Resenha de show: Metal sem Fronteiras, Rio de Janeiro/RJ (04/08/2018)

METAL SEM FRONTEIRAS

04 de agosto de 2018

Heavy Duty Beer Club, Rio de Janeiro/RJ

Steel Wölf – Armadilha – Sweet Danger – Facing Fear

Por Jucie Lord / Fotos: Rodrigo Dantas / Edição: Leonardo M. Brauna

A primeira realização do “Festival Metal sem Fronteiras” no Rio chegou com moral à Cidade Maravilhosa, depois de sua realização em Curitiba/PR. 4 de agosto de 2018 entrou para a história da cena local como “O Dia Carioca do Metal Tradicional”, devido ao elenco que se deslanchou no Heavy Duty Beer Club naquela noite.

Para fazer essa cobertura, foram 454km percorridos de “Sampa Hell” ao “Hell de Janeiro”, mas chegando lá, às 23h aproximadamente, ainda no hall de entrada confraternizando com os bangers presentes, ouço um grande “uivo” feito por um “aço” proclamando a abertura do evento –, era o Steel Wölf do Rio de Janeiro com a música “The Beauty and the Best”. No centro do palco, Terry Paninkiller nos vocais, Luiz Eduardo na guitarra, Jëy Séék’s no baixo e Patrick na bateria.

Todos ficaram na maior empolgação, pois a banda que já era conhecida na região, levou todo mundo para o salão com muito agito, uivos e gritos alucinantes. O público, claro, acompanhava em coro. E é descarregado o set com muita gente em frente ao palco, que a saideira é anunciada por Terry: nada mais, nada menos que “Painkillerdo Judas Priest, um dos hinos máximos do Heavy Metal.

Pouco depois da meia-noite, cobertos pelo couro e pelo brilho do Metal, a “Armadilha está armada no palco e sua isca é feita de riffs, solos e muita energia, prato cheio para um autêntico headbanger ser fisgado.

Banda formada por Pedro Zupo nos vocais, Lucas (Alemão) no baixo, Denys Garcia na guitarra e um grande reforço na cozinha que tornou a banda muito mais pesada com um excelente músico, Marcelo Oliveira na bateria, foi a primeira visitante de São Paulo/SP a subir ao palco. Há de se explanar que, após a entrada de Marcelo no Armadilha, o som da banda ficou com uma pegada mais elevada, deixando-o extremamente pesado e com uma qualidade fantástica.

O setlist do grupo foi constituído por músicas como1932/Metal Inquebrável”, “Decapitar o Poder”, “Filhos do Ódio”, “Fúria sobre Duas Rodas”, “O Herói” e finalizaram com a popular “Guerra no Espaço”, acompanhados por todos os bangers presentes em alto e bom som. Uma apresentação marcante da noite.

A terceira banda, Sweet Danger, formada em 2012, em São Paulo/SP, com proposta de tocar Heavy Metal tradicional dos anos oitenta (assim como soam todas as outras deste festival), se apresentou de forma memorável e a caráter com um visual Hard e Heavy, atraindo muitos fãs trajados da mesma forma.

A banda inicia o show com a músicaHard`n Heavy” em volume alto no microfone, com vocais extremamente agudos de Adriano Conde e os outros protagonistas Felipe Sotnas e Marcelo Araújo (guitarras), Allan Brasil (baixo) e Bruno Morais (bateria).

Durante o show, a energia nos vocais de Adriano foi tão expressiva que, em alguns momentos, chegava a ofuscar um pouco o som dos instrumentos da banda, dando trabalho a quem comandava os “botões da mesa”. Mesmo assim, foi um bom espetáculo, inclusive, com tributo ao Metal Church profanando “Start the Fire” e fechando com “Up to the Grave”, música do álbum “Women, Leather and Hell” de 2016.

Em seguida, a tão esperada Facing Fear chega como última banda carioca, começando o show quando já passavam das três da manhã, com a música “Prisão Mental”, dando seguimento ao setlist com hinos que hoje representam categoricamente o movimento NWOTHM no Brasil, como a inédita “Until The End”,Lutaremos pelo Metal”, faixa título de seu renomado EP de 2017, e “I Wanna Play the Sound”, título de seu videoclipe oficial lançado em 2018.

O número de presentes na pista era composto, em sua maioria, pelos fãs mais fiéis fazendo bonito no acompanhamento dos hits do quarteto, estabilizando os ânimos na troca de energia até o fim da festa. O fato de os PAs terem se danificado durante as apresentações, pois não suportaram tanto peso sonoro, não fez cair o nível da performance de Terry Painkiller (vocal, sim, o mesmo da Steel Wölf), Raphael Dantas (guitarra), Nathalia Souza (baixo) e Vall Maranhão (bateria), que deram um banho de força, união e, acima de tudo, profissionalismo, incendiando o palco com energia de uma verdadeira banda de Heavy Metal.

Encerrando com “Enfrentando o Medo” e, a pedido da galera, um cover do Grim Reaper, “See You in Hella banda cumpriu seu dever de encantar o fã de Metal com a mais pura essência. Parabéns à Facing Fear e às demais pelo sucesso do evento em palco. Que o Brasil conheça mais festivais como este e que o público saiba sempre valorizar o que a cena underground oferece. Valeu Rio, valeu “Metal sem Fronteiras”!

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