Resenha: Bohemian Rhapsody – filme (2018)

Depois de um longo período ocupado com as minhas múltiplas funções (barman, redator da ROADIE METAL – A VOZ DO ROCK, faculdade, blog, etc…), enfim tive um tempo para prestigiar o agora premiado filme “Bohemian Rhapsody“. E posso dizer ao caro leitor, que, embora eu seja um cara emotivo, seja com meus familiares ou amigos, um filme nunca tinha conseguido me arrancar lágrimas: até que chegou o dia.

Fortes emoções do início ao fim: o ator Rami Malek, que eu confesso que não conhecia o seu trabalho, me deixou uma ótima impressão, realmente, merecedor do prêmio de melhor ator no Globo de Ouro, na semana passada. Ele deu vida à mais bela voz do Rock de forma honesta e bem verdadeira.

Para quem ainda não assistiu, uma ressalva: embora o filme esteja bastante focado no QUEEN, não se trata necessariamente da história da banda narrada ali; Quem assume o protagonismo é a estrela maior, Freddie Mercury, onde sua história começa a ser narrada quando ele trabalhava no aeroporto Heathrow, passando pelo encontro com os seus futuros colegas de banda e dando um enfoque todo especial na sua relação com Mary Austin.

O filme, claro, tem algumas, digamos, algumas adaptações sobre o que de fato aconteceu na história (clicando AQUI o leitor pode ler a matéria que escrevemos anteriormente sobre as diferenças mostradas no filme e na vida real), como por exemplo, a parte em que Freddie conheceu os futuros companheiros durante um show do SMILE (banda que deu origem ao QUEEN), porém, eles se conheceram na faculdade. E há também os problemas de conectividade na sinopse, como por exemplo, a apresentação no Rock in Rio que se deu em janeiro de 1985 e que se fosse para seguir a ordem cronológica, esta parte teria que estar mais para o final, que tem a participação da banda no Live Aid, realizado em julho de 1985. E falando em Rock in Rio, o take desta parte da história mostra a multidão que acompanhava a apresentação da banda com seus telefones celulares acesos enquanto era executada a música “Love of my Life“… Em 1985 mal tínhamos telefonia fixa no Brasil, que dirá smartphones…

Mas nem isso tira a emoção do filme, que mostra um pouco dos excessos que Freddie Mercury cometeu, causando a abreviação de sua vida. Ele faleceu em 24 de novembro de 1991, dois dias depois de declarar publicamente que era portador do vírus HIV, aos 45 anos, muito jovem.

A relação do astro com Mary Austin tem uma fidelidade quase que total na película, exceto sobre o início da relação, pois ao contrário do que mostra o filme, eles se conheceram na famosa loja Biba, da qual ela era atendente. E Freddie contou à ela sobre sua bissexualidade em 1976 e não já em 1985. Mas a relação de ambos era daquele mesmo jeito que aparece, tanto que Mercury deixou para Mary a maior parte de sua herança. E era muito bonito o amor que ele nutria pela moça, tanto que ele dedicou-lhe “Love of my Life”. Ao leitor que ainda não teve a oportunidade de conferir, clicando AQUI, você poderá ler a matéria que escrevemos sobre a relação dos dois.

Agora a parte que levou este redator às lágrimas foi a parte final, a épica apresentação no Live Aid. Eu, por razões de idade, não pude acompanhar o QUEEN como deveria na década de 1980, porém, não posso bater no peito e dizer com orgulho que estive no Rock in Rio, mas depois de crescido pude acompanhar o passado da banda e aprendi não só a respeitar, como gostar de tudo que Freddie Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor fizeram nos 21 anos em que se mantiveram em atividade. E impossível não conter as lágrimas quando o filme mostra, quase que com total fidelidade ao que de fato aconteceu naquele 13 de julho de 1985. Esta parte final é realmente de arrepiar.

https://www.youtube.com/watch?v=ktYlzVYQbwY

Eu tive a chance de escutar o show do QUEEN, em 2015, na edição que comemorava os 30 anos do Rock in Rio. Nesta época eu trabalhava em um hotel que ficava de frente para a “Cidade do Rock” e como minha jornada de trabalho coincidia com o horário dos shows, eu não pude assistir a nenhum, e mesmo com o jovem e talentoso Adam Lambert a emoção já tinha sido grande, porém, o realismo da cena final do filme me tocou mais. Escrevo essas linhas poucas horas depois de ter saído da sessão e confesso que ainda extasiado, vai ser difícil eu pegar no sono.

Um filme estupendo, emocionante do início ao fim, com atuações brilhantes de todos, as maquiagens estão perfeitas. Merecedor dos prêmios conquistados. Em 22 de janeiro serão anunciados os finalistas que irão concorrer ao Oscar e com certeza Bohemian Rhapsody irá abocanhar algumas estatuetas.

Após a cena do show no Live Aid, o espectador permanece sentado, pois é exibido um videoclip com a banda tocando “Don’t Stop me Now“, e quem se levanta para ir embora pode ser chamado de herege.

A quem ainda não assistiu, recomendo fazê-lo o quanto antes. E quem já assistiu, pode assistir novamente, pois o QUEEN é merecedor de toda a nossa audiência e reverência.

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