Resenha: AC/DC – The Razors Edge (1990)

Se a banda já sofreu alguma mudança de vocalista a ladainha é inevitável: Qual o melhor disco da fase de Fulano? E de Sicrano? Qual dos dois foi o mais relevante??? Bom, eu vou alterar um pouco esse padrão aqui e, desde já, elejo “The Razors Edge” como o melhor disco do AC/DC sem Phil Rudd!

Phil é, e sempre será o baterista mais emblemático do AC/DC. Alguém pode querer iniciar alguma discussão sobre isso, mas não creio que vá ocorrer. Durante a época em que esteve afastado da banda, ele teve dois substitutos. O primeiro foi Simon Wright, que prestou serviço por mais tempo, com mais álbuns gravados do que seu sucessor, o galês Chris Slade, que vinha de trabalhos com Uriah Heep, David Gilmour e Jimmy Page na época do The Firm.

Junto ao AC/DC, Chris gravou apenas um trabalho de estúdio e, não obstante a qualidade dos álbuns seguintes, mesmo o aclamado “Black Ice”, pode se considerar que este foi o último grande disco dos australianos. Se não pela qualidade das músicas, pela longevidade, pois foi o último álbum a acrescentar uma faixa permanente no repertório dos shows, que não seria descartada em função da inevitável necessidade de inclusão de material novo nas turnês seguintes.

Estamos falando de “Thunderstruck”. Reconhecível desde a primeira nota, a canção fixou-se no setlist e no coração dos fãs, abrindo com impacto o álbum. Não há como ficar impassível ante a sensação sísmica gerada pelas duas sílabas em repetição: “Thun – Der”!, “Thun – Der”! Um clássico que nasceu instantaneamente. Tendo todas as faixas compostas pelos irmãos Young – Angus e Malcolm – a sequência prossegue com alta inspiração na rápida “Fire Your Guns” e na contagiante “Moneytalks”, mas a freada de ritmo com a climática faixa título parece ser a senha para que o disco perca fôlego a partir de então.

“Mistress for Christmas” e “Are You Ready?” são boas canções. “Rock Your Heart Out” tem seu ritmo constantemente impulsionado para a frente por Chris e Cliff Williams, bem como “Shot of Love”. “Let´s Make It” fica em um meio termo da musicalidade padrão da fase Brian Johnson, mas “Got You By The Balls”, “Goodbye and Good Riddance to Bad Luck” e “If You Dare” não fazem falta. Não são ruins, mas estão longe até mesmo da linha mais mediana do carisma acdciano. Não fosse o arregaço no começo do álbum, “The Razors Edge” estaria na mesma classificação de discos como “Blow Up Your Video” ou “Ballbreaker”, que são ótimos e eu adoro, mas que também estão repletos de altos e baixos.

A produção de Bruce Fairbairn cumpriu a sua parte, entregando uma sonoridade pesada e cristalina, fazendo por merecer o posto de produtor de “AC/DC Live”, o álbum que registrou a fantástica turnê de divulgação subsequente e que foi o primeiro disco ao vivo com a presença de Brian Johnson no vocal. Seu sucesso encheu os olhos de todos para que vários outros home vídeos fossem disponibilizados. Logo após, Chris saiu para que Phil pudesse voltar e recriar uma das formações clássicas da banda, permanecendo no lugar que lhe pertence até se envolver em uma série de problemas e ter que ceder a vaga para… Chris Slade, o substituto mais lógico, o verdadeiro detentor da batida de “Thun – Der”!

Formação

Brian Johnson – vocal

Angus Young – guitarra

Malcolm Young – guitarra

Cliff Williams – baixo

Chris Slade – bateria

Músicas

Thunderstruck

Fire Your Guns

Moneytalks

The Razors Edge

Mistress for Christmas

Rock Your Heart Out

Are You Ready

Got You by the Balls

Shot of Love

Let’s Make It

Goodbye & Good Riddance to Bad Luck

If You Dare

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