Durante entrevista para a Metal Hammer, Christoph “Doom” Schneider, baterista da banda alemã Rammstein, falou sobre o início da sua carreira e juventude na antiga Alemanha Oriental, onde todos os integrantes do Rammstein viveram antes da queda do Muro de Berlim.
O baterista detalhou sobre o controle que o Governo da Alemanha Oriental aplicava sob os artistas na época, onde não eram todos que podiam cobrar para se apresentarem.
“Na Alemanha Oriental, tínhamos bandas profissionais que estudavam música e tinham permissão oficial para tocar música. Eles eram autorizados a trabalhar como profissionais e tinham o direito de cobrar dinheiro por seus show (…) Se você era amador, tinha que ser classificado em um determinado nível. Havia três níveis, e cheguei ao primeiro! Tinha um certificado que me permitia cobrar quatro marcos alemães por hora quando eu tocava um concerto. Sem esse certificado, era ilegal fazer shows e você não podia entrar em contato com promotores sem um. As pessoas aceitaram isso porque precisavam“.
Schneider também falou sobre uma das suas primeira bandas, a Die Firma.
“Die Firma era como uma banda punk new wave. O estilo era um pouco sombrio, com influências góticas. Tínhamos letras que protestavam contra o sistema. Isso não era permitido, é claro – nós éramos uma banda underground. Todos os outros caras do Rammstein também estavam em bandas underground. Costumávamos tocar em pequenos clubes com todos os tipos de fãs: malucos, góticos, punks“.
O baterista também revelou que o Governo vigiava a todos em todos os lugares, e inclusive, a sua banda tinha dois espiões na formação.
“O governo tinha pessoas em todos os lugares: espiões do Serviço Secreto. O engraçado foi que eu não conseguia imaginar nenhuma banda mais forte do que a minha na época, e tínhamos duas pessoas na banda que eram espiões – o cantor e o tecladista! (risos) Incrível. Eles não eram profissionais: eram espiões contratados que recebiam um pequeno pagamento e de vez em quando tinham que relatar sobre a cena musical“.