Resenha: Angra – OMNI (2018)

Confesso que fiquei na dúvida se faria uma resenha para falar desse álbum, pensei várias vezes, escutei novamente por alguns dias seguidos para procurar ser a mais imparcial possível. Mas não teve jeito, eu sou o tipo de pessoa que gosta muito dos trabalhos do Angra, até os álbuns considerados ruins possuem um lugar garantido na minha playlist, pode ser que demore a ouvir ou relembrar de certa música, mas estão sempre lá na minha play.

O álbum lançado em 2018, veio com alguns atrativos, prefiro chamar assim. PRIMEIRO é pela saída de Kiko Loureiro e a entrada de Marcelo Barbosa, SEGUNDO por ser considerado um álbum CONCEITUAL (palavras do próprio Rafael) e TERCEIRO pela participação de SANDY.

Já aviso que sou fã dela incondicionalmente. Me julguem.

Não sei se é karma, se é proposital ou sei lá o que, mas a impressão que tenho é que em toda formação, o segundo álbum sempre acaba sendo melhor. Afinal temos exemplos como HOLY LAND (que para mim é o mais incrível da banda até hoje), depois temos TEMPLE OF SHADOWS com Edu Falaschi e agora o OMNI com Fábio Lione.

Se você resolver escutá-lo com a mente aberta, verá o quanto a identidade da banda está presente, sem essa de: “é bom, mas não é ANGRA” ou então: “Kiko faz falta” para de ser fã nutella e colocar coisa onde não tem. Minha dica é: escute de novo, preste atenção nos detalhes e nas letras e verá que é ANGRA SIM.

O álbum começa com LIGHT OF TRANSCENDENCE quem vem digno de um bom Power metal, sem contar os excelentes e marcantes riffs, típico de Angra, digna de abertura de álbum. Em seguida em TRAVELERS OF TIME, achei uma pegada mais Holy Land. Destaco o coral presente na música, sem contar a voz de Lione que além de impecável arriscou notas mais altas.

Chegamos na tão falada e polêmica BLACK WINDOW´S WEB, a conexão feita entre a voz doce e meiga de Sandy e os guturais de Alissa deixaram a música extremamente surreal. Mas ficarei por aqui, sou suspeita a falar, Angra e Sandy na mesma música para mim não tinha como ficar ruim. A música possui peso e originalidade.

Já em INSANIA, temos um refrão que fica martelando na cabeça, a música que menos me agradou no álbum.

Mas em THE BOTTOM OF MY SOUL, temos Rafael Bittencourt cantando uma das músicas mais belas do álbum. Obviamente que um álbum do Angra não poderia deixar de ter uma boa balada. Rafael vem com uma interpretação forte e com muito sentimento, é como se você estivesse dentro dela.

WAR HORNS com participação de Kiko Loureiro chega para te trazer de volta a realidade e com um solo bem digno de KIKO LOUREIRO.

Outra música com um ar de Holy Land é CAVEMAN, com início em português e algo meio “macumbado” é uma música que quando você ouve a parte em português você pensa: “onde que os caras estavam com a cabeça de fazer isso”??!! E além da pergunta, ainda concorda que o resultado foi excelente.

Em seguida vem MAGIC MIRROR, a música que mais gostei, arrisco a dizer ser a melhor do álbum, com ar mais prog vem com uma belíssima letra e um incrível refrão. Mais uma vez a mistura entre a agressividade do heavy metal e a delicadeza do piano se fizeram presente e de grande destaque.

Após uma música de alta intensidade sonora, ALWAYS MORE vem para acalmar os ânimos, mais uma bela interpretação de Rafael, mas dessa vez com a participação de Lione. A típica música para se fazer imaginar coisas que não aconteceriam.

Chegando na penúltima música do álbum ØMNI – SILENCE INSIDE, mais uma música bem prog, é como se nos preparassem para o fim do álbum. Que por sinal seu início lembra muito THE SHADOW HUNTER.

E por fim temos ØMNI -INFINITE NOTHING, totalmente instrumental, uma viagem por todo álbum, com belas harmonias e melodias, serve para refletir tudo o que ouvido.

Enfim, temos um álbum extremamente elaborado, seja pela voz de Fábio Lione que está impecável, seja pelo baixo apresentado por Felipe Andreoli, que por sinal se mostrou intenso e presente em todas as músicas, ou então pela bateria de Bruno Valverde, que por mais que ainda insistem em compará-lo a antigos membros da banda, não há como negar o talento e criatividade do “garoto”. Sem contar a estreia de Marcelo Barbosa que mostrou sua identidade em todo o álbum e friso mais uma vez, Kiko não está fazendo falta e por fim temos a genialidade de Rafael Bittencourt, que novamente nos mostrou um excelente trabalho, detalhado, bem produzido, com letras e harmonias incríveis.

OMNI – Angra
Data de Lançamento: 16 de Fevereiro de 2018
Gravadora: earMusic

TRACKLIST:
01. Light of Transcendence
02. Travelers of Time
03. Black Window´s Web
04. Insania
05. The Bottom of My Soul
06. War Horns
07. Caveman
08. Magic Mirror
09. Always More
10. Ømni – Silence Inside
11. Ømni – Infinite Nothing

FORMAÇÃO:
Fábio Lione – Vocal
Rafael Bittencourt – Guitarra
Felipe Andreoli – Baixo
Marcelo Barbosa – Guitarra
Bruno Valverde – Bateria

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