Queen: os últimos anos de Freddie Mercury, nas palavras de seu assistente pessoal

Peter Freestone, assistente pessoal de Freddie Mercury, concedeu recentemente uma entrevista à jornalista da BBC, Lucy Williamson sobre os últimos anos da vida do ex-vocalista do QUEEN. Ele exercera a função durante 12 anos e viu o cantor ascender ao auge do sucesso artístico, porém, em 1991 acompanhava a sua luta para esconder os sinais de uma doença devastadora.

“Quando comecei a trabalhar como seu assistente, ele costumava sair todas as noites, porque a vida é para viver, você sabe. Você nunca sabe quando isso vai acabar”, disse Freestone, que completou: “Lembro que ele me contou (de ser soropositivo) em 1987 e também disse que isso era tudo. ‘Não vamos falar sobre isso novamente’.”

Freestone explica que Mercury queria que as pessoas escutassem sua música sem pensar que ele sofria de uma doença que lhe levaria ao óbito: “Esta é uma das razões por que ele guardou para si mesmo, nem mesmo sua família sabia dos detalhes do último ano de sua vida. A banda, eu acho, sabia desde 1990”, disse ele.

Não era surpresa para ninguém acerca da bissexualidade de Mercury e quando o vírus HIV começou a se espalhar em Londres, sabia-se pouco sobre o assunto. E o mais agravante é que, naquele tempo, o tratamento fornecido era ineficaz: “Sua família e amigos souberam da gravidade quando o sistema imunológico de Mercury já apresentava sinais de colapso. Quando ele soube que estava doente, apenas um de seus amigos mais próximos havia morrido de aids”. continua Freestone.

Nos últimos meses de vida, Mercury recebeu um cateter venoso central, por onde recebia medicamentos ate três vezes ao dia. “Em vez de ir ao hospital, eu e Joe Fanelli (cozinheiro da casa) aprendemos a dar-lhe os medicamentos. Acabamos nos tornando seus enfermeiros. Ele nunca ficou deprimido por conta de sua situação. ” (a doença) Era um fato para ele. Não fazia o menor sentido perder tempo tentando descobrir como ele se contagiou, onde ou quando.”

Em outubro de 1989, os médicos aconselharam Freestone a se preparar, pois provavelmente Mercury não estaria vivo no Natal. Porém, o cantor ainda permaneceu vivo por mais dois anos. Durante o último ano, Mercury não mostrava mais a energia de outrora, porém, ainda encontrou forças para registrar quatro faixas completas para a banda. Sobre isso, o assistente comentou: “Ele queria deixar o máximo de músicas possível, com as quais poderia trabalhar depois que se aposentasse.”

O assistente revelou também, que a decisão de Mercury de dar uma declaração pública sobre sua doença se deu 48 horas antes de seu óbito: “Ele não sabia, ninguém poderia saber que ele morreria dois dias depois. Tudo bem, que o mundo todo já suspeitava, mas pouquíssimas pessoas sabiam com certeza de que ele era soropositivo. Ele sabia que a doença de qualquer forma, se tornaria pública. E a última coisa que ele queria era que pensassem que ele morreu com um segredo sujo e obscuro e que assim poderia ajudar as pessoas, pois (a doença) pode afetar qualquer pessoa no mundo.”

Na próxima Quinta-feira, 1º de novembro, haverá o lançamento mundial do filme “Bohemian Rhapsody”, que conta a história  de Freddie Mercury.

Freestone encerra contando como foram as últimas 48 horas do artista: “Na sexta-feira a noite, ele estava deitado e eu segurei a sua mão. Ele dormia e acordava, eu apenas segurava sua mão para que ele soubesse que ele não estava sozinho. Uma das últimas coisas que ele me disse, é uma das coisas que eu lembrarei para o resto da minha vida: ‘Obrigado’. Eu não sei se ele me agradeceu por estar com ele naquela noite ou se foi pelos 12 anos de serviços prestados. Eu não sei e nunca vou saber”.

Freddie Mercury faleceu no dia 24 de novembro de 1991, aos 46 anos, vítima de uma broncopneumonia, adquirida em virtude do vírus HIV.

Fonte: BBC

 

 

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