O já consagrado vocalista inglês Blaze Bayley não precisa provar mais nada para ninguém. Depois de uma passagem pela Donzela com várias críticas e questionamentos, o cara simplesmente detonou em sua carreira solo, ganhando o respeito de muitos, inclusive da maioria daqueles que o criticavam.
Hoje em dia, Blaze vive um dos melhores momentos de sua carreira, fato confirmado pelo próprio, que diz que sua voz está melhor agora do que nunca.
Mas vamos ao que interessa, o álbum “Endure and Survive (Infinite Entanglement Part II)”, que continua a história daquele que foi escolhido a ser o primeiro a viver por mil anos, e descobrir os segredos do universo. Sim, esse é o principal conceito do álbum, que conta a história do tal viajando milenar.
O que temos neste álbum é principalmente o Heavy Metal clássico, tocado de forma brilhante pelos músicas da banda. Começamos a audição com a faixa-título, que parece continuar exatamente de onde paramos na primeira parte do álbum, lançada em 2016. Se prestarmos atenção, vemos que é tudo muito simples, mas tocado com muita competência e paixão, sentimento esse que Bayley consegue transmitir em todas as faixas. Ele realmente parece amar muito o que faz. Ótimo para nós!
Continuando, temos “Escape Velocity”, que é como a primeira faixa, acelerada, com Blaze soltando a voz nos versos e refrão. Esse que é bem pegajoso, como quase todos do Play. Aqui vai um destaque para as guitarras, com um riff muito bom e uma harmonia muito agradável.
Gritos de desespero introduzem “Blood”, que conta com um baixo super presente logo no início, ótimo trabalho. A faixa mantém o ritmo mais acelerado, com os bumbos dominando a maior parte da faixa. Mais uma vez temos um ótimo refrão, parece que Blaze realmente estava inspirado na hora de escrevê-los.
Quebrando o ritmo, temos “Eating Lies”, minha favorita do álbum. Quase uma balada, tem uma pegada mais lenta, com violões dedilhando na maior parte da faixa. Os vocais aqui mais uma vez se destacam, a parte onde o vocalista diz “They will try to take my life…” me arrepia toda vez em que a ouço. Aos poucos a faixa vai crescendo e ganhando peso, até chegar ao ápice com um solo cheio de feeling.
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Após esse lindo momento, temos “Destroyer”, que lembra muito algo do “The X Factor” (1995) em seus versos, talvez o modo que o vocalista canta na música. Boa canção, mas que não se tornou uma das minhas favoritas.
“Dawn of the Dead Son” começa com uma pequena passagem/intro com um coral, até que entra um ótimo trabalho de guitarras, até com um pouco guitarras gêmeas. A música segue na mesma linha das primeiras, com versos acelerados, até com uma certa cadencia aqui, e com um refrão muito forte. Boa faixa!
A faixa totalmente acústica da vez foi “Remember”, que se assemelha a “What Will Come” da primeira parte do álbum e provavelmente é mais uma das composições da parceria entre Blraze e Thomas Zwijsen, que vem dando muito certo. A faixa ainda conta com um solo ótimo de violino da holandesa Anne Bakker, que também já trabalhou com ambos. Música simples mas muito rica em detalhes.
Já estamos na reta final do álbum. “Fight Back” inicia a fase final com ótimos refrões e solos. É a faixa mais curta do álbum. Em seguida temos “The World is Turning the Wrong Way”, com uma pegada bem pesada, com Blaze cantando seus versos um pouco mais lentamente, caminhamos para mais um dos poderosos refrões, com backing vocals bastante melódicos de fundo. Na ponte o ritmo é quebrado com um ótimo dedilhado e muito feeling do vocalista. Mais uma ótima faixa desse grande álbum.
Para fechar, temos uma das melhores composições já feitas pelo inglês. Falo da faixa “Together We Can Move the Sun”, que começa acústica, com Blaze cantando mais uma vez com muita paixão, no refrão temos uma voz feminina em contraste, ficou muito bem encaixada na faixa. No segundo refrão a faixa fica pesada, bastante melodiosa e, aos poucos, ganha velocidade e mais peso ainda, com ótimos solos. Ao seu final voltamos ao andamento acústico da primeira metade, e segue assim até pouco antes do seu final, onde um tom sombrio toma conta, com a narração final da história do viajante, que deixa uma ponta para uma possível terceira parte, que será muito bem-vinda.
Concluindo, “Endure and Survive” é um álbum espetacular, se não é até melhor que “Infinite Entanglement”, é no mínimo do mesmo nível. Blaze transmite emoção e paixão em sua voz, todos os arranjos são bem feitos e com bastante feeling, performance perfeita dos músicos e também dos convidados. Toda a história é interessante e o ouvinte fica curioso pra saber o desfecho de tudo, sem dúvidas daria um ótimo filme. Vale a pena procurar as traduções das músicas e das passagens entre as faixas, e se você entende um pouco de inglês, fica fácil entender tudo.
Temos mais um ótimo lançamento para audição, talvez não no nível pra ser o melhor do ano, mas vai figurar no top 10 de muita gente mundo afora. Parabéns para Blaze Bayley por toda a força de vontade e paixão, ótimo para nós que gostamos de boa música.
Formação:
Blaze Bayley (vocal);
Chris Appleton (vocal de apoio, guitarra, coral);
Karl Schramm (vocal de apoio, baixo, coral);
Martin McNee (bateria, percussão).
Músicos convidados:
Thomas Zwijsen (violão acústico);
Michelle Sciarrotta (violão acústico, vocal de apoio, coral, narração);
Liz Owen (vocal de apoio);
Joanne Robinson (vocal de apoio, coral);
Luke Appleton (vocal de apoio, coral);
Mel Adams (vocal de apoio, coral);
Anne Bakker (violino, vocal de apoio);
Rob Toogood (narração);
Aine Brewer (narração).
Faixas:
01 – Endure and Survive
02 – Escape Velocity
03 – Blood
04 – Eating Lies
05 – Destroyer
06 – Dawn of the Dead Son
07 – Remember
08 – Fight Back
09 – The World Is Turning the Wrong Way
10 – Together We Can Move the Sun
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9/10