Pantera! Pantera! Pantera! Isso é o que se houvia durante o início do show de Philip H. Anselmo & The Illegals na noite do último sábado, no Tropical Butantã, em São Paulo. O problema foi que até chegarmos a isso, foi uma verdadeira jornada.
Primeiramente, o show, que estava marcado para as 20 h, com abertura da casa ás 18 h sofreu um atraso por conta de a banda perder o voo do Chile para o Brasil. Com isso, o show passou para as 22h30, com abertura da casa ás 20 h. Até aí, tudo bem, imprevistos acontecem. O maior problema foi a confusão que se deu para com o pessoal da imprensa, convidados e ganhadores dos ingressos por meio de promoções.
A tal “lista” com o nome do pessoal citado acima, primeiro estaria com a produção do evento, depois estaria faltando apenas imprimir, depois não haviam recebido a lista e, no fim das contas, apareceu. Conseguimos entrar na casa somente após as 22 h. Após isso, sem problemas em relação a entrada.
A hora ia passando e nada da banda aparecer, boatos e burburinhos sobre o cancelamento do show começavam a se espalhar até que a produtora do evento publicou em sua páginas do Facebook que a banda passou por problemas na imigração do aeroporto, mas que o show iria rolar.
O som ambiente da casa tocava Machine Head, Metallica, Sepultura e outras bandas quando anunciaram que Phil Anselmo e sua banda estavam na casa e que dentro de minutos o show se iniciaria, deixando todos ansiosos.
Até que ás 00h30 as cortinas se ergueram e lá estava ele, o frontman mais badass da música pesada com sua banda, iniciando os trabalhos com “Little Fucking Heroes” e outras cinco do trabalho solo do vocalista com o The Illegals, entre elas, “Choosing Mental Illness”, “The Ignorant Point”, “Walk Through Exits Only” e “Photographic Taunts”.
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Entre as faixas, Anselmo se desculpa pelo atraso, dizendo que “você não pode mais voar nos aeroportos”. Ainda completou dizendo que a produtora contou com a possibilidade de cancelar o show, e que o mesmo rechaçou na imediatamente.
Vamos lá! Voltando ao início da resenha: após o final da primeira faixa, a galera começou, em peso, a gritar Pantera. Phil ouviu e disse que entendia, que logo ia nos dar isso, mas que teríamos que ter a mente aberta. E isso é totalmente compreensível, pois aquilo era talvez o mais próximo que os fãs mais novos — na faixa entre 20 e 40 anos — tinham de ver o que era um show do Pantera, guardadas as devidas proporções. Mas, de todo modo, era a voz da banda que estava no palco.
Após as cinco faixas, “Mouth For War” começou e a galera explodiu, o mosh se abriu insanamente e, para muitos ali presentes, assim como eu, o sentimento de satisfação por ouvir a faixa pela primeira vez ao vivo era indescritível. O problema foi que Anselmo interrompeu a faixa por quatro vezes, o que acabou quebrando o clima, de leve. Um problema no baixo, que estavam claramente com a afinação errada, incomodou o frontman — que deve ter esquecido que não era mais Rex Brown que comandava os graves — que ficou realmente puto com a situação. Até que finalmente a música começou e o clima subiu novamente.
“Becoming” começou e a galera não parava um segundo, o clima nostálgico era inegável, o seu refrão forte foi cantado por todos e a energia estava bem positiva. Em seguida, em “This Love”, era notável que Phil não tem mais aquela voz limpa tão boa como tinha nos anos 90, mesmo assim, conseguiu conduzir bem a faixa junto a platéia e foi um dos momentos mais memoráveis do show.
O mosh ganhou destaque mais uma vez quando tocaram “Fucking Hostile”, que quase colocou o Tropical Butantã abaixo. “Hellbound” também apareceu no set, mas a performance vocal de Phil, pra mim, não foi das melhores na música, então não foi tão animadora como as outras.
O Medley com o breakdown de “Domination” e a parte final e mais pesada de “Hollow” veio antes do bis e foi um dos meus momentos favoritos do show, a energia que se sente é muito boa, além disso é são duas das minhas faixas favoritas do Pantera.
Para o bis, não podia falta, é claro, “Walk” deu as caras com seu riff arrepiante e seu refrão que todo mundo cantou junto do fundo da alma. Todos foram ao delírio nesses cinco minutos em que a faixa foi tocada. A banda ainda fechou com a ótima performance de “A New Level”, outra que também tem uma energia incrível e fechou muito bem o show.
Algo inegável, é que a banda deu 100% no show, tirando os problemas técnicos da casa, onde o som das guitarras estava quase inaudível por boa parte do show, a confusão desnecessária por parte da Ticket Brasil com o pessoal da imprensa e os atrasos, o restante foi perfeito. Phil Anselmo, como está sem usar drogas por um bom tempo, teve uma performance muito elogiável, claro que sua voz não é mais a mesma de vinte ou até dez anos atrás, mas comparada com a dos últimos cinco anos, melhorou muito.
O público entre os seus 20 e 40 anos, pôde ter um gostinho do que era uma performance do Pantera nos anos 90, já que a maioria dessa faixa etária, provavelmente não teve a oportunidade de ver a banda ao vivo naquela época. Claro que não é nem de longe o que podemos ver em vídeos da época, mas a presença da voz da banda e ainda mais a sua dedicação e profissionalismo para com os fãs, fizeram desse um momento inesquecível para quem estava lá.
NOTA: Agradeço ao Metal na Lata, especialmente ao Johnny Z, Márllon Matos e William Ribas, que me ajudaram a estar no show, sendo eu o ganhador da promoção no Facebook da banda que dava um ingresso para o mesmo. No caso, então, não fui especificamente cobrir o show para a Roadie Metal, mas unindo o útil ao agradável, a resenha com certeza iria sair aqui no site.
Setlist:
01. Little Fucking Heroes
02. Choosing Mental Illness
03. The Ignorant Point
04. Walk Through Exits Only
05. Photographic Taunts
06. Mouth For War
07. Becoming
08. This Love
09. Fuking Hostile
10. Hellbound
11. Domintation/Hollow
Encore:
12. Walk
13. A New Level