No dia 20 de julho, o Angra passou por Curitiba com a Ømni World Tour. Foi uma noite muito especial para a banda que fez uma espécie de ensaio ao vivo para a gravação do DVD, e para o público que acompanhou um show incrível. É tão bonito ver uma banda com tanta história e talento ter esse reconhecimento e a participação massiva dos fãs.
Aqui eu falo de fã mesmo. Porque fã que é fã tem camiseta, compra álbum, vai nos shows. Fã de verdade sabe que o artista precisa dele e que um grande show só acontece quando as duas partes estão em sintonia. Um show para ser incrível precisa de um artista com qualidade, um público que também saiba responder à altura e um lugar que comporte muito bem tudo isso. Ver aquele mar de gente com “Angra” estampado no peito deu um orgulho de estar ali. Porque é esse tipo de coisa que deixa a gente acreditar no que faz.
A primeira banda de abertura foi a DevilSin e iniciou a noite com seu som bem pesado, um old school heavy metal. A banda é formada por Kevan Gillies no vocal, Ian Axel na guitarra, Giovanni Vicentin na bateria e Khaoe Rocha no baixo, mas foi substituído por Renato Tadeu. O set list foi composto por: “Evil Rises”, “Demons Never Die”, “Monster in Me”, “Take Me to Hell”, “Creatures of the Night”, “White Line Madness”, “Natural Born Killer” e “New World Order”. Infelizmente não cheguei a tempo para assisti-los.
A Phelan também contou com uma participação especial, de Welyntom Siroka Thor da Semblant, na bateria, substituindo Vinícius Rodrigo. A banda é formada também por Leandro Rauseo no vocal, Tiago Rada e Kevim Klaus nas guitarras, e Renato Tadeu no baixo. O set list foi composto por “Ñamandu Okena(Intro)”, “Storm Eagle”, “Tha Dance Of Transition”, “Signs Of Glory”, “Wise And Free”, Wrong Ways” e “Guardian Of Hell”. A Phelan fez uma excelente apresentação com uma grande aprovação do público, que balançava a cabeça e cantava junto algumas músicas.
Aliás, esse é um ponto muito positivo sobre os shows que tenho visto por aqui. Apesar de ouvir uma certa reclamação constante sobre a não participação do público para as bandas locais, ele existe sim! No show da Phelan isso ficou bem claro com o pessoal na frente do palco cantando as músicas. A DevilSin também respondeu algumas mensagens na sua página de rede social sobre o horário que subiria ao palco.
Perto da meia-noite o Angra subiu ao palco. O público foi ao delírio quando Fábio Lione, Rafael Bittencourt, Marcelo Barbosa, Felipe Andreoli e Bruno Valverde subiram ao palco. Lione é um excelente vocalista, dramático, intenso e muito simpático no palco. Rafael tem uma paixão pelo que faz que transcende os limites do tablado e transpassa para o público. Marcelo toca com uma facilidade absurda, que dá a entender que nasceu com uma guitarra no braço. Felipe interage bastante no palco, tanto com o público, quanto com os outros integrantes. Bruno tem pique, energia e deixou bem claro o lugar dele durante o solo.
O show começou com “Newborn me”, “Angels and Demons” e “Running Alone”, como um aperitivo para os fãs. Depois disso, Fábio Lione disse que iriam tocar na íntegra o novo álbum Ømni e que seria um ensaio para a gravação do DVD, e pediu a participação do público. “Eu quero escutar vocês”, disse.
A primeira foi “Light of Transcendence”, seguida por “Travelers of Time”, na sequência do álbum mesmo. “Black Widow´s Web” ao vivo não teve a participação de Sandy nem da Alissa, portanto Rafael cantou os trechos da Sandy e Andreoli de Alissa. Uma excelente opção, porque manteve a essência da música, guardada as devidas proporções, claro!
Os integrantes saíram do palco e voltou Rafael Bittencourt. Ele, muito simpático, humilde e carismático conversou com o público. “Todos sabem que estamos numa guerra intensa, amanhã a gente grava o nosso DVD ao vivo. Escolhemos Curitiba em primeira mão. De certa forma, Curitiba é a segunda casa do Angra. É aqui que fica o nosso escritório. Então é com muita alegria que estamos tocando pra vocês.”, disse.
Bittencourt também falou um pouco sobre o momento atual da banda. “Esse é um momento difícil na carreira do Angra. Em 91, o mundo era completamente diferente. Nada do que a gente construiu foi feito sozinho, as grandes batalhas da vida. Você pode vencer uma luta no mano a mano, mas as grandes batalhas você vai vencer em grupo. Guerras a gente vence de maneira coletiva. Quero agradecer de coração a todos os ex-membros do Angra. Não fosse por eles, isso aqui não existiria.”
O público aplaudiu em peso. “O sucesso é uma construção, tijolinho por tijolinho. Se manter lá é muito difícil. A gente hoje se mantém muito por conta de vocês, que estão sempre aqui conosco. Quero agradecer a vocês, que nos dão motivação, que nos critica quando precisa e participam e não deixam a gente desistir. Muito obrigado a vocês!” Os fãs responderam a essa manifestação tão bonita com um “Olé Olé Olé Angra Angra” em massa. Rafael apresentou cada um da nova formação do Angra e considerou como o “terceiro grande momento da história da banda”. “Curitiba, um beijo, muito obrigado”, disse o vocalista. Eles saíram do palco e o público pediu por mais. Lione entrou no palco para a próxima música cheio de energia: “Curitiba, agora vou fazer uma música emblemática que eu gosto muito. Rebirth”.
O show foi uma experiência inesquecível. Quem comprou os ingressos, vestiu a camisa e foi para a Live Curitiba naquela sexta-feira não se arrependeu. O que ficou claro foi a fórmula de sucesso para uma grande banda: músicos de qualidade, carismáticos, músicas muito bem trabalhadas, performance impecável, muita interação, e um público receptivo e participativo. Um grande show é construído a cada momento e é composto por gente que participa da história.
Set List Angra Ømni World Tour Curitiba (20/07/2018)
1. Newborn me
2. Angels and Demons
3. Running Alone
4. Light of Transcendence
5. Travelers of Time
6. Black Widow´s Web
7. Insania
8. The Bottom of My Soul
9. War Horns
10. Caveman
11. Magic Mirror
12. Always More
13. Silence Inside
14. Spread your fire
15. Ego Painted Grey
16. Heroes of Sand
17. Carolina IV
18. Rebirth
19. Nova Era
