O estado Americano de Montana está situado na parte norte do país, fazendo divisa com o Canadá. Historicamente, não existe uma grande tradição metálica proveniente de lá, mas isso está longe de significar que as bandas locais não estejam se movimentando. O At Home In Hell é uma delas e existe desde 2005, tendo já lançado um EP e um álbum, preparando-se agora para uma nova investida, com o álbum “Self Indentified Deity”.
De antemão, a capa merece elogios. Uma ilustração simples e bem feita, em preto-e-branco e ostentando apenas o logo na parte central. A imagem não é daquele tipo que escancara previamente o tipo de som que a banda possui. É possível vislumbrá-la e ter a sua curiosidade atiçada. Qual a música que esta embalagem contém? Será Thrash, Stoner, Doom…?
A primeira faixa, “Rise To Sin”, recuperada do repertório do EP, começa a esclarecer as intenções da banda para o ouvinte. Um Death Thrash grooveado, com inserções de efeitos e vocais guturais, com algumas variações na hora do refrão que me lembraram os maneirismos de Mike Patton, do Faith No More. Sim, existem alguns acenos para o Nu Metal, mas são discretos e pontuais. As levadas pesadas são a constante e a banda as executa com muita precisão. A sequência de “Slave Dance” e “Funeral Of Faith” é direta ao ponto e revela a precisão dos riffs utilizados, em estreita combinação com a atuação ritmica do baterista Paul Epperle, um destaque sem dúvida.
Pode se definir o At Home In Hell a partir da soma da palhetada do guitarrista Kevin George, com as bases das quarto cordas de Jake Collins e as viradas consistentes de Paul. O elemento diferencial mais evidente é o vocal de Ben Epperle. Gutural quando deve ser, variado quando deve ser e agressivo o tempo inteiro. A sua atuação em uma música como “Face of God” faz com que a faixa cresça exponencialmente. E quando a banda insere backings rasgados de Hardcore, como em “The Knife”, as oportunidades de arranjos revelam-se devidamente exploradas.
A banda é criativa, possui uma cara própria e tem bastante margem de crescimento caso permaneça explorando os seus recursos e suas características únicas de composição. São instrumentistas habilidosos e seguros e o presente álbum foi realizado com esmero, muito bem produzido, valorizando cada detalhe das músicas com a utilização de timbres certeiros. Se o inferno é o local onde você se sente em casa, o seu quarto de som merece ter esse disco na estante. Depois, é só abrir a porta e esperar os amigos para curtirem juntos!
Formação
Ben Epperle – Vocals
Paul Epperle – Drums
Kevin George – Guitars
Jake Collins – Bass
Músicas
01 Fear
02 Rite To Sin
03 Slave Dance
04 Funeral Of Faith
05 Revolutionary Suicide
06 Face Of God
07 Just Another Story
08 Unwanted Affection
09 The Knife
10 Chemical Lobotomy
11 Everyone Lies
12 Solitary Confinement
13 Fault