Trinta anos se passaram, mas o que poderia ser para muitos um envelhecimento, no caso do terceiro disco do Slayer, é mais um ano rumo à eternidade. O ano de 1986 rendeu bons frutos para a cena Metal no mundo. Considero o ano do ápice do estilo mais amado e odiado na face desse planeta.

Naquela época, Rick Rubin tinha uma gravadora, a Def Jam, mais conhecida pela cena Hip Hop, porém o conhecido produtor apostou naqueles caras e ajudou a trazer ao mundo uma agressividade latente e desmedida, tanto é que “Reign In Blood” foi considerado pela revista Kerrang! “o álbum mais pesado de todos os tempos”, e juntamente com “Master of Puppets” do Metallica, “Among The Living” do Anthrax, e “Peace Sells… But Who’s Buying?” do Megadeth, moldou a trilha sonora do Thrash Metal durante a década de 1980.

O Slayer deixa o lado satânico de suas letras e mergulha em temas mais condizentes com a realidade, e isso de certa forma dá mais substância ao álbum. “Angel of Death”, que fala sobre Joseph Mengele – médico que conduzia experiências macabras e doentias com os judeus nos campos de concentração nazista – inicia a agressividade que vai permear o disco até o último minuto. Diferente de seus discos anteriores – “Show No Mercy” e “Hell Awaits” – a produção está mais “na cara” e limpa, podendo ouvir todos os instrumentos nitidamente. A estrutura de “Angel of Death” é perfeita. Um refrão que faz todos cantarem, versos cantados agressivamente e com melodia; riffs e mais riffs, e tudo isso sendo conduzido pela bateria insana. Aliás, falar de Tom Araya, Kerry King, Dave Lombardo e do saudoso Jeff Hanneman é chover no molhado. Todos nós sabemos que essa formação é mágica e quem criou os maiores discos dessa instituição chamada Slayer.

É interessante porque “Reign In Blood” é com toda a certeza a junção perfeita do Metal com atitude Punk, e enquanto outras bandas faziam músicas mais elaboradas com tempos mais longos, o Slayer suprimia tudo isso em poucos minutos. Era como sentir uma sequência de socos na boca do estômago e cair no chão sem saber quem o atingiu. Músicas como “Jesus Saves”, “Reborn”, “Postmortem” e as clássicas “Raining Blood” e “Angel of Death” pavimentam a agressividade dessa banda, e que quando se apresenta ao vivo você pode sentir a presença do Tinhoso no palco, tamanha a aura maligna que permeia essa instituição chamada Slayer!

https://www.youtube.com/watch?v=T5_SEr4k6rA

Formação:
Tom Araya (vocal);
Jeff Hanneman (guitarra);
Kerry King (guitarra);
Dave Lombardo (bateria).

Faixas:
01 – Angel of Death
02 – Piece By Piece
03 – Necrophobic
04 – Altar of Sacrifice
05 – Jesus Saves
06 – Criminally Insane
07 – Reborn
08 – Epidemic
09 – Postmortem
10 – Raining Blood

Encontre sua banda favorita