa do Guns tocada na noite, foi sem dúvidas o momento de maior agitação da noite. Mais até que a própria abertura. Acontece que em quatro músicas antes, mais precisamente no final de “Wicked Stone”, Slash me vem com um solo de quase 17 minutos. Ao meu ver, se ele tivesse trocado esse solo por duas ou três músicas do Guns, visto a empolgação causada em “Nightrain”, teria deixado a noite ainda mais épica. Penso que Slash não precisa desse artificio para mostrar o quanto ele é bom. A sua obra musical já diz isso por si só.

Gostaria de terminar essa resenha lembrando de um outro detalhe que achei extremamente positivo. Estava bastante forte por parte da segurança proibir o uso de filmagens por parte da plateia com o uso de flashes. Não vou aqui entrar em detalhes no quão ridículo é o fato de alguém passar o show inteiro filmando o espetáculo, muitas vezes atrapalhando quem está perto ou até mesmo a banda, haja vista o que aconteceu recentemente com Rob Halford. Mas no resumo da ópera, a noite foi extremamente positiva, e fica a expectativa de que outros shows dessa magnitude aportem na Terra do Sol novamente.

Set-list República:
Brutal & Beautiful
Black Wings
Death For Life
Head Like a Hole (Nine Inch Nails)
Take It
Beautiful Lie
Endless Pain
El Diablo

Set-list Slash:
The Call of the Wild
Halo
Standing in the Sun
Apocalyptic Love
Back From Cali
My Antidote
Serve You Right
Boulevard of Broken Hearts
Shadow Life
We’re All Gonna Die (Todd Kerns nos vocais)
Doctor Alibi (Todd Kerns nos vocais)
The One You Loved Is Gone
Wicked Stone / Solo de Guitarra
Mind Your Manners
Driving Rain
By the Sword
Nightrain (Guns N’ Roses)
Starlight
You’re a Lie
World on Fire
Avalon
Anastasia

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