Habitualmente, reservo as últimas linhas dos textos que escrevo à estética dos álbuns que chegam para resenha, mas excepcionalmente aqui é válido salientar o luxuoso digipack que o paulistano Attractha lançou recentemente.
Com abertura quadrangular e um belo encarte/pôster, a caixa deste primeiro full-length é simplesmente linda! Ao adquiri-lo, atente também ao título que vem dividido em quatro partes impressas em cada lado da abertura, portanto fica aqui total reconhecimento ao time artístico formado pelo baterista Humberto Zambrin (que pensou no conceito), ao designer João Duarte e à fotógrafa Pati Patah.
Com coprodução da própria banda e produção final de Edu Falaschi (Almah), o CD, que foi mixado e masterizado pelo francês Damien Rainaud (Fear Factory, DragonForce e outros) em Los Angeles, Califórnia, é composto por nove canções orientadas ao público do Hard Rock e Heavy Metal.
Além de Humberto, o elenco renovado com Cleber Krichinak (vocal), Ricardo Oliveira (guitarra) e Guilherme Momeso (baixo) sucede àquele que gravou o EP “Engraved” (2013), onde figuravam o vocalista Marcos de Canha e o baixista Leonardo Martinz.
Em sua estreia, já se notava a qualidade do quarteto, agora com o álbum completo essa certeza se eleva, pois mantiveram suas abordagens progressivas e velozes, porém, permitindo aqui novos caminhos que somam no campo produtivo, como é o caso dos vocais mais agressivos que pedem riffs mais pesados, como foi feito em “Bleeding In Silence”.
Cleber domina muito bem sua coordenação vocal, e em músicas como “No More Lies” – com participação de Maitê Gondin – justifica sua entrada na banda. Em outras como “Unmasked Files”, o cara mostra que “cantar nos trilhos” ou mais solto não lhe causa desconforto, certificando seu profissionalismo.
Apontando outros destaques, as músicas “231” e “Move On”, que formam sequência, liberam mais agressividade. A impressão que se tem é que seus riffs foram pensados ao conforto do ouvinte. Descartando o uso de muitas técnicas, Ricardo investe na simplicidade das bases, mas quando o assunto é solar o guitarrista não economiza no talento e faz ótimas sacadas como em “Payback Time”.
A harmonia conjunta de Humberto e Guilherme deixa o trabalho mais “redondo” pela marcação dos compassos e criação do peso. Vale mencionar trechos da já citada “Unmasked Files” onde a dupla exibe seus predicados com a máxima segurança – e, se, sincronismo é o que mais importa entre baixo e bateria, músicas como “Holy Journey” e “Victorious” respondem pelo padrão.
Este chegou em minhas mãos já nos “acréscimos do segundo tempo” e quase que ficou de fora da minha lista pessoal dos melhores de 2016, mas felizmente o destino foi camarada e permitiu que a assessoria do quarteto me presenteasse com este CD que, obviamente, encontrou lugar na lista. Fecho aqui agradecendo ao Metal nacional pelas crias que, assim como esta, merecem ganhar o mundo.
Formação:
Cleber Krichinak (vocal);
Ricardo Oliveira (guitarra);
Guilherme Momesso (baixo);
Humberto Zambrin (bateria).
Faixas:
01 – Bleeding in Silence
02 – Unmasked Files (Revisited)
03 – 231
04 – Move On
05 – Mistakes and Scars
06 – No More Lies
07 – Holy Journey
08 – Victorious
09 – Payback Time
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9/10