Resenha: Crashkill – Hate Zone (2017)

A banda é nova, mas a formação é experiente. A Crashkill reúne um time de músicos que trazem, em seu histórico, participações efetuadas em diversas bandas do cenário cearense. A origem alencarina não foi, entretanto, óbice para que o conjunto fosse absorver suas influências de outras regiões do país, mais precisamente de Minas Gerais, o estado que colocou o metal extremo no mapa do Brasil e que expandiu a sua sonoridade para além do Oceano Atlântico.

Contando com o vocal de Ulisses Freitas, as guitarras de ValterDoom e Ney Barros, o baixo de Germano Azazel e as batidas de Mailson Buson, o Crashkill gravou o seu primeiro trabalho durante o mês de maio de 2017, com o acompanhamento de Taumaturgo Moura na produção. As atividades de pós-produção têm ocorrido simultaneamente com o percurso do grupo por diversos palcos de Fortaleza, fazendo o seu trabalho ser conhecido. E esse é um trabalho que realmente merece ser conhecido.

A primeira faixa “Gold And Blood” nos traz os timbres e o estilo de bandas lendárias como Chakal e Mutilator, mas revestidos por uma concepção atual. A banda sabe que está em 2017 e não cai na armadilha de deixar com que as influências falem mais alto do que a contemporaneidade de suas composições. Embora tudo esteja soando muito bem, com maturidade, agressão e violência, devo, porém, dizer que senti falta de uma presença maior do som de bateria. Ela está audível, mas em um volume que poderia ter sido encorpado, para resultados ainda maiores de obtenção de peso.

A voz de Ulisses Freitas aproxima o conjunto do Death Metal, e essa sempre foi uma característica forte do Brazilian Thrash Metal. Faixas como a ótima “Lucifer Slave” e, a seguinte, “Jesus Money”, crescem sobremaneira com os backing vocals bem colocados. Ao vivo, devem deixar o público dividido entre partir para as rodas de mosh ou gritar os refrões junto com a banda, sendo que o refrão é um dos pontos altos de “Years Of Darkness”, que é a faixa com mais cadência em seu andamento entre as demais.

“I Choose The Violence” encerra a apresentação das músicas autorais deste EP, que somente finaliza de fato com o cover de “Fangs Of A Pig”, do disco “Gottverlassen”, da banda The Mist, contando com a participação do guitarrista Fabio Andrey, ex-The Mist e ex-Insanity, nos backing vocals, em uma versão que foi ao mesmo tempo fiel e exemplificadora de como o Crashkill se encaixa bem nesse estilo, pois a sua pegada casa, com perfeição, com o que foi demonstrado nas demais faixas.

Mantendo o foco e a intensidade de divulgação, não tardará para que o Crashkill avance posições dentro do cenário. A estreia é promissora e nos mantém na expectativa dos próximos passos da banda.

Formação

Ulisses Freitas – vocal

ValterDoom – guitarra

Ney Barros – guitarra

Germano Azazel – baixo

Mailson Buson – bateria

Músicas

01.Golden and Blood

02.Lucifer Slave

03.Jesus Money

04.Years of Darkness

05.I Choose the Violence

06.Fangs of a Pig

 

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