No sábado, dia 14 de julho, aconteceu em Curitiba o Dia Mundial do Rock Crossroads Festival. O sucesso do evento se deve a uma bela combinação entre a excelente estrutura montada e o clima da cidade que cooperou. Se você mora na capital paranaense sabe que se esfriou muito ou choveu, ninguém sai de casa. Mas o tempo colaborou com um sol forte durante o dia e uma lua bem bonita durante a noite.

O Festival foi muito bem organizado. Isso foi possível ver logo na entrada, porque apesar de ter bastante fila, ninguém precisou ficar esperando duas horas para entrar. Segundo dados oficiais, estima-se que o público tenha sido de 8 mil pessoas. Traduzindo para termos mais visuais, tinha bastante público para todos os shows, e em algumas apresentações era impossível chegar perto do palco.

Ponto muito positivo para a escala e o horário montado entre as bandas. Eram vários estilos, então rock para todos os gostos. Por exemplo, enquanto os legendários do rock paranaense do Blindagem se apresentavam no Palco Crossroads, Válvula Vapor tocava as principais músicas do rock nacional no Palco Heineken, Black Maria também veteranos por aqui subiam no Palco Absolut Pool, o Meinteil transformou o espaço do Palco Jack Daniel´s em um beco de Berlim, com o seu cover de Rammstein.

Não tem como fazer um festival do dia do Rock sem o Motorocker, certo? Os caras são veteranos e tem um público muito fiel. A banda é formada por Marcelus dos Santos no vocal, Luciano Pico e Eduardo Calegari nas guitarras, Silvio Krüger no baixo, e Juan Neto na bateria.

Para quem gosta de um rock um pouco mais leve, teve Lenhadores da Antártida com um indie/folk. “Mel e Gim”, de composição da banda, foi uma das tocadas na noite do Festival.

Aliás, os shows mais pesados foram no Palco Jack Daniel´s que ficou muito bem ambientado com estilo de usina abandonada. A cara do público underground que curte um Pantera, Linkin Park, entre outros, como o Krucipha.

Os caras do Metal Pinhão subiram no palco as 21h30. Eles tocaram com uma formação especial, com o Renato Tadeu no baixo e Khaoe Rocha assumindo a guitarra. Fabiano Guolo no vocal e na guitarra, Nicholas Pedroso na percussão e Felipe Nester na bateria.

O público fiel do Krucipha compareceu em peso, pulando e cantando todas as músicas. O frontman Fabiano lançou um desafio para público: cantar em peso “mass” em Mass Opression. Aliás, ponto para a boa comunicação que o Krucipha faz com o público em todos os shows. No final, claro, teve muito mosh e muita porradaria na plateia. Como sempre. O set list foi composto por “Krucintro”, “Indigenous Self”, “Reason Lost”, “Denial”, “FOMO”, “Mass Opression”, “Bureaucrap”, “Mass Catharsis”, Afforddiction” e “Wall of Death”.

Quem subiu logo depois para esquentar mais ainda a noite do festival foi o Macumbazilla. A banda é formada por André Nisgoski na guitarra e nos vocais, Carlos Schner no baixo e Júlio Goss na bateria.

O vocalista ergueu seu copo e pediu ao público para fazer um brinde aos organizadores e todos que colaboraram para que o evento fosse uma noite tão divertida. O Otávio Madureira do Machete Bomb fez uma participação especial na música “I fought the law”.

Para os fãs ficarem ainda mais enlouquecidos, teve música inédita. “Essa música que a gente vai tocar é inédita, inédita mesmo, nunca foi tocada em lugar público.”, disse André antes de começar com os acordes de “Fast as Fuck”. Um ponto positivo foi a excelente utilização da luz. Muita banda tem medo de usar esses recursos no palco como se fosse apenas para quem não sabe tocar. Macumbazilla mostrou que tem a mão pesada sim, muita presença de palco e não tem medo de fazer a diferença. Também teve cover de System of a Down. “Nossa última música não é uma versão que a gente estragou, mas não é uma música nossa. Vamos ver se vocês conhece.”, disse o frontman.

O set list foi composto por Blood Beer and broken teeth, a dobradinha Blondie phantom + Rebell Yell (Cover billy idol), I fought the law (com participação do Otávio Madureira do Machete Bomb) “Fast as Fuck”, “King without a crown”, a clássica “The Ritual”, e “Aerials” (System of a Down).

Os paulistas do Project 46 fecharam a noite do Palco Jack Daniel´s. A banda é formada pelos guitarristas Jean Patton e Vini Castellari, pelo vocalista Caio MacBeserra, pelo baixista Baffo Neto e o baterista Betto Cardoso.

Com um som extremamente pesado, os caras exigiram uma boa dose de energia do público, que respondeu à altura com muito mosh. “Eu quero ver uma roda aí no meio, Curitiba.”, disse o vocalista.

O set list foi composto por “Terra de Ninguém”, “Impunidade”, “Capa de Jornal”, “Pânico”, “Corre”, “Rédeas”, “Na Vala”, “Erro +55”, “Empoderado”, “Pode Pá”, “Violência Gratuita”.

Resumo do Festival: excelente. Nota 10. Para a estrutura, para a organização e para as bandas. Todo esse conjunto foi imprescindível para um Festival com diversão de primeira, para a família, os amigos, os casais e até para quem foi sozinho. E para quem insiste em dizer que o rock morreu, ele estava bem vivo. Não foi à toa que o lema era “Never Surrender”. Justo, bem justo!