Ad Hominem, o projeto solo de Kaiser Wodhanaz com berço na França mas atualmente com base na Itália lançou recentemente o álbum “Napalm For All” pela Osmose Productions, e se durante toda a carreira do projeto o que mais encontramos é uma linha de Black Metal diferenciado o novo álbum não poderia ser diferente.
Em meio a esta nova tendência dentro do Black metal com sonoridades mais modernas “Napalm For All” é o que chamamos de “tiro certeiro”, cru, limpo, e extremamente pesado com muitas linhas do black’n’roll. Variando constantemente entre tempos mais lentos e mais rápidos com breves partes faladas que se integram a riffs melodiosos e gritos estridentes, uma mistura perfeita e bem dosada.
Com letras variando entre genocídio, guerra e anti monoteísmo a banda trás o velho Black metal cru de volta a linha de frente do estilo e isto neste momento é um grande trunfo na manga.
É inevitável mencionar o fato da Osmose ter sobre as asas uma banda tão controversa e que se mantém alfinetando impiedosamente a política e é claro que até Climax Of Hatred, o Ad Hominem não constava no radar como algo muito significativo em termos de sonoridade, o que eu discordo totalmente. No álbum mencionado acima, a produção foi abordada de forma diferente e Kaiser acabou por ter uma garganta mais brutal do que nos álbuns anteriores. A partir deste álbum, as influências do black ‘n roll e industrial também aumentaram. Por exemplo, “Dictator – A Monument Of Glory” tem sulcos parecidos com Fear Factory e passagens no “Antitheist “que lembram bandas como Carpathian Forest e Urgehal, sendo assim é possível relacionar isso ao “Napalm For All”. O álbum começa com a pesada e corpulenta “AMSB” e, em seguida, passando a “I Am Love”, o que trás energia extra a este álbum. Na última faixa, o amor pelo industrial é claramente audível. Neste momento podemos notar linhas de voz muito baixas de Kaiser que se encaixa perfeitamente com o caráter dessa música. Eu tenho que pensar em bandas como Type O Negative e até Rammstein, sem que os elementos Black metal desapareçam.
Realmente me agrada como soa Consecrate The Abomination , uma faixa com muito do black ‘n roll, polcas thrashy e ganchos cativantes. Esta canção lembra Shining na época de The Eerie Cold com suas linhas de baixo melódicas e acordes de guitarra assustadores. Não é de se admirar que esta faixa salta aos ouvidos durante a audição. Então este disco continua com a faixa-título que também poderia ter funcionado como um abridor. Aqui você pode ouvir algumas influências Hardcore que são particularmente contagiosas. E como eu mencionei no inicio desta resenha “Napalm For All” impressiona por levar o Black metal de volta ao berço da sonoridade mais crua e este fator já vale a merecida audição.
Outro detalhe que vale destacar é o trabalho sincrônico entre baixo e guitarra. As partes do baixo contêm um pouco de distorção, mas apenas o suficiente para não se atolar em um som indefinido. Apesar das músicas serem compostas por uma única pessoa novamente, tudo soa perfeitamente como uma banda muito experiente em sua totalidade.
É incontestável que a banda segue em constante desenvolvimento e as melhorias são perceptíveis desde “Climax of Hatred”, e considerando os lançamentos neste seguimento em 2018 posso concluir que “Napalm For All” é uma pesada e compensadora escolha.
Tracklist
1 AMSB
2 I Am Love
3 Consecrate the Abomination
4 Napalm for All
5 Goatfucker
6 V. Is the Law
7 Imperial Massacre
8 Bomb the Earth
9 You Are My Slut
10 Vatican Gay
Membros da banda
KAISER WODHANAZ – Exerce todas as funções (vocais/baixo)
M.K. – guitarra
D.N. – guitarra
G.K. – Bateria
Conheça a banda
https://www.youtube.com/watch?v=XVDuL0-v4uo