Resenha Clássicos: Metallica – …And Justice For All (1988)

1988 foi um ano de muitas dúvidas no Metallica, após os anos anteriores terem sido bem movimentados para a banda, com a perda do seu baixista Cliff Burton em um acidente em 1986, juntamente com a entrada do novo baixista Jason Newsted no mesmo ano, a banda precisava mostrar que continuava com a força construída por seus álbuns anteriores para seus fãs. Eis que a banda nos entrega “…and Justice For All”, e chegou a hora de falarmos sobre esse grande Play.

METALLICA

Lançado em 25 de Agosto de 1988, o álbum nos traz o belo Thrash Metal feito pela banda desde os seus primórdios, claro que com a maturidade que a banda ganhou durante os tempos, letras que falam sobre justiça, manipulação, guerras, perdas juntamente com músicas simplesmente fenomenais.

Logo de cara temos “Blackened”, faixa rápida, que já era tradição no início dos álbuns, já é uma porrada na cara do ouvinte, a letra fala basicamente sobre o mundo que está indo para a escuridão, o que pode ser interpretado tanto como o planeta mergulhando em sua própria destruição, como também alguém que está à beira da morte e não tem mais esperanças de vida.

“…and Justice For All” é a épica faixa-título, são quase dez minutos de guitarras afiadas e uma bateria impressionante de Lars Ulrich. A letra nos traz algo sobre uma justiça perdida, violentada, que na verdade prestando atenção e também no título, nos faz perceber que talvez a banda quis fazer um trocadilho com “Injustice For All”.

“Eye Of The Beholder” é uma ótima faixa que mostra o entrosamento da banda, o que me faz pensa no por que de a banda esquecer dessa música em seus shows desde 1989.

Aqui chegamos na faixa que talvez seja o grande clássico da banda na era pré-Black Album. “One” é memorável e épica desde seu início, com sons de caos em meio a uma guerra, logo Hetfield entra com seu dedilhado simples, porém marcante, e aos poucos a música vai crescendo. Ao longo da música, temos uma verdadeira aula de bateria de Lars, com uma técnica impressionante nos bumbos duplos. A letra nos conta a história sobre um homem que perdeu seus braços, suas pernas, sua visão e vive na cama implorando para que Deus o ajude.

CURIOSIDADE: “One” é a primeira faixa da banda em toda sua carreira a ganhar um videoclipe.

justice-2

“The Shortest Straw” e “Harvester Of Sorrow” também são ótimas faixas e não decepcionam, a primeira sendo bem Thrash e seguindo o andamento de “Eye Of The Beholder”, a segunda sendo mais pesada com um andamento mais lento, nunca esquecida pela banda em seus registros ao vivo.

Talvez uma das faixas mais esquecidas pela banda, pelo menos ao vivo, seja “The Frayed Ends Of Sanity”, uma faixa épica, cheia de variações e partes empolgantes. É meio incompreensível a banda não a ter tocado em sua forma completa no auge de suas performances ao vivo. A música só foi tacada completa em 2014, quando os fãs escolhiam o setlist dos shows da banda.

A já clássica instrumental dos álbuns da banda fica a cargo de “To Live Is To Die” que tem uma pequena diferença quanto as outras, pois no meio da música, um poema feito por Cliff Burton é citado por James Hetfield, que chega a ser emocionante somado ao feeling da música.

Por último, mas não menos importante temos “Dyers Eve”, também uma faixa bem rápida em sua execução. A letra é praticamente um desabafo de James Hetfield com seus pais, sobre a vida que eles o faziam viver, o proibindo de fazer várias coisas por conta da religião. É outra faixa esquecida pela banda em seu auge e toda somente depois de muitos anos.

O álbum teve problemas em sua mixagem, que deixaram o baixo praticamente inaudível durante o Play, algo que foi feito propositalmente por James e Lars, em um completo Bullying com o novo integrante Jason Newsted, o que é completamente contraditório, pois comparado a maturidade apresentada pela banda no álbum, isso é uma total imaturidade.

Concluindo, “…and Justice For All” é um álbum que deixa a sensação de dever cumprido pela banda, depois das forçadas mudanças e apesar dos problemas citados acima. Nos trouxe clássicos, uma banda muito mais madura em suas letras e afiada tecnicamente, para mim, só perde para “Master Of Puppets”, isso devido à falta de riffs marcantes, mas nada que seja prejudicial.

Um grande álbum que com certeza abriu muitas portas para a banda, pois depois disso o Metallica se tornou o que é hoje, uma das maiores e mais respeitadas de Metal do planeta.

Formação:
James Hetfield (vocal/guitarra);
Kirk Hammett (guitarra);
Jason Newsted (baixo);
Lars Ulrich (bateria).

Faixas:
01 – Blackened
02 – …And Justice For All
03 – Eye Of The Beholder
04 – One
05 – The Shortest Straw
06 – Harvester Of Sorrow
07 – The Frayed Ends Of Sanity
08 – To Live Is To Die
09 – Dyers Eve

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