A musicista e líder da banda punk russa Pussy Riot Maria Alyokhina, aos 33 anos, foge de seu país disfarçada. Ela, que há muito tempo protesta contra o regime do presidente russo, Vladimir Putin, disse que escapou do país disfarçada de entregadora de comida. Alyokhina disse ao jornal New York Times que, embora já tenha se recusado a deixar o país mesmo após ser detida várias vezes e passar períodos na prisão, ela finalmente decidiu sair depois que as autoridades russas disseram que ela cumpriria pena em uma colônia para presos. Ela estava sob “prisão domiciliar efetiva”, disse o Times, e criticou abertamente a guerra na Ucrânia.
Para evitar que fosse identificada, ela disse que vestiu uma jaqueta verde bufante que normalmente são usadas por entregadores de comida. Nas fotos que ela compartilhou com o Times, sua namorada aparece vestindo a jaqueta com uma grande mochila de comida nas costas. Durante sua jornada de uma semana da Rússia a Belarus e depois à Lituânia, Alyokhina usou botas de plataforma sem cadarços. (Na prisão, lenços umedecidos eram usados no lugar de cadarços, que não eram permitidos). O Times informou que ela usará as mesmas botas quando as Pussy Riot começarem a turnê este mês.

“Acho que a Rússia não tem mais o direito de existir”, disse ela ao Times. “Mesmo antes, havia dúvidas sobre como o país está unido, por quais valores está unido e para onde está indo. Mas agora eu acho que isso não é mais uma questão”, concluiu. Alyokhina foi presa várias vezes na última década por suas performances com o grupo feminista Pussy Riot. O grupo ficou conhecido internacionalmente em 2012, quando executou um hino de protesto anti-Putin criticando o Kremlin e a Igreja Ortodoxa Russa dentro de uma catedral de Moscou. As mulheres, vestidas com máscaras balaclava, que escondiam seus rostos, gritavam: “Mãe Maria, por favor, afaste Putin”.
Alyokhina e duas outras mulheres membros do grupo foram consideradas culpadas de “hooliganismo” pela performance e sentenciadas a dois anos de prisão. Ela foi libertada dois meses antes do fim de sua sentença, mas foi detida e mandada para prisão seis vezes desde o verão passado por seu ativismo, informou o New York Times. Outra integrante do Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, que também foi presa por quase dois anos, foi adicionada no ano passado a uma lista de “agentes estrangeiros” russos, a qual exige que os listados sigam “requerimentos rigorosos de relatórios financeiros” e adicionem um aviso de isenção de responsabilidade a qualquer coisa que eles publiquem e que os identifique como agentes estrangeiros, informou a CNN na época. Alyokhina disse ao Times que espera retornar à Rússia, mas por enquanto está na Islândia, onde está organizando eventos pró-Ucrânia com a participação de artistas islandeses como Björk.
Fonte: CNN Brasil (transcrição integral do texto publicado no site da CNN por Scottie Andrew, em inglês)
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