Resenha: Dark Tranquility – Moment (2020)

Esse ano nos reservou vários aprendizados, entre eles, que apesar de tudo, devemos nos manter firmes! E que, mesmo diante de toda adversidade, a renovação deve ser o troféu dos vitoriosos!
Foi assim que Mikael Stanne e o Dark Tranquility encararam a saída de Niklas Sundin, pilar e guitarrista da banda desde a sua formação, e entregaram uma das melhores novidades de 2020, o cativante Moment!
Para o lugar de Sundin, a banda efetivou os guitarristas Johan Reinholdz (ex- Andromeda) e Christopher Amott (fundador e ex – guitarrista do Arch Enemy), que já excursionavam com o DT desde 2017.
Mas vamos ao que interessa!
O Death Melódico é a forma mais rebuscada do Death Metal, com esquemas mais harmônicos e melódicos do que o seu gênero raiz, porém, com o tempo, várias bandas do estilo trilharam caminhos diferentes, mais puxados para o metalcore, a exemplo do In Flames, nesse cenário, o Dark Tranquility é um expoente de ortodoxia da vertente que ajudou a fundar.
E Moment é a corroboração de que, mesmo seguindo as regras à risca, renovar é sempre uma ótima ideia, o álbum soa consistente e decidido, por mais que Reinholdz e Amott sejam novos integrantes, em nenhum momento percebe-se falta de clareza nas decisões. Isso é notado logo de cara, ao apertar o play “Phantom Days” nos arrebata com muita melodia e força, as guitarras e teclado funcionam muito bem durante toda a faixa, é uma abertura fenomenal!
As coisas começam a ficar mais agressivas com “Transient”, que detém um dos melhores solos do disco, e “Identical to None” dá sequencia ao momento mais pesado do ábum.
Stanne consegue transmitir sua verdade de várias formas, seja usando o gutural, ou usando sua voz limpa, e ele marca o álbum com as fascinantes “The Dark Unbroken” (confira o clip no final do texto) e “Remain in the Unknow” , alternando os vocais, os climas criados são alucinantes, as texturas que remetem ao postrock de bandas como God Is An Astronaut são marcantes e o mix de sensações tomam o ouvinte, dois grandiosos momentos!
“Standstill” possui um tema mais alegre, mais uma vez harmonias e melodias se encaixam perfeitamente, as partes limpas remetem ao som dos conterrâneos do Soen, a sensação de constância na qualidade do álbum é muito empolgante, “Ego Deception” traz uma pegada voltada para o trash, assim como suas antecedentes, apresenta as partes melódicas que contrastam e dialogam muito bem com os climas mais densos.
É muito difícil escolher a faixa que mais se destaca, pois as composições são muito consistentes e empolgantes, “A Drawn out Exit”, “Failstate” e “Empires Lost to Time” trazem a agressividade de volta, enquanto “Eyes of the World” alivia o clima com belas passagens melódicas. O play é finalizado com a arrastada e harmônica “In Truth Divided”, o andamento contido é cama para Martin Brändström e Sttane darem um show, as harmonias criadas pelo tecladista elevam a melodia da voz limpa do vocalista, fechando com chave de ouro essa maravilha de álbum.
Nesses mais de 30 anos de vida do Dark Tranquility, esta é uma das viagens mais polidas e seguras da discografia da banda. Não chega ser impactante como The Fiction ou The Gallery, mas prova ser um passo a frente dos demais lançamentos anteriores. As contribuições de Amott e Reinholdz de forma geral, são consistentemente positivas, seguras e mostram um horizonte de muitas possibilidades na caminhada dos suecos.

Nota: 8,5

Dark Tranquility – Moment
Data de Lançamento: 20/11/2020
Gravadora: Century Media Records



Tracklist:

1. Phantom Days
2. Transient
3. Identical to None
4. The Dark Unbroken
5. Remain in the Unknown
6. Standstill
7. Ego Deception
8. A Drawn Out Exit
9. Eyes of the World
10. Failstate
11. Empires Lost to Time
12. In Truth Divided

Formação:

Mikael Stanne – Vocais
Martin Brändström – Teclado
Chris Amott – Guitarra
Johan Reinholdz – Guitarra
Anders Iwers – Baixo
Anders Jivarp – Bateria

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