Resenha: Angra – Temple of Shadows (2004)

No texto de hoje, estamos diante de um dos maiores clássicos do Metal Nacional, e que marcou toda uma geração. Lançado em 2004, o “Temple of Shadows” é o quinto álbum de estúdio do Angra, e segundo a contar com Edu Falaschi nos vocais.

A premissa do álbum já é interessante por si só, antes mesmo de iniciarmos a sua audição, pois o trabalho de trata de um disco conceitual, onde é contada a história do Caçador das Sombras (The Shadow Hunter), um cavaleiro da Igreja Católica que foi lutar nas Cruzadas, mas em meio disso se encontra questionando os dogmas cristãos, tendo assim a sua fé testada. Tema esse que certamente daria um bom filme.

Além da temática, toda forma que o álbum foi concebido ao longo da narrativa também foi feito de forma minuciosa em cada música, tendo cada detalhe sido pensado de forma detalhada.

Para a análise ficar objetiva, mas sem precisar me estender muito, dividirei os álbuns em duas partes, a primeira indo da intro “Deus le Volt!” até a “The Temple of Hate”, e a segunda indo da “The Shadow Hunter” até a outro “Gate XIII”.

Na primeira parte, por se tratar do início da história onde o Caçador das Sombras começa a sua jornada diante das guerras das Cruzadas, o ritmo é intenso, tendo uma energia mais forte nas músicas, a prova disso é o fato da “Spread Your Fire” ser uma das músicas mais Speed Metal do repertório do Angra, vibe essa que é mantida em “Angels and Demons”.

Em ‘Waiting Silence” a banda já diminui um pouco a intensidade, mas ainda mantendo o peso, tendo a primeira quebra na calmaria de “Wishing Well”, que é quando a história começa a mudar de tom, já passando para algo mais dramático. A “The Temple of Hate” encerra essa parte mais intensa do álbum, contando com a participação mais que especial da Kai Hansen.

A “The Shadow Hunter” inicia a parte mais dramática do “Temple of Shadows”, que é quando o personagem principal se encontra em uma situação de questionamentos e de tormento.

A melancolia fica ainda maior em “No Pain For the Dead”, onde a participação da cantora Sabine Edelsbacher foi essencial para dar esse tom.

“Winds of Destination” começa intensa, principalmente por conta da participação de Hansi Kürsch (Blind Guardian), mas também tendo seus momentos mais melancólicos, tendo voltado depois para a intensidade.

As faixas “Sprouts of Time” e “Morning Star” seguem mais ou menos essa mesma lógica. “Late Redemption” já carrega uma sonoridade mais calma que é acentuada ainda mais com a participação especial de Milton Nascimento cantando trechos em português.

A obra se encerra com a instrumental “Gate XII”, representando basicamente a calmaria após a tempestade, apresentando trechos de melodias de algumas músicas que foram apresentadas ao longo do álbum.

Tecnicamente, Edu Falaschi mesmo já sofrendo com alguns problemas na voz na época, ocasionado por refluxos gástricos, apresentou uma das melhores performances da sua carreira. Além disso, outro destaque vai para o dinamismo e o entrosamento dos guitarristas Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro.

Definitivamente, não é a toa que o ‘Temple of Shadows” é até hoje um dos pontos mais altos da carreira do Angra, principalmente levando em consideração a fase com Edu Falaschi.

Nota: 10

Angra – Temple of Shadows
Data de lançamento: 06 de setembro de 2004
Gravadora: Paradoxx

Tracklist

01 Deus le Volt!
02 Spread Your Fire
03 Angels and Demons
04 Waiting Silence
05 Wishing Well
06 The Temple of Hate
07 The Shadow Hunter
08 No Pain for the Dead
09 Winds of Destination
10 Sprouts of Time
11 Morning Star
12 Late Redemption
13 Gate XII

Formação

Edu Falaschi – vocal
Rafael Bittencourt – guitarra
Kiko Loureiro – guitarra
Felipe Andreoli – baixo
Aquiles Priester – bateria

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