Resenha: Black Label Society – Grimmest Hits (2018)

O Black Label Society é uma banda de Heavy Metal dos EUA, formada em 1998, e encabeçada por ninguém menos que o lendário guitarrista Zakk Wylde, que lançou sua carreira tocando ao lado do igualmente lendário Ozzy Osbourne. O som que o guitarrista criou para sua banda se deu de uma mistura de influências, principalmente do Hard Rock das décadas de 70 e 80, do Blues e do Country/Southern, atrelado ao peso e groove típicos do Rock/Metal dos anos 90. O resultado desta mistura era tipicamente um meio termo entre Lynyrd Skynyrd e Pantera, com alguns toques de Stoner/Doom aqui e ali.

Porém, se no passado a banda apenas flertava com características do Stoner Metal, neste álbum eles abraçam de vez o estilo. O Country e o Southern aqui tomam o banco do passageiro desta vez, e dão mais espaço para o Blues, e para uma influência maior dos gigantes do Black Sabbath, e de tudo que foi construído no movimento Stoner após sua concepção. Isso significa que desta vez o Black Label está um pouco menos pesado, porém com mais “suingue”, e mais psicodélico. Tons de Blue Cheer, Cream, Leafhound, Trouble e Orange Goblin são claros ao decorrer do álbum todo. Aliás, a faixa Bury Your Sorrow é praticamente uma referência direta ao clássico Dragonaut da banda Sleep, outra gigante do Stoner Metal.

Tudo isso para mim, como fã do estilo Stoner, é um prato cheio. E ao juntar com outras características típicas do Black Label Society, temos um som que me remeteu muito ao do Down. O álbum tem aquela mistura de relaxante e animador que é tão comum em bandas dessa sonoridade.

Porém, não pensem que o BLS soa como uma banda completamente diferente aqui. Eles não largaram totalmente de suas outras influências. Ainda é possível ouvir o Southern Rock, principalmente nas baladas do álbum, que também estão incríveis. Além disso, o trabalho de guitarra espetacular que já é de se esperar do Zakk Wylde está tão presente quanto sempre esteve. Os solos em especial estão cheios de feeling e groove, unidos à dose correta de “fritação”. Os riffs também são criativos e divertidos de se ouvir. A performance da banda como um todo é realmente admirável, o que também não é nenhuma surpresa, sendo que o Zakk Wylde sempre fez questão de se cercar de músicos do mais alto calibre.

Por fim, eu tenho algumas reclamações a fazer. Primeiramente, o vocal do Zakk Wylde, que soa meio fraco e “sem vontade” em boa parte do álbum (principalmente no refrão da faixa Seasons of Falter, apesar da melodia e do groove fortíssimos). As linhas de baixo também são um pouco tímidas demais, o que é meio decepcionante em um trabalho desse estilo musical.

Concluindo, este álbum me surpreendeu por sua direção musical, e surpreendeu positivamente, pois não se pode negar que o Black Label estava preso em um ciclo de mesmice em seus últimos lançamentos. Esta mudança não só era necessária, como também foi muito bem escolhida e executada, pois sempre foi óbvio que o estilo do Zakk Wylde casaria perfeitamente com o Stoner. Não é um álbum perfeito, porém foi o álbum da banda que mais me agradou e prendeu, sendo para mim, o disco mais consistente de toda a discografia da banda.

Formação:
Zakk Wylde – vocal, guitarra
Dario Lorina – guitarra
John DeServio – baixo
Jeff Fabb – bateria

Faixas:
01. Trampled Down Below
02. Seasons of Falter
03. The Betrayal
04. All That Once Shined
05. The Only Words
06. Room of Nightmares
07. A Love Unreal
08. Disbelief
09. The Day That Heaven Had Gone Away
10. Illusions of Peace
11. Bury Your Sorrow
12. Nothing Left to Say

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