Oriunda de outras bandas inativas, a gaúcha Cavera, da cidade de Carlos Barbosa, surge no cenário nacional com um som mais voltado para o Thrash Metal, mas com muitas influências do System Of A Down. O grupo começou a escrever a sua história no underground em 2012 e um ano depois lançou seu trabalho de estreia, o EP “Mental Killer”. Em 2014 a banda adicionou à sua discografia o primeiro álbum de estúdio, chamado “Unfit For Rational Consumption”, que consiste basicamente do próprio Thrash Metal com os já citados “temperos” vindos do som do SOAD.
A faixa que abre o álbum é a introdução “Collision”, que logo dá lugar a “Creatures”, que começa com muito peso, mas com uma certa cadência. A guitarra e a bateria chegam matadoras e o vocal em certos momentos lembra muito o Serj Tankian, do System Of A Down. Sem dúvida é um bom começo para este álbum.
“Mental Killer” tem um ritmo diferente da anterior, mas mantém o embalo do disco. A faixa dá uma quebrada quando entra o vocal de Rodrigo Rossi, voltando a lembrar o System Of A Down, que parece ser uma das grandes influências para o som que o Cavera se propõe a fazer. Emerson Luiz dos Santos (bateria) e Catiano Alves da Silva (guitarra) seguem se destacando no disco.
Outra faixa pesada nos espera logo em seguida. “Controlled By The Hands” chega quebrando tudo e a bateria segue matadora. Ao contrário da faixa anterior, aqui temos um ritmo mais constante, sem mudanças bruscas, o que é mais um ponto positivo para o Cavera. O ritmo só muda mesmo do meio para o final da faixa, porém não é como em “Mental Killer”.
“Little General” é uma faixa mais experimental que as anteriores, sobretudo no vocal, com alguns momentos mais agressivos e outros mais limpos. A faixa muda muito de andamento e é a que mais faz lembrar do System Of A Down, exceto pelo vocal agressivo em algumas passagens. O baixo de Leandro Mantovani e a guitarra de Catiano Alves da Silva se sobressaem junto ao vocal de Rodrigo Rossi. O refrão é bem interessante, mas a faixa experimenta demais, o que prejudica um pouco para acompanhar, pelo menos em uma primeira audição.
A próxima é “Glistening Lips”, mais uma faixa pesada, com guitarra e baixo tendo destaque. Os backing vocals aparecem nos momentos certos e a presença maior do baixo em algumas passagens dá uma melhorada no som.
O baixo também tem outro grande momento em “Seven”, que quebra a sequência intensa que o álbum vinha mantendo. A sétima faixa do disco tem uma pegada mais cadenciada, mas também tem peso em alguns momentos.
O ritmo mais arrastado se mantém quando “Snuff Box” começa a tocar. O instrumental é eficiente na tarefa de levar peso para a música, mas o vocal, assim como em todo o álbum, segue como um ponto a ser melhor trabalhado pelo Cavera. O estilo de voz de Rodrigo Rossi parece desconexo do instrumental em diversas passagens do álbum e aqui se evidencia melhor isso. Rodrigo Rossi não é um mau cantor, mas me parece um pouco deslocado do som da banda.
Em seguida temos “Time To Die”, que é a música que deixa mais clara a influência de System Of A Down, principalmente para o vocalista. A faixa tem uns vocais rasgados em algumas passagens e a guitarra é o grande destaque por aqui.
“Calhordas” chega quebrando tudo. A guitarra segue em evidência, junto com a bateria, que está matadora em vários momentos. O vocalista melhora quando emplaca uma voz mais agressiva.
Assim como em “Time To Die”, “Unnamed Pills” é mais uma que evidencia a influência do SOAD no som. A faixa chega a ser um pouco maçante, principalmente para quem não é fã de System Of A Down. Além disso, o vocal usa alguns efeitos meio desnecessários, mas que não prejudicam tanto quanto o próprio andamento da faixa. É uma faixa descartável de certa forma.
“More Lies” melhora a audição do álbum, alternando momentos arrastados com peso na medida certa, exceto por uma mudança mais brusca em alguns pontos, mas que neste caso não compromete a faixa. Um curto e bom solo de guitarra surge perto do fim e o vocal melhora em relação às músicas anteriores.
A última faixa começa avassaladora. “La Strega Rossa/Senza Cura” é mais uma que dá para perceber o quanto o System Of A Down inspira o Cavera. Apesar da influência, a banda gaúcha coloca elementos próprios não só nesta faixa, mas no álbum praticamente todo. É evidente que o Cavera tem potencial para ir mais longe na cena nacional, mas é preciso aprender as lições que o disco de estreia deixou para poder alçar voos maiores.
Formação:
Rodrigo Rossi (vocal);
Catiano Alves da Silva (guitarra);
Leandro Mantovani (baixo);
Emerson Luiz dos Santos (bateria).
Faixas:
01 – Collision
02 – Creatures
03 – Mental Killer
04 – Controlled By The Hands
05 – Little General
06 – Glistening Lips
07 – Seven
08 – Snuff Box
09 – Time To Die
10 – Calhordas
11 – Unnamed Pills
12 – More Lies
13 – La Strega Rossa/Senza Cura
Links oficiais:
Site oficial
Facebook
YouTube
ReverbNation
Soundcloud
-
8/10